domingo, 3 de setembro de 2017

Venezuela, Trump e a submissão do Brasil

Josetxo Ezcurra/Rebelión
Por José Dirceu, no site Opera Mundi:

Há semanas escrevi para o jornal espanhol El Pais um artigo sobre a Venezuela, indignado que estava com a política do governo brasileiro, através das operações diplomáticas do Itamaraty, agindo de forma absolutamente irresponsável e submissa aos interesses da direita venezuelana e dos Estados Unidos.

Ao apoiar a oposição, o governo brasileiro alimenta as correntes favoráveis à guerra civil e à intervenção norte-americana, chancelando um noticiário que, no Brasil como na maioria da imprensa internacional, está comprometido com os inimigos do chavismo e sua versão dos fatos.

Filme sobre a Lava-Jato é uma farsa

Por Paulo Pimenta, no site da Fundação Perseu Abramo:

Dizer que, no Brasil, a “lei é para todos”, infelizmente, soa como uma piada. Que digam Aécio, Temer e o próprio juiz Sérgio Moro, que além de receber salários acima do teto constitucional, conforme divulgado pela imprensa, vem cometendo uma série de ilegalidades ao longo dos últimos anos.

Só mesmo alguém como Sérgio Moro, que tem absoluta certeza da impunidade, para se achar no direito de grampear de forma ilegal a presidenta da República do Brasil e vazar de maneira criminosa os áudios para a Rede Globo. É por saber muito bem que, no Brasil, a lei não é para todos que Sérgio Moro autorizou a condução coercitiva do ex-presidente Lula, sem que Lula tenha sido intimado previamente para prestar depoimento, como prevê o Código de Processo Penal.

A luta pela paz na Venezuela

Foto: Jornalistas Livres
Do site Vermelho:

Políticos e ativistas de movimentos sociais realizaram nesta sexta-feira (1º) o Ato Político-Cultural pela Paz na Venezuela. Além de pronunciamentos e apresentações culturais, o evento também foi marcado pela divulgação de um manifesto assinado por dezenas de instituições. A iniciativa do ato foi do Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela.

Uma das presenças destacadas no ato foi a do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim que atribuiu a crise por que passa o país vizinho a ações externas e condenou a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de intervir militarmente na Venezuela. Para ele, a queda global do preço do petróleo é parte das operações que afetam o governo de Nicolás Maduro. O ex-chanceler comparou conflitos entre Rússia e Ucrânia, Irã e Arábia Saudita e a situação da América do Sul. "É muita coincidência que os preços do petróleo tenham baixado tanto."

Temer repete o beija-mão

Por Aldo Arantes, no Blog do Renato:

O beija-mão ocorreu em 1946, logo após o final da Segunda Guerra Mundial, quando o general Dwigth Eisenhower visitou o Brasil. Na homenagem a ele prestada pela Câmara dos Deputados o então deputado Otávio Mangabeira, da UDN, falou em nome da casa. Ao final o general estendeu a mão para cumprimentá-lo. Para espanto de todos ao invés do deputado pegar na mão do homenageado, de joelhos, a beijou na mais patética cena de bajulação e submissão, aos Estados Unidos, vista no país.

As medidas de interesse de Washington e do mercado, adotadas pelo ilegítimo governo Temer representam, simbolicamente, a repetição da atitude tomada por Otávio Mangabeira. Os fatos são contundentes.

Maia já não desdenha o cavalo selado

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Se a segunda denúncia contra Temer chegar à Câmara neste setembro, ele estará bem mais fraco, com a base trincada com disputas e ressentimentos. E haverá o fator Rodrigo Maia, que terá novamente um peso importante na tramitação da denúncia. O presidente da Câmara e sucessor imediato de Temer em casos de ausência ou vacância deixou o cavalo passar selado à sua frente daquela vez mas, agora, sua postura mais distante e independente vem chamando a atenção de seus pares.

Enquanto ele despachava esta semana no Planalto, por conta da viagem de Temer, era corrente na Câmara a avaliação de que ele não irá mais quebrar lanças pela rejeição da denúncia, como da primeira vez. Que não refugará se for novamente tentado a se apresentar como alternativa na eleição indireta que haverá se Temer for afastado. Isso lhe garantiria a possibilidade de disputar a reeleição no cargo, como candidato das forças conservadoras que hoje não têm um nome competitivo para 2018. Ainda mais se Lula conseguir ser candidato pelo PT.

Alckmin lança novo poste para frear Doria

Por Renato Rovai, em seu blog:

O cientista político Luiz Felipe d’Avila, cujo grande feito é ser casado com a filha do empresário Abílio Diniz, vai apresentar sua pré-candidatura ao governo do Estado de São Paulo na próxima reunião do Diretório Estadual do partido.

O encontro estava marcado para esta segunda-feira, mas foi cancelado.

