domingo, 8 de outubro de 2017

Doria torra dinheiro com o MBL à toa

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Era inevitável. Tão inevitável quanto Lula e o PT se fortalecerem à medida que as pessoas descobrem que o “golpeachment” de Dilma foi um mau negócio. Cedo ou tarde a camada popular da capital paulista descobriria – ou começaria a descobrir – que João Doria, prefeito de São Paulo, não é, apenas, um embuste como administrador, mas um malandro que acha que só ele mesmo é esperto.

Avanço do autoritarismo assanha os militares

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Como se fosse um beatle nos anos 60, Bolsonaro foi recepcionado por centenas de viúvos da ditadura militar no aeroporto de Belém na última quinta (28 de setembro). A cena se repete em todas as cidades que visita em sua campanha eleitoral antecipada: uma claque emocionada carrega o deputado pelo aeroporto debaixo de um coro de vozes graves que repete enlouquecidamente “mito! mito! mito”. Em discurso, o vice-líder na corrida presidencial pediu uma salva de palmas para o general Mourão e fez uma promessa: “Comigo não vai existir o politicamente correto. Vocês terão armas de fogo.”

Doria: o crepúsculo de um farsante

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

“A política ama a traição, mas logo abomina o traidor”, dizia Leonel Brizola.

É a legenda ideal para a trajetória, em apenas nove meses, de João Doria Júnior, que em só poucas coisas conseguiu se tornar “o maior do Brasil”, como se acha: na empáfia, na grosseria, na soberba e, sobretudo, na traição àquele que o tirou da condição de mais um dos picaretas que vivem de acender as luzes sobre os ricos e famosos e o transformou no prefeito da maior cidade do país.

Doria é um sessentão agindo como moleque

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O pior aspecto da maneira indecente como João Doria tratou Alberto Goldman é que ele mesmo, Doria, já é um senhor de idade.

Um sessentão de botox, visivelmente desequilibrado, xingando um octogenário. Vergonhoso.

Sinal de que o vídeo do vice presidente nacional do PSDB pegou na veia. Goldman afirma que o desafeto passa o tempo viajando e não assumiu a prefeitura.

“Diz que está trazendo alguma coisa para São Paulo. Não está trazendo nada. Até agora nada e nem vai trazer nada”, declara.

A resistível ascensão do “novo” MBL

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Há uma importantíssima aula de política contemporânea na reportagem O Grupo da Mão Invisível, produzida pelo jornalista Bruno Abbud e publicada há dias, no site da revista Piauí. Bruno infiltrou-se num grupo de Whatspp que reúne líderes do MBL e mais de 150 executivos do mercado financeiro. Acompanhou as discussões por dois meses (entre 25 de julho e 27 de setembro). Ao fim, produziu um relato essencial, que ajuda a compreender – e, portanto, desmistificar – as razões para a força surpreendente dos novos grupos de direita. Não, ela não provém de um suposto endireitamento geral da sociedade brasileira, em que muitos parecem agora acreditar. Está muito mais relacionada a um cenário político caótico, em que as antigas formas de construção de consenso tornaram-se ineficazes; e em que pequenos grupos, articulados e com vasta rede de relações, podem tornar-se muito influentes e poderosos.

Das 685 páginas de diálogos que Bruno Abbud examinou sobressaem quatro grandes conclusões:

O marqueteiro de Aécio e o site Antagonista

Por Altamiro Borges

Na edição desta semana, a revista Veja divulgou mais um áudio das obscenas conversas do diretor da JBS, Ricardo Saud, com seus comparsas no mundo do crime. É mais um petardo contra o cambaleante Aécio Neves – que já está morto politicamente, não pode mais curtir suas baladas noturnas e corre o risco de ser expurgado pelo próprio PSDB, o antro que ainda preside. Mas o áudio não atinge apenas o grão-tucano. De quebra, ele também deixa em apuros o site ultradireitista “O Antagonista”. Um de seus editores, o fascistoide Diogo Mainardi – que também trabalha na GloboNews –, talvez até peça prorrogação no seu autoexílio na aprazível Veneza.

