segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Alexandre Frota e a Justiça às avessas

Por Frei Betto

O ator de filmes pornô, Alexandre Frota, declarou em programa de TV, em 2015, que estuprou uma mãe de santo até ela desmaiar. Como era de se esperar, Eleonora Menicucci, então à frente do Ministério das Mulheres, repudiou a apologia ao crime.

Em maio de 2016, o ministro da Educação do governo Temer, Mendonça Filho, recebeu em audiência Alexandre Frota, para ouvir propostas para a educação básica e defender o projeto “Escola sem partidos” (exceto os conservadores).

Dilma vai pedir anulação do impeachment

Do site da Dilma:

1. Desde o início do processo de impeachment, a defesa da presidenta eleita Dilma Rousseff tem sustentado que o processo de impeachment que a afastou da Presidência da República é nulo, em razão de decisões ilegais e imorais tomadas pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e por todos os parlamentares que queriam evitar “a sangria da classe política brasileira”.

2. Agora, na delação premiada do senhor Lúcio Funaro, ficou demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos de parlamentares em favor do impeachment.

O preço do impeachment e o valor do STF

Por Jeferson Miola

Lúcio Funaro adicionou novas informações sobre o preço que Cunha, Temer, Padilha, Geddel e outros golpistas peemedebistas e tucanos pagaram para a aprovação do impeachment fraudulento.

O operador da organização criminosa revelou que Eduardo Cunha lhe pediu R$ 1 milhão para comprar o voto de alguns deputados a favor da fraude, quando o processo já tramitava na Câmara.

Além deste valor, e antes disso, outras dezenas de milhões de dólares foram investidas na conspiração que derrubou a Presidente Dilma – sabe-se hoje, uma cifra bastante superior àquela “sobra”/“troco” de R$ 51 milhões guardados num apartamento pelo ex-ministro Geddel:

O que o povo faz nas ruas para sobreviver

Delação de Funaro escancara papel de Temer

Ilustração de Cláudio Aleixo
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Os dez anexos da delação de Lúcio Bolonha Funaro só não convencem quem não quer ser convencido - como o relator na CCJ da Câmara, Bonifácio Andrada - de que Michel Temer e seus comparsas do PMDB e alhures formaram uma organização criminosa para “arrumar dinheiro”, e de que nela o ocupante do Planalto tinha um papel preponderante. A Orcrim, sua estrutura, seus integrantes e seus crimes são descritos com uma exuberância que produz gastrite no final da leitura.

Eles só pensavam naquilo. Relativamente ao crime de organização criminosa, é na delação de Funaro, e não nas gravações de Joesley Batista, que se baseia fundamentalmente a acusação contida na segunda denúncia de Rodrigo Janot. Por ser tão clara a demonstração da acusação, os deputados que votarem contra a denúncia, ajudando Temer a escapar, não escaparão do castigo dos eleitores e muito menos do julgamento da História. Terão votado sabendo exatamente o que faziam.

Danilo Gentili e a demissão na 'Folha'

Do site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam veementemente a perseguição contra o jornalista Diego Bargas, por incitação do humorista Danilo Gentili, e, em seguida, a sua demissão do jornal Folha de S.Paulo.

A demissão ocorreu poucas horas depois de Gentili, em rede social, ter incitado a perseguição ao jornalista, após a publicação de matéria assinada por Bargas, “Comédia juvenil ri de bullying e pedofilia”, sobre filme concebido e estrelado por Gentili. A matéria foi publicada na última sexta-feira (13), na Folha de S.Paulo. Após a publicação, no início da tarde, o humorista reagiu incitando o ódio na internet e estimulando seus mais de 15 milhões de seguidores no Twitter a perseguir Bargas. O jornalista passou a sofrer ofensas e xingamentos em todos os seus perfis em rede social.

domingo, 15 de outubro de 2017

Folha tem medo da guerrilha trabalhista

Por Altamiro Borges

A Folha de S.Paulo, que sempre teve o rabo preso com os patrões, está preocupada com as anunciadas reações à chamada reforma trabalhista, que entrará em vigor em 11 de novembro. As centrais sindicais prometem protestos em todos os Estados e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) acaba de aprovar em seu congresso uma resolução orientando juízes, procuradores e advogados a se insurgirem contra as ilegalidades da “deforma”, que elimina 100 direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Temendo a resistência, o jornal publicou neste sábado (14) editorial, intitulado “Guerrilha trabalhista”, em que ataca os que se contrapõem à regressão em curso. A famiglia Frias não tergiversa na defesa dos seus interesses de classe.

