quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Dilma denuncia ao mundo o golpe no Brasil

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

A presidenta deposta, Dilma Rousseff (PT), iniciou neste mês uma série de viagens ao exterior para denunciar o golpe que levou Michel Temer e sua turma ao poder. A viagem, que vai até o dia 5 de fevereiro, começou pela Espanha, na terça-feira (24), quando Dilma esteve em Sevilha, no seminário organizado pelas universidades da Espanha e Portugal. De acordo com a programação, Dilma abriu o evento com a palestra inaugural "O ataque à democracia no Brasil e na América Latina".

A quem serve o desemprego da Era Temer?

Por Henrique Domingues, no site da UJS:

A grave recessão econômica somada à inversão do projeto político causada pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff coloca o povo brasileiro diante de velhos fantasmas do passado. Parece que, do dia para a noite, voltamos duas décadas no tempo e manchetes dos anos 90 começaram a dar a tonalidade das notícias da grande mídia: privatizações, inflação, aumento da violência, da desigualdade, da intolerância, desprestígio internacional, desemprego.

Trump, Temer e o Itamaraty

Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

Um dos principais instrumentos programáticos utilizados para legitimar a operação do golpeachment foi o documento “Ponte para o Futuro”, elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães, vinculada ao PMDB. O material foi divulgado em outubro de 2015, em operação coordenada pelo presidente da entidade e amigo pessoal de Temer, Wellington Moreira Franco.

Consumada a deposição inconstitucional e ilegítima de Dilma, o responsável pelo texto foi convidado para ocupar uma Secretaria toda especial no interior da Presidência da República. Ficou encarregado pelo programa de parcerias para investimentos com o setor privado, com o objetivo de levar adiante os processos de privatização e concessão de toda a parte da infraestrutura do País. Nunca é demais lembrar que pesa contra ele um conjunto de denúncias e processos de corrupção contra o político carioca, inclusive no âmbito da Operação Lava Jato.

O que aprender com a crise sindical nos EUA

Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

Há muitas estórias sobre o sindicalismo norte-americano. Algumas foram até popularizadas em filmes que mostram traços de gangsterismo, penetração da máfia etc. Mesmo os que conhecem apenas superficialmente aquele mundo (nisso me incluo), sabem da tradição “apolítica” dos sindicatos, do controle estrito que os “staffs” de dirigentes “técnicos” mantêm, subordinando a participação e a mobilização dos trabalhadores ao ritual das negociações fechadas com o patronato.

De fato, por outro lado, nem tão apolítico é esse sindicalismo. Desde os anos 1930, quando a classe trabalhadora branca foi beneficiada pela legislação de Roosevelt, os sindicatos têm sido um elemento fundamental nas coligações do Partido Democrata. E desde os anos 1950, sobretudo, a central sindical (AFL-CIO) tem se alinhado fortemente com a política externa norte-americana, nos seus traços mais imperialistas.

Eros, Tanatos e o ódio à família Lula

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O advento das redes sociais e o aumento do acesso a elas pela inclusão digital certamente carregam virtudes e benefícios. No Brasil, entretanto, as redes têm servido também para revelar um traço horrível de parcela dos brasileiros: o ódio e sua violência latente, a intolerância, a incapacidade de aceitar a divergência e conviver com o outro, a ausência absoluta de compaixão por aquele que “não é do meu lado”, não pensa como eu, não se parece comigo. 

Em um povo que em outros tempos se dizia regido por Eros – deus do amor e do prazer na mitologia grega, que se manifestaria através da alegria, do carnaval e da leveza da alma brasileira – de repente surgem grupos dominados por Tanatos, o instinto de morte e destruição, permeado pela completa ausência da compaixão, sentimento distintivo da humanidade. Nos últimos dois dias, a pulsão de Tanatos manifestou com toda a sua força bruta, na violência das agressões, pelas redes, a dona Marisa Letícia Lula da Silva, que enfrenta em coma induzido as consequências de um acidente vascular cerebral.

Acidentes nas marginais. Cadê o Doria?

Da revista Fórum:

As consequências de um aumento de velocidade nas duas maiores vias de São Paulo, as marginais Pinheiros e Tietê, começam a aparecer menos de dois dias após sua implantação. Ao reduzir os limites de velocidade, o ex-prefeito Fernando Haddad se baseou em estudos que garantiam menos acidentes e um aumento da velocidade média dos veículos. O atual prefeito João Doria (PSDB), no entanto, resolveu ignorar os fatos e cumprir sua promessa populista de campanha de aumentar as velocidades e o resultado é um acidente a cada 4 horas e uma lentidão maior do tráfego.

Luta de classes na 'reforma' da Previdência

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

Na década passada, a primeira leva de trabalhadores nascidos após a Segunda Guerra Mundial (conhecidos como a geração do baby boom) chegou à idade de se aposentar, um fato que trouxe considerável pressão sobre os orçamentos da seguridade social. Com o fraco crescimento das finanças públicas, decorrente de uma pequena expansão do Produto Interno Bruto (PIB) na maioria dos países, desde então a ofensiva neoliberal contra a previdência pública começou a fazer com que em muitos países estourassem grandes manifestações de trabalhadores. O dilema decorre de uma pergunta que a humanidade precisa responder: envelhecer é uma coisa boa ou ruim? Em sua essência, trata-se evidentemente de uma coisa boa. Afinal, a maioria das pessoas prefere viver mais a viver menos.

