terça-feira, 3 de outubro de 2017

Se impedido, Lula influenciará segundo turno

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O Instituto Datafolha divulgou o dado que faltava para confirmar a força eleitoral que terá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito do ano que vem: com 35% de preferência, ele terá também uma enorme capacidade de transferir votos para outro candidato, caso venha a ser impedido de concorrer por uma condenação em segunda instância.

Segundo a pesquisa da semana passada, ele poderia transferir, hoje, quase 60% de seus votos a outro candidato: 59% deles afirmam que votariam "com certeza" no nome apoiado por Lula e outros 24% "talvez" fizessem o mesmo. Esta transferência levaria o apoiado a obter 21% dos votos, fração suficiente para levá-lo ao segundo turno, "num cenário de disputa pulverizada, sem claros favoritos", como descreve a própria Folha.

Os recibos de Lula e a falsa polêmica

Por Cristiano Zanin Martins, no site Lula:

O conceito de que o réu se defende daquilo que consta na peça acusatória do Ministério Público -a denúncia- não vale para o ex-presidente Lula nos processos que tramitam sob a condução do juiz Sergio Moro.

Nesses processos, os fatos e o direito estão em movimento permanente. Vale aquilo que possa justificar a condenação preestabelecida, por mais frágil e injurídica que seja. Quando a defesa produz prova da inocência, ela é desprezada ou, no mais recente episódio dos recibos dos aluguéis, a verdade é fraudada já no prejulgamento de setores da imprensa.

Mídia alternativa: Anti-cidadão Kane

Por Cynara Menezes, na revista Caros Amigos:

Em 1941, foi lançado um dos mais célebres filmes de todos os tempos, Cidadão Kane, de Orson Welles. A história gira em torno de um magnata da imprensa, Charles Foster Kane, inspirado em um personagem real, William Randolph Hearst, dono de uma rede de jornais e revistas nos Estados Unidos durante o final do século 19 e princípios do século 20.

A vida dos barões midiáticos serviu muitas vezes de inspiração para o cinema e para a literatura. Entre nós, tivemos Chatô, a monumental biografia de Assis Chateaubriand, escrita por Fernando Morais, que se tornou best-seller instantâneo em 1994, transformada mais tarde em filme, aos trancos e barrancos, por Guilherme Fontes. Com uma trajetória pessoal bem menos trepidante que a do paraibano, os proprietários da Folha, do Estadão e da Globo foram retratados em biografias chapa-branca que os tratam como “jornalistas” e não donos de jornal.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Reitor da UFSC e o penalismo do espetáculo

Foto: Jair Quint/Agecom/UFSC
Editorial do site Vermelho:

Abuso das prisões temporárias e preventivas, uso indiscriminado e irregular do instrumento das delações premiadas, investigações que não consideram as garantias individuais mínimas, condenações que subvertem completamente o princípio da proporcionalidade entre delito e pena - todos esses elementos e mais alguns com o mesmo sentido marcam a realidade jurídica brasileira nos últimos anos.

O trágico suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, que havia sido preso de modo arbitrário há alguns dias, deve ser visto como parte desse triste processo. Em carta publicada logo após a sua soltura, Cancellier havia feito um relato sobre linchamento social a que vinha sendo submetido. Sem direito à defesa, impedido de entrar na universidade que dirigia, visto do dia para a noite como corrupto, o professor demonstrou no texto a tristeza e a estupefação que, aparentemente, o levaram ao ato extremo.

O general Mourão e o blefe fardado

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Talvez para fechar o ciclo de provocações inúteis, o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, convocou para um encontro no Rio de Janeiro, realizado dia 26 de setembro, alguns generais da ativa e muitos da reserva, com a finalidade de “orientar pessoalmente” comandados e ex-comandados. Lá enquadrou todo mundo.

Civis tresloucados – algumas dezenas de homens e mulheres – clamam hoje pelo golpe, dirigindo-se insistentemente ao Twitter do general Villas Bôas. Ele não dá resposta. Os civis se dividiram. O Exército, não.

A luta de classes em cenário pós-industrial

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A passividade das ruas e a apatia dos brasileiros têm sido identificadas por acomodação das lutas de classe. A prevalência de um presidente tão impopular, envolvido por diversos escândalos de corrupção e impositor de reformas que mesmo rejeitadas avançam pela troca de votos parlamentares por privilégios das verbas e cargos públicos, não valida, contudo, tal compreensão.

Acontece que a convencional luta de classe consolidada pela antiga sociedade urbana e industrial sofre importantes mudanças diante da ascensão da sociedade de serviços. Pela tradicional classe trabalhadora industrial, a organização taylorista e fordista da produção implicou hierarquia e polarização entre os que mandavam e os que eram mandados. O trabalho material resultava em produção de algo concreto e palpável, indicando as razões de pertencimento e identidade de classe a partir da presença no próprio local de trabalho.

O novo surto fascista da Folha

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Não existe limites para a sordidez e o fascismo da imprensa brasileira.

A Folha de São Paulo publicou manchete hoje, dizendo que: “brasileiro quer Lula preso”.

Aí você vai ler a matéria e vê que 40% dos brasileiros NÃO querem Lula preso.

A Folha pensa que esses 40% NÃO sejam brasileiros?

Sem contar que a Folha nunca fez pesquisa para saber se o brasileiro “avalia” se o Serra deve ser preso, se o FHC deve ser preso, se Aécio deve ser preso.

Ascensão de Lula dificulta manobras

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A liderança de Lula nas pesquisas para 2018 não é uma surpresa. A novidade, no mais recente levantamento do Datafolha, é a vantagem sobre os adversários. Lula está com 35% de intenções de voto, o dobro e um mais um pouco do que a soma das preferências acumuladas por Jair Bolsonaro (16-17%) e Marina Silva (13-14%).