Apesar da mídia, economia gera pessimismo

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca, nutrida com fortunas em anúncios publicitários, tem feito um baita esforço para irradiar otimismo nos rumos da economia. Nas matérias dos jornalões e nos comentários da tevê, principalmente da Rede Globo, parece que o Brasil sob o comando do quadrilheiro Michel Temer está prestes a ingressar no paraíso. As coisas estão ruins, mas vão melhorar – juram os ex-urubólogos que esbanjavam pessimismo contra Dilma Rousseff. Mas apesar deste esforço parece que a sociedade não está depositando muita fé nos novos otimistas de plantão – da mídia venal e do covil golpista.

sábado, 7 de outubro de 2017

Senado garante impunidade ao “gato angorá”

Por Altamiro Borges

Sem maior estardalhaço da mídia chapa-branca, nutrida com milhões em publicidade oficial, o Senado aprovou na quarta-feira (4) a Medida Provisória que trata da reestruturação administrativa no governo federal. A MP teve como único objetivo recriar o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência para garantir o foro privilegiado para o “gato angorá” Moreira Franco – um dos políticos mais sujos do covil golpista. Por 40 votos favoráveis e 24 contrários, os senadores se apressaram em rejeitar os destaques que poderiam alterar o texto, que segue agora para sanção de Michel Temer, o chefe do “quadrilhão” no poder.

Bolsonaro usa estratégia eleitoral de Trump

Por Renato Rovai, em seu blog:

O deputado federal Jair Bolsonaro (RJ) foi recebido por milhares de pessoas no aeroporto de Belém do Pará na tarde ontem. As cenas foram postadas em vídeo neste blogue.

A questão é que isso deixou de ser exceção e passou a ser a regra. Por onde passa, Bolsonaro mobiliza milhares.

Hoje o candidato da extrema direita consegue ter em todos os cantos do Brasil um grupo para bater bumbo a favor das suas propostas. Parece natural que um candidato a presidente tenha gente lhe apoiando em todos os cantos. Mas não é.

O desafio de varrer o Congresso

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Daqui a um ano, tão importante quanto eleger um presidente que, com legitimidade e sensibilidade, recoloque o país na trilha do desenvolvimento e da justiça social, será renovar o Congresso Nacional, varrendo boa parte dos atuais congressistas. A maioria deles não honrou a democracia, perpetrando o golpe que derrubou Dilma Rousseff; não respeitou a vontade popular, mantendo Michel Temer no cargo apesar da ampla rejeição, e se prepara para fazer isso novamente; e não defendeu os mandamentos sociais da Constituição, aprovando medidas que suprimiram direitos e garantias. Se o Congresso não for requalificado, o futuro presidente, seja quem for, enfrentará os vícios da velha (e atual) política, lastreados no fisiologismo, no clientelismo, na servidão aos poderosos e não ao povo, na traição aos representados.

Definitivamente, Temer, não!

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Que me perdoem os estrategistas políticos, os defensores da realpolitik, mas Temer, não! Definitivamente, não!

Pouco importa se a esquerda quer que fique, pois até as eleições de 2018, Temer será a melhor alternativa para desmoralizar o golpismo. Pouco importa se o mercado acha que sua queda, agora, poderia consagrar Rodrigo Maia, dar fôlego ao desmonte e prorrogar eleições. Pouco importa se sua queda afetar a economia, der algum fôlego a mais para os golpistas, se desmanchar táticas políticas ou facilitar novos golpes.

Mas Temer, não!

Lobby: Das sombras para a luz

Por Vinícius Gomes Melo, na revista Caros Amigos:

Lobby. A própria palavra parece trazer em si uma carga negativa, como se os profissionais da área — os “infames” lobistas — fossem os responsáveis por eventuais relacionamentos pecaminosos entre os setores público e privado de um país, ao se esgueirarem, na imaginação popular, nos bastidores da política por entre os corredores do poder e atrás de portas fechadas.

Como o "Estadão" atrapalha a educação

Por Carlos Pompe, no site Vermelho:

O Estado de S. Paulo (Estadão) publicou, dia 3 de outubro, no Especial Educação do Estado da Arte, artigo de Guilherme Stein, doutor em Economia pela FGV-SP e assessor da presidência da Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS), em que tenta argumentar que os sindicatos de professores atrapalham a educação, ou que trata dos "problemas advindos da sindicalização no meio educacional", como apresenta o jornal.

No Itamaraty, o Macartismo à espreita

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

O chanceler do governo ilegítimo, Aloysio Nunes Ferreira, que um dia se disse de esquerda e até guerrilheiro, removeu o segundo-secretário Julio de Oliveira Silva, de 32 anos, do Consulado-Geral do Brasil em Nova York, em retaliação às críticas feitas pelo jovem diplomata à política externa de Michel Temer, em artigo publicado por CartaCapital. Medida “truculenta e desnecessária”, fulminou Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores de Lula.

