sábado, 9 de setembro de 2017

Um balanço da histórica Caravana de Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por Paulo Donizetti de Souza, na Revista do Brasil:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quis retomar a experiência de suas caravanas pelo Nordeste. A região foi a que mais desfrutou as transformações sociais nos 12 anos seguintes à sua posse do governo, em 2003. De um lado, os programas sociais puseram comida na mesa de miseráveis. De outro, essas famílias passaram a ter as crianças na escola e com a vacina em dia. Essa pequena renda pingadinha em cada família, somada ao salário mínimo recebido pelo aposentado do trabalho rural, garantia a sustentação econômica dos municípios mais longínquos e também das periferias nas grandes cidades.

Clima de fim de feira no Banco do Brasil

Por Helberth Ávila de Souza, no jornal Brasil de Fato:

Recentemente, Mauro Santayana publicou um artigo em seu blog em que relata o martírio de um amigo na tentativa vã de abrir uma conta em uma agência do Banco do Brasil (BB).

O título do artigo é bastante sugestivo: “Procurem o concorrente, por favor!".

Em uma estratégia que parece só atender aos interesses de seus competidores diretos, o BB, através de seus gestores encastelados no bunker do golpe, em Brasília, levam a efeito o desmonte da estrutura de atendimento com o suposto objetivo de imprimir eficiência e modernidade nas unidades de negócios daquele que já foi o maior banco do país.

Aqui Jaz a Nova República

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

Recentemente, os doutores do Instituto de Economia da Unicamp, Ana Luiza Mattos, Flávio Arantes e Pedro Rossi escreveram um excelente texto sobre o “pacto da austeridade” que se criou no país após o Golpe de 2016.

Não pude deixar de pensar algo um pouco além do texto: o pacto é uma imposição da agenda entreguista e neoliberal, como também é, indubitavelmente, o pilar principal (quiçá o único) que sustenta a política nacional.

Lava Jato: Entre a realidade e a ficção

Por Tânia M. S. Oliveira, no site Carta Maior:

“Pacto de sangue”. A frase dita pelo ex-ministro Palocci ao juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira, 06 de setembro, após um ano preso e contradizendo seu depoimento anterior, para qualificar a relação entre o ex-presidente Lula e a Odebrecht, aproxima ainda mais a operação Lava Jato de uma peça de ficção. Peça, aliás, já transposta para as telas de cinema, cuja sessão de pré-estréia contou com servidores públicos – juízes procuradores e outros – rindo às gargalhadas em suas poltronas. A Lava Jato, para essas pessoas que deveriam ser impassíveis e sóbrias diante da responsabilidade que seus cargos exigem, indica ter virado entretenimento. A investigação sobre a vida de sujeitos, os julgamentos que podem custar-lhes a liberdade, foram visualizados pelos agentes que os conduzem em uma telona enquanto comiam pipoca, trocavam afagos recíprocos e conversavam amenidades, como em uma sala de espetáculo.

Palocci fez acordo para salvar a Globo?

Por Altamiro Borges

O onipresente Grupo Globo – com seus canais de televisão, rádio, jornais, revista e site – não para de difundir o depoimento do trânsfuga Antonio Palocci ao carrasco Sergio Moro. O alvo, como sempre, é o ex-presidente Lula e o bordão ‘pacto de sangue’ é martelado na cabeça dos ‘midiotas’. O mesmo império de comunicação que fez de tudo para abafar a histórica Caravana de Lula pelo Nordeste tenta criar um clima na sociedade para que o carismático líder petista seja preso ou impedido de disputar as eleições presidenciais de 2018 – se é que elas vão ocorrer. Antes do depoimento sem provas, porém, Antonio Palocci metia medo na famiglia Marinho e nos banqueiros. Será que houve algum acordo para salvar a Rede Globo e os abutres financeiros?

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Autor do áudio contra Lula devia ser preso!

Foto: Ricardo Stuckert
Por Altamiro Borges

Nesta sexta-feira (8), um áudio de uma suposta conversa entre Lula e o ex-presidente nacional do PT, Rui Falcão, agitou as redes sociais. Os “coxinhas” da internet ficaram superexcitados, espalhando a mentira sem qualquer sentimento de culpa – coisa típica dos fascistas. No áudio, o líder petista se queixa do depoimento do trânsfuga Antonio Palocci ao "justiceiro" Sergio Moro e chega a insinuar que ele deveria ser assassinado. A produção é profissional, com o uso de uma voz rouca parecida com a de Lula e muitos palavrões. A farsa, porém, logo foi desmascarada. Até o portal G1, da golpista e inescrupulosa Rede Globo, foi forçado a reconhecer:

ACM Neto frequentava o ‘bunker’ do Geddel?

