quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O golpe é para "privatizar tudo"

Por Altamiro Borges

Animados com a possibilidade do impeachment da presidenta Dilma, alguns tucaninhos começam a abrir o bico e a revelar as verdadeiras razões deste golpe. Em artigo publicado na Folha desta quinta-feira (17), a economista Elena Landau, que foi apelidada de "musa das privatizações" durante o triste reinado de FHC, escancara os interesses que movem esta conspiração. Para ela, "é hora de privatizar" - de preferência, entregando o patrimônio público e as riquezas nacionais para o capital estrangeiro.

A entreguista Elena Landau, conhecida por seu doentio complexo de vira-lata, teve papel de destaque no criminoso processo da "privataria tucana" - tão bem descrito no livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr.. Ela foi assessora da presidência do BNDES e diretora do "Programa Nacional de Desestatização" do governo FHC. Ela faz parte do grupo de economistas ultraneoliberais da PUC-RJ, que tem entre os seus expoentes figuras como Armínio Fraga, Pérsio Arida, Gustavo Franco e André Lara Resende. Ela também tem sólidas ligações com o império, tendo estudado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), um antro mundial das teses destrutivas e regressivas do neoliberalismo.

Com este currículo, Elena Landau tornou-se a musa dos tucanos e porta-voz dos interesses de rapina das corporações estrangeiras. A partir da vitória de Lula, em outubro de 2002, a economista caiu no ostracismo e passou a cuidar dos seus negócios. Só voltava à tona nas campanhas eleitorais, ajudando na elaboração dos programas dos candidatos derrotados do PSDB - José Serra, Geraldo Alckmin e, no ano passado, do cambaleante Aécio Neves. A Folha tucana, sempre tão generosa, até garantiu um palanque para a economista neoliberal, mas sem maior repercussão. Agora, com a ofensiva golpista pelo impeachment de Dilma, Elena Landau adquire novamente "prestígio".

No artigo intitulado "É hora de privatizar", ela demonstra que mantém o bico tucano afiado. Do seu palanque, ela critica o pacote fiscal apresentado nesta semana pelo governo federal. Ele seria muito tímido. "Os ajustes propostos não atacam erros fundamentais que levaram ao descalabro nas contas, entre eles o gigantismo do Estado, e pouco avança neste campo. A privatização não foi mencionada uma vez sequer". Para ela, "a privatização é parte da solução dessa crise. Ela não depende, na maioria dos casos, de apoio do Legislativo. Apenas da vontade política do Poder Executivo".

Após passar um período de esquecimento, ela até tenta se jactar dos seus feitos no desastroso reinado de FHC. Vaidosa, ela se gaba do "sucesso" do Programa Nacional de Desestatização. Só não diz que parte do patrimônio público foi vendida a preço de banana - é só lembrar da entrega da Vale - e que, mesmo assim, o país ficou de joelhos por três vezes diante do FMI e quase quebrou totalmente. FHC e Landau, entre outros privatistas e entreguistas, foram escorraçados do governo pelo voto popular. Agora, eles desejam voltar ao poder através de um golpe para concluir o serviço sujo da privatização.
"A crise abre oportunidade para nova rodada de privatizações... A lista de ativos federais, estaduais e municipais a serem vendidos pode e deve ser ampliada. Há oportunidades na área de distribuição de gás, transportes e saneamento. A quantidade de empresas e o montante de recursos a serem arrecadados é grande. Some-se ainda o plano de desinvestimento da Petrobras e os valores duplicam. O PND (Plano Nacional de Desestatização) precisa sair de sua longa hibernação e o BNDES deve recuperar sua vocação para coordenar o projeto de desestatização nacional, com lei específica e regras claras. A gravidade da crise não permite tergiversação", conclui a economista neoliberal.

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7 comentários:

jose erb ubarana disse...

Essa entreguista e traidora da Nação deveria ser enquadrada para julgamento como criminosa por entregar as riquezas do País às multinacionais.

Unknown disse...

É incrível que ainda existam pessoas que falem a favor da privatização. Qualquer cidadão que avaliar os setores da economia que forma privatizados no governo FHC (telefonia, planos de saúde, bancos, etc.) terá que admitir (se tiver ao menos um pouco de sinceridade) que o resultado da privatização foi desastroso. Ou será alguém ainda teria cara de pau de dizer que banco e operadoras de telefonia prestam bons serviços? E que estes serviços são baratos? E que existe concorrência e não monopólios? Pode ser que a maioria dos brasileiros seja mais jovem que eu mas eu lembro com clareza das campanhas de FHC na tv a favor da privatização. Ele afirmou e reafirmou várias vezes: Temos de privatizar para melhorar os serviços, diminuir as tarifas e aumentar a concorrência. Se alguém acha que algumas dessas 3 coisas aconteceu que se manifeste!!

Anônimo disse...

Sem dúvida, trata-se de traição!

Mailson Ramos disse...

A sanha da oposição expõe suas verdadeiras pretensões que são entregar o Brasil e demover da mão do povo os direitos sobre esta terra. Você, Miro, é genial. Tenho acompanhado suas publicações e reproduzido em meu site. Gostaria que você o visitasse: Nossa Política http://nossapolitica.net, e compartilhasse os meus artigos: http://nossapolitica.net/mailson-ramos/

sergio m pinto disse...

E ainda tem otário, que se acha esclarecido, que vota nessa gente. Triste país de ignorantes.

Maria de Lourdes Cardoso disse...

Ela só tem malandragem, entrei no twitter e vi uma mulher apenas com desenvoltura, mecanismo perigoso, porque encontra adeptos com facilidade. Escreve errado: escreveu "chorume" por "chorumela". Uma erva daninha.

Ricardo disse...

" (A privatização) não depende, na maioria dos casos, de apoio do Legislativo. Apenas da vontade política do Poder Executivo"".

Esse é um grande absurdo do Brasil. Enquanto para aprovar qualquer medida, por mais simples que seja, o governo obrigatoriamente necessita enviá-la ao Congresso, negociar, ceder, desgastar-se para poder obter a maioria necessária de votos para a aprovação, no caso de privatizações, é bem diferente. Vender patrimônio público, que pertence a todos os brasileiros, em muitos casos empresas antigas, até centenárias, que demandou grandes lutas e sacrifícios da população para construí-las e erguê-las, é muito mais fácil do que deveria. Fácil e rápido, pois em um único mandato de 4 anos um governo neoliberal, entreguista, corrupto e incompetente, que queira vendê-las (ou doá-las, como fez o governo FHC do PSDB) pode acabar com a maioria desse patrimônio, como uma nuvem de gafanhotos famintos destrói uma plantação.
A lei precisa mudar, tornar mais difícil esse processo de privatizações, exigir consulta direta ao povo, além de votos de 2/3 do Congresso para aprovar a venda de qualquer estatal, para evitar que futuramente algum governo entreguista repita o desastre que foi, ao País, a privataria tucana nos anos 90.