Reprovada na USP, Janaina tem grana do PSDB

Por Altamiro Borges

Em entrevista ao jornal Estadão nesta quarta-feira (11), a advogada Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, afirmou que está sendo vítima de perseguição política. O motivo da lamúria foi a sua reprovação, em último lugar, em um concurso para professora titular na Universidade de São Paulo (USP). Magoada, a estridente musa da direita afirma que entrará com recurso contra o resultado do exame. Dá até vontade de chorar! A sorte é que ela ainda deve ter alguma sobra daqueles R$ 45 mil que o PSDB lhe pagou para sabotar a democracia nativa. Ela até pode usar parte desta grana – sem entrar no mérito da origem do dinheiro investido pela turma da mala do cambaleante Aécio Neves – para anular o concurso.

Geddel some da TV e o irmão foge da internet

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira (12), a revista Época postou uma curiosa matéria sobre o irmão de Geddel Vieira, um dos homens de confiança de Michel Temer que está na cadeia. Diz a notinha bem minúscula: “Os seguidores do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) nas redes sociais sentem falta de suas postagens descontraídas. Ele está sumido há mais de um mês. O sumiço coincide com a apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento atribuído, pela Polícia Federal, a seu irmão, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, no dia 5 de setembro, em Salvador. Geddel está preso na Papuda, em Brasília. A sua última postagem pública foi no Twitter no 8 de setembro, quando discutiu com um seguidor que o provocou sobre as malas de dinheiro”.

Dia do Professor e os golpes de Temer

Lava-Jato, o reitor e a banalização do mal

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Assim como o ministro Luís Roberto Barroso, o reitor Luiz Carlos Cancelier de Olivo, da Universidade Federal de Santa Catarina, era advogado. Como Barroso, também era professor. E, da mesma maneira que Barroso, defendia a Lava Jato.

Havia diferenças. As opiniões de Cancelier eram restritas ao seu entorno; as de Barroso ecoam pelo país e servem de ração vitaminada para o fortalecimento da convicção dos pittbulls do direito, de que todos os abusos serão perdoados.

A caçada ao Lula custa caro ao Brasil

João Doria no Réveillon do Alckmin…

Por Renato Rovai, em seu blog:

João Doria é aquele cara que você convida pra passar a festa de Réveillon na sua casa junto com amigos e familiares.

Ele chega conquistando a todos com presentes e palavras elogiosas. Pra cada um tem uma boa história pra contar.

De repente ele vai se embriagando com o sucesso e começa a tomar uns uísques.

Antes do jantar já está falando alto, abraçando todo mundo e de repente começa a falar mal do anfitrião pelos cantos.

Fundamentalismo religioso não é por acaso

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

O professor e juiz de Direito Rubens Casara o disse bem, nos bastidores de uma entrevista com o Viomundo: enganam-se os que acreditam que vivemos um período de exceção, que logo será superado pela “normalidade”.

Todos aqueles que citam a ‘democracia liberal’ como parâmetro - ou princípios que a norteiam, como separação entre os poderes e estado laico, por exemplo - não se deram conta de que entramos numa nova fase, a da pós-democracia.

Foi o que me fez revisitar uma viagem que fiz ao Paquistão, para uma série de reportagens.

Juízes resistem à "reforma" trabalhista

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A melhor novidade política deste final de ano é a ampliação da resistência à reforma trabalhista aprovada pelo Congresso em 12 de julho, numa disputa dramática na qual um grupo combativo de seis senadoras tomou a mesa no Senado numa tentativa desesperada para impedir a votação final.