Por Altamiro Borges

Na manhã desta sexta-feira (8), a Polícia Federal prendeu o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), um dos principais chefões do golpe dos corruptos que alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer. A decisão foi tomada após a confirmação de que as suas digitais foram encontradas no “bunker” em Salvador que escondia R$ 51 milhões em dinheiro vivo. O falso moralista, que esbravejava pela “ética” nas marchas pelo impeachment de Dilma Rousseff, foi levado da capital baiana para Brasília e será trancafiado no presídio da Papuda. Além dele, também foi preso Gustavo Ferraz, ex-assessor de Geddel Vieira e homem de confiança do demo ACM Neto, que atualmente ocupa o cargo de diretor da Defesa Civil na prefeitura de Salvador.

'Justiça' despreza malas para mirar no PT

Por Katia Guimarães, no blog Socialista Morena:

Nem a descoberta de malas com 51 milhões de reais, a maior apreensão da história, em um apartamento ligado a Geddel Vieira Lima, do PMDB, foi capaz de fazer a “Justiça” brasileira tirar o foco do PT. A delação do ex-ministro Antonio Palocci deu novo gás à Lava-Jato, que voltou à carga contra Lula, com o apoio da Procuradoria-Geral da República, que denunciou o ex-presidente e a presidenta eleita Dilma Rousseff no Supremo Tribunal Federal. A nação silenciosa assiste a tudo estupefata diante da superioridade das convicções diante das provas: fotos e vídeos de malas de dinheiro valem menos do que delações de criminosos.

Mídia queria sangue, ganhou em taça de cristal

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

A divulgação da delação premiada de Antonio Palocci deu início a mais um capítulo da novela conduzida pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro, a Operação Lava Jato. O ex-ministro proferiu em seu novo depoimento a frase perfeita para manchetes e escaladas dos grandes meios de comunicação hegemônicos: Lula e Odebrecht fizeram pacto de sangue. A sentença está sendo exibida desde ontem no destaque dos portais da Folha, Estadão, Globo, e repetida exaustivamente nos noticiários de rádio e TV.

Neste 07 de setembro, os três maiores jornais diários do Brasil usaram o “pacto de sangue” em suas manchetes principais. Não é mera coincidência e tampouco uma surpresa.




A resistência ao retrocesso no Congresso

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Os rumos privatizantes, financistas e globalizantes do Brasil ainda podem ser revertidos no governo do impopular Michel Temer? Podem ser desbancados por um projeto político nacionalista, mais ligado à indústria e ao mercado interno, na sucessão de 2018?

O nascimento, em Brasília, de uma Frente Parlamentar em Defesa da Soberania Nacional mostra que há quem acredite ser possível refazer a rota. Desafios não faltam, no entanto.

A política é dominada pelos ricos e estes não têm motivos para se queixar de rumos. Boa parte da indústria tornou-se rentista, faz a festa no mundo das finanças sem fronteiras e arrancou de Temer uma reforma trabalhista barateadora do brasileiro.

'Escola sem Partido': o que isso significa?

Por Dermerval Saviani, no Blog do Renato:

No Brasil o atual governo, resultado de um golpe parlamentar, vem tomando várias iniciativas na direção do abastardamento da educação. A par de medidas como cortes no orçamento, destituição e nomeação de membros do Conselho Nacional de Educação sem consulta, um sinal emblemático da intervenção nos próprios conteúdos e na forma de funcionamento do ensino é o movimento denominado “Escola sem partido” que se apresenta na forma de projetos de lei na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e em várias Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais do país.

'Justiça' e mídia cobrem nação de vergonha

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                

Em menos de 48 horas, uma sucessão de fatos inadmissíveis em qualquer país civilizado desnudaram pela enésima vez o dito sistema de justiça brasileiro e seu pacto mafioso com o monopólio da mídia.

Primeiro vaza um áudio revelador sobre o que há muito já se diz sobre as delações premiadas: suas negociatas, que se dão em meio à lama do submundo da justiça e da política, contam com a participação ativa de procuradores do MP.

Em seguida, o procurador-geral, Rodrigo Janot, desnorteado com o fato de seu ex-braço direito no MP ser pego com a boca na botija aponta suas baterias para os integrantes de outra instituição desmoralizada: o Supremo Tribunal Federal.

Jornalistas da EBC relatam medo e censura

Por Matheus Pichonelli, no site The Intercept-Brasil:

Era como falar do carro alegórico sem mostrar o samba-enredo. No Carnaval de 2017, a impopularidade de Michel Temer, então com 10% de aprovação, segundo o Datafolha, ganhou fala e alegoria nas manifestações de foliões Brasil afora.

Os protestos pipocavam nas ruas, nas redes e no noticiário – mas não nos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela gestão da Agência Brasil, da TV Brasil e de emissoras de rádio, e cuja direção vetava a divulgação e até mesmo menções a faixas e cartazes onde se liam “Fora Temer” e outras críticas ao governo e suas reformas.