A portaria de remoção foi assinada pelo tucano em 28 de setembro, dois dias após estreia de sua coluna no site da publicação. No texto, o diplomata afirma que “o compromisso das forças políticas atuais com o atraso, não apenas na economia, denota a intenção explícita em reverter o pacto social civilizatório duramente obtido em 1988”.

Exclusão de Lula comprometeria a eleição

Foto: Ricardo Stuckert
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Ao identificar riscos à eleição presidencial do ano que vem, um grupo de intelectuais, tendo à frente o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, divulgou manifesto pedindo eleição "direta e irrestrita" em 2018. Embora não apareça no documento, disponível na internet (confira abaixo), eles afirmam também que uma eventual exclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprometeria o processo. Hoje (5), dia em que a Constituição brasileira completa 29 anos, Bresser-Pereira, o também ex-ministro Celso Amorim e o professor Luiz Felipe de Alencastro repudiaram tentativas de implementar um "remendo parlamentarista" ou quaisquer outras medidas que afetem a legitimidade da votação.

Doria e a tática Trump do uso do Big Data

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Há muitas coisas em comum entre o prefeito João Dória e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ambos empresários e endinheirados, buscaram em atrações na televisão a visibilidade midiática para tornarem-se popstars.

Com a fama conquistada pela exposição na tevê, Trump e Dória se embrenharam na política, os dois a partir de posições conservadoras: Trump pelo Partido Republicano e Dória pelo PSDB. Dois personagens caricatos, com pouca experiência na vida política tradicional, chegaram à Presidência dos Estados Unidos e à prefeitura de São Paulo.

Repórter de 31 anos morreu de tanto trabalhar

Do blog Socialista Morena:

Após quatro anos, a emissora de televisão pública do Japão NHK admitiu que a jornalista Miwa Sado, de 31 anos, morreu de insuficiência cardíaca por ter sido forçada a trabalhar sem parar em julho de 2013. No mês anterior, tinha acumulado 159 horas extras acumuladas e apenas dois dias de folga.

Repórter de política, ela havia atuado na cobertura das eleições da Assembléia Metropolitana de Tóquio e da Alta Câmara Nacional, em junho e julho de 2013. Morreu três dias após o segundo evento. Segundo o jornal New York Times, a jornalista raramente tinha folgas no final de semana e trabalhava até meia-noite todo dia. Em seu aniversário, ela mandou um email aos pais, que acharam-na fraca.

Um país de descerebrados e dementes?

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A julgar pelas manifestações de intolerância e ódio – de caráter político, ideológico, religioso ou social - que se alastram como rastilho de pólvora, a resposta é sim.

Valores totalitários e pré-iluministas são uma ameaça real à sociedade?

A volta da censura a obras de arte, partindo de um número cada vez maior de analfabetos formalmente letrados e de esferas de governo, indicam que sim.

O estado de exceção já uma realidade no Brasil pós-golpe?

Deputado recua na censura à internet

Do blog Viomundo:

O texto da emenda, do deputado Aureo (SD/RJ), que instituía a censura à internet, diz:

A denúncia de discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido, coligação, candidato ou de habilitado conforme o artigo 5oC, feita pelo usuário de aplicativo ou rede social, por meio de canal disponibilizado para esse fim no próprio provedor, implicará em suspensão, em no máximo vinte e quatro horas, da publicação denunciada.

A pressão foi tão grande que o deputado recuou.

Em nota à imprensa (na íntegra, ao final), diz:

Guerrilha do MBL mira em arte e sexo

Por Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

"Vídeo polêmico mostra criança interagindo com homem nu”, diz a manchete. Diante dela, a tendência natural é imaginar o pior. “Interagir” certamente teria a ver com alguma prática sexual bizarra. O temor é reforçado pela presença insistente da palavra “pedofilia” nos comentários que repercutem o assunto. Apesar do receio, tomamos coragem, respiramos fundo e clicamos.

Há um homem nu, deitado, inerte. Ao lado dele, uma menina de uns cinco anos, acompanhada da mãe. As duas estão vestidas. A mãe então encoraja a menina a tocar no homem, e ela toca. Na canela, depois no braço. E é isso. Foi esse o trecho de um vídeo de uma performance no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), que deixou a imprensa e as redes sociais em polvorosa nos últimos dias.