A operação tem a mão, o braço e a cabeça de Alckmin, que está bastante irritado com a movimentação de João Doria pela vaga de candidato do partido à presidência da República.

Caravana de Lula: Brotos verdes no sertão

Foto: Ricardo Stuckert
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Tem um filme novo passando nas telas de cinema; não é a superprodução da Lava Jato.

Invisível na mídia conservadora, um Brasil pobre, mas teimoso em seu viço, emergiu nas redes alternativas e delas atingiu uma parte do imaginário nacional em imagens exuberantes.

O que elas contam é a arrebatadora história de uma fronteira onde o Brasil impossível se mistura ao da esperança.

Colhidas ao longo da caravana na qual Presidente Lula percorre 25 cidades em nove estados do Nordeste, desde o dia 17 de agosto, as imagens estabelecem um contraste chocante com a estética e a agenda do país oficial.

As caravanas, de Chico Buarque e Lula

Lula no Theresina Hall
Foto: Guilherme Imbassahy / JL e Mídia Ninja
Por Guilherme Santos Mello, no site Brasil Debate:

Nos últimos dias, o Brasil vem sendo sacudido de cima a baixo por duas caravanas há muito aguardadas. A primeira, uma caravana musical/artística de Chico Buarque, que após seis anos lança seu novo álbum, recheado das tradições e inovações que marcam a carreira daquele que talvez seja o maior artista brasileiro vivo. Nesta caravana, passeamos pelo Brasil atual tão tristemente atrasado, com temas que versam sobre o preconceito, a intolerância, o futebol e a homossexualidade. Os ritmos mais variados se misturam e se sucedem, servindo como base para um lirismo rico e recheado de referências, contrapondo-se à música puramente comercial que domina as rádios brasileiras e se impõe sobre os ouvintes.

Defender a Venezuela é defender o Brasil

Foto: Jornalistas Livres
Da Rede Brasil Atual:

Políticos e ativistas de movimentos sociais realizaram nesta sexta-feira (1º) o Ato Político-Cultural pela Paz na Venezuela. "A Venezuela é o bastião da resistência na América Latina. A todos que são comprometidos com causas sociais e o avanço da democracia cabe resistir contra uma direita sangrenta, bárbara e golpista no país", afirmou o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, em ato promovido pelo Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela.

A pós-mentira no governo Temer

Por Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

Recentemente, a humanidade criou um novo termo universal: a pós-verdade. Uma pós-verdade é algo falso ou imaginário, tratado como realidade. O México vai pagar por um muro na fronteira com os EUA, por exemplo. Agora, diante do ambiente político nacional, seria o caso de cunharmos um termo de sentido oposto: a pós-mentira. A pós-mentira se constituiria em algo real, mas tratado como falso ou imaginário.

Há vários exemplos do tipo na História recente do país, mas a prática de simplesmente negar os fatos provavelmente nunca esteve tão em voga quanto neste primeiro ano de governo Temer. E não seria exagero dizer que ela foi institucionalizada após as gravações do Conde com Joesley Batista. Não só por tudo o que o fatídico encontro escancarou, mas principalmente pela reação do nosso mandatário e dos brasileiros no geral.

Somos todos Venezuela!

Por João Pedro Stedile, na revista Caros Amigos:

O povo brasileiro vem sendo bombardeado todos os dias por mentiras e manipulações da grande imprensa sobre a situação da Venezuela. As acusações vão desde um governo ditatorial, migração em massa, povo passando fome e até violência diária nas ruas da policia contra todos.

Vamos aos fatos. Desde que Chávez assumiu o governo pelas urnas em 1999, foram realizadas 18 eleições. Duas delas o governo perdeu. A oposição direitista governa três estados importantes... Foi o país do planeta que mais eleições realizou em toda história, em menor período.

sábado, 2 de setembro de 2017

O papel decisivo da Globo no golpe

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – os antecedentes do processo de concentração da mídia

Em 10 de novembro de 1996, em minha coluna na Folha, sob o título “A globalização da mídia”, alertei para os efeitos das novas tecnologias no mercado de mídia, e os riscos de uma concentração excessiva de poder nas mãos da Globo.

Dizia

Nos próximos anos, será a vez de a mídia entrar na dança da modernização e das grandes fusões que estão marcando a imprensa, em nível mundial..

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

"Se Lula for condenado vai ter guerra"

Foto: Ricardo Stuckert
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Olhando para o resto do Brasil de um ponto qualquer do Nordeste, como Picuí, na Paraíba, Mossoró, no Rio Grande do Norte, ou ainda Juazeiro, no Ceará, não há dúvida que a caravana de Lula se encaminha para atingir o objetivo inicial: denunciar, por todos os meios legítimos, a consumação de um golpe dentro do golpe.

