quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Deputado da tatuagem vai perder o mandato?

Por Altamiro Borges

O deputado Wladimir Costa (SD-PA), que ganhou os holofotes da mídia ao tatuar o nome de Michel Temer no ombro, devia ser motivo da preocupação dos seus pares na Câmara Federal. Com seus gestos patéticos, sua ação agressiva e suas posições preconceituosas, ele desmoraliza ainda mais o parlamento brasileiro – que, segundo as pesquisas, já está com a credibilidade na lama. Na semana passada, quando da votação do arquivamento da denúncia de corrupção contra o usurpador, o puxa-saco fisiológico assediou a repórter Basília Rodrigues, da rádio CBN. Já nesta terça-feira (8), ele utilizou seu WhatsApp para destilar o seu ódio fascistoide contra Ricardo Boechat, apresentador do Grupo Bandeirantes.

O aloprado difundiu uma montagem em que o microfone do jornalista foi substituído por um órgão sexual masculino. O título é “Ricardo Bichat e o microfone de nervo” e os balões trazem mensagens homofóbicas. Procurado pela Folha, o parlamentar afirmou, na maior caradura, que “apenas compartilhou” o meme preconceituoso que recebeu de seus seguidores fanáticos. Já o jornalista Ricardo Boechat ainda não se manifestou sobre a baixaria “e a assessoria de imprensa do Grupo Bandeirantes informou que não vai comentar o gesto”. Na Câmara Federal, porém, a paciência com o tatuado parece que está no fim. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) já anunciou que apresentará representação contra Wladimir Costa no Conselho de Ética.

As atitudes fascistas do deputado do Solidariedade também tem causado repulsa da sociedade. O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal inclusive já ingressou com um processo na Justiça, acusando o parlamentar de praticar assédio moral e sexual contra a repórter Basília Rodrigues. Só para refrescar a memória, o episódio grotesco ocorreu na terça-feira passada (1º), na véspera da votação da denúncia da PGR contra Michel Temer. Durante jantar na casa do primeiro vice-presidente da Câmara Federal, Fábio Ramalho (PMDB-MG), a repórter da CBN pediu para o exibicionista Wladimir Costa mostrar a tatuagem para comprovar a versão de que ela é definitiva. “Para você só se for o corpo inteiro”, respondeu o machista diante dos presentes.

Em seu Facebook, Basília Rodrigues deu detalhes sobre o episódio e exigiu respeito do maníaco. “Parlamentares constrangidos vieram me pedir desculpas pelo comportamento do nobre colega”, relatou na rede social. Confiante na sua impunidade na república dos golpistas, Wladimir Costa ainda postou fotos da jornalista e escreveu inúmeras ofensas misóginas. Até quando a Câmara Federal vai aturar este sujeito desqualificado – que inclusive coleciona várias denúncias de corrupção em seu Estado? Se nada for feito para coibir suas ações, o parlamento será tatuado com sua patética imagem.

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