Outro aspecto importante. Os questionários do levantamento foram respondidos quando a notícia da condenação em primeira instância pela Lava Jato já se tornara um assunto conhecido e mastigado pela população. Mesmo assim, comparado com o levantamento anterior, de junho, Lula cresceu cinco pontos.

É proibido! Lula não pode vencer!

domingo, 1 de outubro de 2017

Jucá vai “estancar a sangria” da família?

Por Altamiro Borges

Romero Jucá, o líder golpista que confessou que o impeachment de Dilma Rousseff teve como objetivo “estancar a sangria” das investigações de corrupção no país, sofreu um baque na quinta-feira passada (28). A Polícia Federal deflagrou uma ação que teve como alvo os filhos do senador do PMDB, Rodrigo e Marina, e duas enteadas. Batizada de Operação Anel de Giges, ela apura o desvio de R$ 32 milhões na obra superfaturada da “Fazenda Recreio”, localizada em Boa Vista, e na construção do empreendimento “Vila Jardim”, do projeto Minha Casa Minha Vida no bairro Cidade Satélite, também na capital de Roraima.

Datafolha faz a direita arrancar os cabelos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Não é “oficial”, mas montei um gráfico com os números já divulgados do Datafolha.

Dispensa explicações.

Como a Folha admite que 35% é o mínimo que Lula atinge nos cenários propostos, é “daí para pior”.

Algumas observações , quase óbvias.

A perseguição beneficiou Lula em grande escala. Passar de 30 apara 35% significa que cada cinco eleitores de Lula viraram seis.

O tsunami reacionário que abala o Brasil

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em março de 2013, Dilma ostentava 65% de aprovação popular nas pesquisas, maior que Lula e FHC no mesmo período de governo. Segundo o Datafolha, os brasileiros estavam otimistas com a situação econômica pessoal e acreditavam no poder de compra dos salários. Apenas três meses depois, logo após as Jornadas de Junho, a popularidade da presidenta despencou, uma queda de 27 pontos. Foi a maior redução de aprovação de um presidente entre uma pesquisa e outra desde que Collor confiscou as poupanças.

Palocci é o cabo Anselmo dos dias atuais

Crise política e a marcha da insensatez

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Cena 1 – o descuido com a segurança política

Há uma enorme dificuldade das instituições brasileiras de interpretar desdobramento da crise e entender cada episódio de corte e e suas consequências.

Na montagem da cúpula do Judiciário e do Ministério Público Federal, foi fatal o descuido dos governos petistas, não entendendo o poder desestabilizador da Justiça e do MPF. A segurança institucional e a estabilidade política deveriam ter sido o foco principal nas escolhas. E, por tal, entenda-se avaliar as pessoas em um quadro de stress elevado.

Como se comportaria, por exemplo, uma Carmen Lúcia em uma situação de stress político? E um Dias Toffoli? E um Rodrigo Janot? Um Luís Roberto Barroso? Um Ayres Brito?

Os rentáveis escândalos do MBL

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

As pessoas que não conhecem como funciona o mercado dos clicks às vezes ficam no escuro sobre o comportamento de quem ganha dinheiro na internet.

Hoje uma clicada vale dinheiro. Pago, muitas vezes, pelo Google. Ou, indiretamente, pela audiência que você vende aos patrocinadores.

Mesmo os jornalões dependem dos clicks. Por isso, eles acabam se rendendo às redes sociais. Uma imensidão de clicks parte do Facebook, onde as pessoas se abrem como jamais se abririam diante de um psicanalista.

Lula dispara graças a Moro, Temer e mídia

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:




Lula deve seu desempenho no Datafolha a Michel Temer, a Sérgio e à mídia.

Ao primeiro, por razões óbvias: MT é um fracasso completo em todas as áreas, um desastre ambulante que não entregou a rapadura do golpe e cujo horizonte político é tenebroso.

Fisiológico e acostumado a operar nas sombras, foi um pau mandado pago para destruir, em tempo recorde, a obra dos governos anteriores. Ficou claro que nunca teve projeto algum.

Merece crédito quem trai a República?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                               
Causa-me estranheza o crédito dado ao Supremo Tribunal Federal por parte de pessoas comprometidas com a causa democrática. Perdem seu tempo. O julgamento do mensalão, que distribuiu condenações sem provas a torto e a direito, e a participação na engrenagem golpista em 2016, são dois exemplos de traição do STF à sua função republicana de defender a Constituição.

Esse mesmo conjunto de ministros acaba de agredir o conceito de estado laico ao impor o ensino confessional no Brasil, se lixando para o brutal retrocesso civilizatório que a decisão provocará. Ao mesmo tempo, a Corte oscila entre a omissão e o aplauso diante da maior regressão social da história, patrocinada por Temer, e a entrega criminosa das riquezas do país.

A solidariedade à ocupação do MTST

Liquidação geral no governo de Temer

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Algumas semanas atrás escrevi aqui nesta coluna do Brasil de Fato sobre o que chamei de doença da privatização. Uma doença terrível que acaba com as forças e a riqueza de um país entregando setores estratégicos para empresas nacionais e estrangeiras que terão como interesse principal o lucro. E, antes que alguém se pergunte, é preciso sempre reafirmar que ter o lucro como principal interesse é, sim, um grave problema. Principalmente quando estamos falando de setores que são essenciais para o progresso de um povo e de um país, como saúde, educação, comunicação, energia elétrica, assim como vários outros.

A democracia não caiu do céu