As possibilidades democráticas na internet

Por Helga do Nascimento de Almeida, no site Brasil Debate:

O golpe dado por Michel Temer é uma realidade agonizante e que vem trazendo diversos desdobramentos perversos para o Brasil. Os resultados dessa empreitada de diminuição feroz do Estado brasileiro, além de estarem produzindo cicatrizes profundas na economia e desenvolvimento social do país, também têm gerado marcas na relação entre as elites políticas brasileiras e os eleitores.

Se a desconfiança em relação aos representantes políticos no Brasil já era baixa – segundo dados da FGV a confiança da população na figura do presidente da República em 2015 era de 14% e no Congresso era de 12% – hoje, diante de um presidente que apresenta uma taxa de aprovação de 4% (segundo pesquisa VoxPopuli/CUT de 2 de Agosto de 2017), há, de fato, um perceptível desânimo nacional em relação aos políticos brasileiros.

As notícias exageradas da morte de Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“As notícias sobre minha morte têm sido extremamente exageradas”, observou Mark Twain certa vez.

O depoimento de Antonio Palocci a Sergio Moro foi recebido com imensurável alegria pelos suspeitos de sempre.

Ricardo Noblat, amigo de Temer, autor da fabulosa pergunta sobre como Michel conheceu Marcela num Roda Viva, decretou em sua coluna no Globo: “game over”.

“Palocci finalmente cedeu às pressões dos seus advogados e contou o que sabe em depoimento a Moro”, diz Noblat.

A globalização neoliberal está em xeque?

Por Tatiana Berringer e Diego Azzi, no site Vermelho:

Importantes acontecimentos na cena internacional tem apontado que a globalização neoliberal pode estar em xeque.

Com efeito, desde 1989 e o fim da Guerra Fria, os defensores do (neo)liberalismo celebravam a vitória do livre-mercado sobre a centralidade do Estado no planejamento econômico - seja o planejamento socialista da URSS; aquele capitalista dos Estados de bem-estar social ou, ainda, do desenvolvimentismo latino-americano.

Palocci e a miséria humana

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Comento, com mais calma, o episódio do depoimento de Antonio Palocci a Sérgio Moro, pois trabalhei precariamente entre a tarde de ontem e agora, em função de uma participação num debate sobre jornalismo econômico no Congresso do Conselho de Economistas do Brasil, em Belo Horizonte,ao lado de Luís Nassif ( GGN), Ricardo Conceição (editor da revista Conjuntura Econômica, da FGV) e João Borges ( da Globonews) que, brevemente, publicarei aqui.

As acusações de Palocci são inúteis

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

As acusações de Antonio Palocci a Lula e Dilma não passam de jogo de cena destinado a empanar o brilho das andanças do ex-presidente e de sua sucessora com vistas à eleição presidencial de 2018.

Antes de explicar por que, vamos contextualizar a acusação do ex-ministro dos dois ex-presidentes petistas.

Lula vem arrastando multidões pelas ruas de todo país. Nas pesquisas de opinião sobre intenção de voto na eleição presidencial do ano que vem, o ex-presidente já é o líder isolado enquanto que os candidatos preferidos da mídia antipetista – Alckmin ou Doria – estão empacados na lanterna.

A retomada a ofensiva contra Lula

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

São redundantes e ociosas as considerações morais sobre o que fez Antonio Palocci, o primeiro petista a delatar o ex-presidente Lula em busca da salvação numa delação premiada. Há algum tempo circula no PT um diagnóstico atribuído a José Dirceu: "Palocci já virou cachorro". Na ditadura, cachorros eram os militantes que se tornavam colaboradores da repressão, levando companheiros à prisão e à morte. Certo é que a Lava Jato, Janot e Moro retomaram a ofensiva contra o PT e o ex-presidente, apesar das lambanças envolvendo Temer, Geddel e outros partidos da coalizão governista, e pode estar em curso uma ação coordenada para fechar o cerco com a prisão de Lula. E Palocci, com seu depoimento, forneceu uma das peças mais importantes para o roteiro que começou a ser montado esta semana. Um roteiro de filme de ação vertiginosa, em que o telespectador perde o encadeamento das cenas e o significado da narrativa.

Palocci e os operadores financeiros

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O ensaio de delação do ex-ministro Antonio Palocci é a demonstração cabal de como funciona a Lava Jato. Sua missão não é prender e punir corruptos e corruptores. É usar o poder de prender e punir corruptos e corruptores para livrar corruptos e corruptores, desde que atendam aos objetivos políticos da operação.

É o caso de Palocci.

Palocci tinha duas formas de operar. Uma delas, era para o PT, as conversas informais com financiadores de campanha. Nessa ponta, conversava com empreiteiras e frigoríficos. Na outra, atuava em benefício próprio agindo preferencialmente com investidores e bancos de investimento.