Não custa rememorar. Exatamente um ano depois do impeachment sem provas de crime de responsabilidade que afastou Dilma Rousseff, procura-se, pela segunda vez, fazer o mal pela raiz: impedir, de qualquer maneira, Lula de disputar a presidência da República Numa investigação que teve início no Ministério Público de São Paulo, muito antes da Lava Jato, a Justiça não consegue provar que Lula teria recebido um apartamento no Guarujá como suborno pela prestação de favores a uma empreiteira envolvida com transações corruptas com a Petrobras.

A batalha das ideias no Brasil do golpe

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Pode parecer que a apatia tomou conta da sociedade brasileira, escaldada em tanto retrocesso. Muitos reclamam da ausência das pessoas na rua, da diminuição dos protestos, da escalada conservadora em vários campos, da economia ao comportamento. Há uma tristeza no ar, que não pode ser traduzida apressadamente como sentimento de derrota.

Essa situação pode até ter certo fundamento na realidade, mas precisa ser compreendida na nova dinâmica assumida pelo projeto conservador. O desmonte da democracia, que domina a vida institucional nos três poderes da república e que tem na imprensa hegemônica seu fiador de todas as horas, não se dá no vazio.

É mentira que o desemprego caiu

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O mais doloroso na crise político-econômica que fustiga o Brasil elevando a pobreza, a miséria e a desigualdade, extinguindo ou “precarizando” postos de trabalho, reduzindo salários e eliminando direitos trabalhistas, é a manipulação da opinião pública pela mídia conservadora, elitista e, portanto, partidária da concentração de renda.

Antes de adentrar o assunto que intitula o post, a farsa sobre queda do desemprego, é necessário explicar por que a Globo, a exemplo de outros grandes grupos de mídia, tem batido duro no governo Michel Temer no campo político. Além disso, também há que explicar a crise econômica que não termina, só piora.

Doria nomeia ex-prefeito condenado

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O prefeito de São Paulo João Doria Jr. nomeou para chefe de assessoria técnica da secretaria do governo o ex-prefeito de Cotia Antônio Carlos de Camargo, do PSDB.

“Carlão”, figura folclórica na região, teve pedida sua inelegibilidade por 8 anos em outubro de 2016 num caso de abuso de poder político.

Seu sucessor e aliado, Rogério Franco, foi cassado na mesma ação.

Em fevereiro deste ano, Carlão foi condenado por improbidade administrativa.

Um ano da morte anunciada

Por Marco Piva

Há um ano, o Brasil assistiu, numa improvável sessão dominical da Câmara dos Deputados, a destituição da presidenta Dilma Rousseff. Para seus críticos, ela era um incômodo para o desenvolvimento econômico. Com o objetivo de conseguir o impeachment a qualquer custo, a oposição foi buscar o argumento das "pedaladas fiscais", cuja explicação não alcançava a população, mas se tornou, naquele momento, o único meio possível de apeá-la do governo com o apoio majoritário de um Congresso mais do que suspeito.

População sofre com cortes de Doria

Foto: Brisa Serena Guedes/Reprodução Facebook
Por Beatriz Drague Ramos, na revista CartaCapital:

Por mais de quatro horas, Carlita Viana Pereira, 50 anos, aguardava atendimento na sala de espera do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) de Itaquera, na zona leste de São Paulo. O dia frio não a inibiu de tentar resolver problemas com o Cadastro Único, que dá acesso ao Bolsa Família, um alívio financeiro para a abatida senhora responsável por sustentar, sozinha, os dois netos na periferia de São Paulo.

“Cheguei aqui às 8 da manhã e peguei a senha. Às 9 horas ainda não tinham me atendido. Aí a moça falou que eu poderia levar minha neta na escola e voltar. Voltei e ainda estou aguardando.” Já era 13h30. “Também não consegui o benefício do meu neto. O cadastro está feito já tem um ano, mas não recebi nenhuma cartinha de confirmação.”

Lula no deserto dos ventos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Achando que é pouca gente para um comício de Lula?

Pois saiba que é em Marcolândia, uma cidadezinha piauiense de 8 mil habitantes no ponto mais alto da Chapada do Araripe, entre o Ceará, Pernambuco e o Piaui, a quase 750 metros de altitude.

É por isso que Marcolândia, apesar de sua pobreza, agora menor, contribui para a economia brasileira por abrigar um grande parque gerador de energia eólica, concluído no Governo Dilma.

1 ano de golpe: há 365 dias chove no Brasil

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Há mais de 365 dias chove no Brasil. A frase não é exatamente minha, mas uma apropriação da sentença que abre o filme do cineasta argentino Fernando Solanas. Pino, como é conhecido pelos amigos, lançou em 1998, A Nuvem, no qual critica veementemente o governo argentino da era Menem e a submissão inconteste do país aos interesses estadunidenses.

“Ha mais de 1600 dias chove em Buenos Aires”.

No filme, as pessoas andam para trás, numa clara alusão ao país que retrocedia e perdia sua soberania, sua identidade cultural e que privatizava todas as áreas da sua economia ao mercado.