Ao lado dos protestos sindicais previstos para 11 de novembro, data para a lei 13467 entrar em vigor, a resistência de um setor chamado a desempenhar um papel estratégico na consolidação ou fracasso da reforma ganha impulso cada vez maior – os juízes do trabalho. Eles enxergam contradições insolúveis entre a 13467 e pelo menos três artigos da Constituição Federal – o I, o III e o VII. Também apontam para incoerências da nova lei e tratados internacionais de que o Brasil é signatário e obrigado a cumprir.

Anatomia de um golpe naufragado

Por Flávio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Todo golpe de estado fala em “salvar” alguma coisa: a pátria, a nação, a família, a propriedade, o sistema, a economia (os bancos), a tradição, a moralidade e os bons costumes etc.

Pela primeira vez estamos diante de um golpe que não se propõe a salvar nada. Ao contrário, se propõe a destruir tudo: empregos, investimentos, a educação, a saúde, a Petrobras, o pré-sal (aqui não é destruir, é vender), a capacidade de auto-defesa, a tecnologia e a indústria nacionais, o futuro, a política, as eleições o futuro…

Doria virou ração para cachorro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Como prefeito, deixo aos paulistanos avaliarem – e parece que a avaliação é cada vez pior.

Mas como marqueteiro, permitam-me, João Doria é uma besta, destes caras que só conseguem ser tão bestas de tão bestas que são de pretender ignorar a história.

Ao inventar o factóide de sua “ração para pobre ” – perdão, alimento liofilizado a partir de comida inviável ao comércio – o botóxico prefeito acabou de por a lápide em cima de sua candidatura.

O apito da panela de pressão nos EUA

Por José Arbex Jr., na revista Caros Amigos:

Em Charlottesville, Virginia, em 12 de agosto, soou o apito da panela de pressão. Bandos raivosos de racistas, xenófobos, fundamentalistas evangélicos e outros que tais, todos brancos, todos armados, alguns trajando uniformes de combate, proclamavam sua orgulhosa adesão aos delírios de Adolf, aos métodos da KKK, aos lemas alucinados anunciados por Donald Trump durante sua campanha à presidência dos Estados Unidos, notadamente o “America first”. Eles fazem parte do movimento Unir a Direita, que convocou a manifestação contra a remoção de uma estátua, erguida numa praça central da cidade, em homenagem ao general Robert Lee, comandante das forças dos estados confederados (favoráveis à manutenção do trabalho escravo) durante a Guerra de Secessão (1861-65). A manifestação, que deixou três mortos e dezenas de feridos, representou um divisor de águas na história contemporânea do país.

Funaro expôs as vísceras do golpe

Por Carlos Fernandes, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não que tenha sido qualquer novidade, mas num país onde ainda existe gente que se presta a acreditar que a terra é plana, algumas coisas precisam ser esfregadas na cara.

Assim é com o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff do poder através do maior consórcio de punguistas, estelionatários, vigaristas e corruptos que se tem notícia na história republicana do Brasil.

Pois bem, se ainda existia alguma dúvida que foi por interesses escusos e pelo poder econômico – e não por um bando de imbecis vestidos de verde e amarelo a idolatrar um pato – que uma presidenta honesta foi deposta, as vísceras do golpe foram manifestas. Mais uma vez.

Leviandade jornalística a serviço do império

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A batalha mais difícil que teremos de enfrentar, para recuperamos a imagem do país, não é a política, cujo debate, mal ou bem, em virtude da internet, oferece um pouco de pluralidade e, sobretudo, profundidade.

Não é nem mesmo a jurídica, na qual os vencedores de hoje virão a ser os derrotados de amanhã, desde que a verdade, com sua força interna, se imponha sobre as “convicções”.

O front de guerra mais perigoso, mais traiçoeiro, é aquele da imprensa tradicional, porque ela é o instrumento principal do poder ideológico das classes e países dominantes, usado para perpetuar situações de extrema desigualdade que produzem sofrimento e miséria em toda parte.