Ives Gandra Filho, o aliado dos patrões

Por Natália Rangel, no site da CTB:

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Filho, vem sendo defendido por setores conservadores para assumir a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os entusiastas da ideia estão o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o ministro do STF Gilmar Mendes e o deputado e pastor Marco Feliciano, liderança da bancada religiosa do Congresso.

Ligado à Opus Dei, Gandra já expressou em artigos sua oposição à realização de pesquisas com células tronco, afirmou que o casamento entre homossexuais é tão impróprio quanto a união de "um homem com um cavalo" e que mulheres devem submissão aos homens, assim como os filhos devem obedecer aos pais.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Michel Temer, o espião dos EUA?

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Em recente entrevista ao jornalista Fernando Moraes, o "cyber ativista" australiano Julian Assange, criador do WikiLeaks e exilado desde 2012 na embaixada do Equador, em Londres, ao responder pergunta sobre relações do então vice-presidente Temer com os serviços de inteligência estrangeiros, esclarece informações dos contatos que o golpista manteve com serviços diplomáticos estadunidenses: 

"Nós publicamos várias mensagens sobre isso. Uma em particular é de janeiro de 2006, em que ele vai à embaixada americana. A mensagem é somente a respeito das informações fornecidas por Michel Temer, suas visões políticas e as estratégias do seu partido. Isso mostra um grau um pouco preocupante de conforto dele com a embaixada americana. O que ele terá como retorno? Ele está claramente dando informações internas à embaixada dos EUA por alguma razão. Provavelmente para pedir algum favor aos Estados Unidos, talvez para receber informações deles em retorno."

Querem nos tornar um povo de marionetes

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

No grotesco teatro de marionetes sem voto popular em que se transformou a política brasileira, a disputa em torno da herança de Teori Zavaski tornou-se acima de tudo uma guerra aberta pelo poder.

Uma semana depois que Elio Gáspari escreveu o artigo "Carmen Lucia, Presidente", traduzindo com palavras sóbrias um conjunto de adjetivos deslumbrados que já escapavam pela boca de apresentadores da TV Globo, a presidente do STF encontra-se a caminho de assumir o controle real dos poderes da República e tomar decisões cruciais para o presente e o futuro dos brasileiros.

Dona Marisa e as sociopatas do hospital

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Desculpem-me os crédulos.

Eu não acredito em tudo.

Não acho que 60 ou 70 alucinados tenham, por acaso, se encontrado na Câmara dos Deputados e, “de repente”, resolvido invadir o plenário, subir na mesa e pedir “um general, um general” para impor uma ditadura militar.

Assim como não acredito que as quatro patéticas figuras que se dispõem a agredir verbalmente a mulher de Lula, Marisa, em coma numa UTI, como a Veja fez-lhes questão de dar palco, possam ser apenas loucas macabras “espontâneas”.

STJ trava maracutaia da Petrobras

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A Justiça mais uma vez freia a tentativa de dilapidar o patrimônio público que continua a pleno vapor na Petrobras após o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff do cargo. O presidente em exercício do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Humberto Martins, negou pedido da empresa para que suspendesse uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), em Sergipe, e liberasse a cessão de dois campos de petróleo, na Bacia de Campos e na Bacia de Santos, sem licitação. Ambos seriam entregues de mão beijada para uma multinacional estrangeira, a Karoon Gas Australia.

Temer se fantasia com a faixa presidencial

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se estamos vivendo numa farsa completa, num carnaval institucional violento sem hora para terminar, nada mais natural que Temer se sinta à vontade para envergar a faixa presidencial.

Ao longo dos últimos meses, ele vinha titubeando em fazer o retrato com um papo furado de que era contra o “culto à personalidade”.

Alguém da turma - Gilmar, por exemplo - deve ter falado num desses jantares no Jaburu: “Pô, Michel, para com isso, mano”.

João Doria e a voz do grafite

Imagem: Pedro Carpigiani, adaptado de BanksyJornalistas Livres
Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

A fúria do prefeito de São Paulo contra a arte de rua tem um efeito imediato, que é mudar a cara de uma cidade que os paulistanos se acostumaram a ver, com aprovação quase unânime. A cor cinza, da ignorância e do autoritarismo, sufoca a manifestação colorida do livre-pensar.

Mas tem outro significado, de longo prazo e ainda pior. É a tentativa de calar a voz do artista popular, da mesma forma que o governo golpista tenta, no plano federal, silenciar toda a juventude. As ações neste sentido começam pela “escola sem partido”, pela demolição da universidade pública e dos programas que facilitam o acesso ao ensino superior.

A sonegação fiscal destrói o Brasil

Por Marcos de Aguiar Villas-Bôas, na revista CartaCapital:

A sonegação de tributos tem a proeza de, ao mesmo tempo, destruir a situação fiscal de um país e aumentar muito a desigualdade, levando a problemas econômicos variados.

O número da sonegação normalmente apresentado pela Procuradoria da Fazenda Nacional está entre 400 e 500 bilhões de reais. Recentemente vem se falando em 900 bilhões de reais.

Estudos divulgados no exterior em relação a países em desenvolvimento mencionam outro problema, mas correlacionado: um fluxo anual de 900 bilhões de dólares de capital ilícito para o exterior decorrente de corrupção, propinas, tráfico de drogas etc.

Lava-Jato mente sobre os próprios arbítrios

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A força-tarefa da Lava Jato não apenas não sabe fazer powerpoints. Ela também não sabe falar a verdade.

Hoje, ela divulgou um estudo em que distorce completamente os números, porque não inclui todos aqueles que ela manteve preso preventivamente por até dois anos, sem condenação, sem prova. Usa apenas o que ainda estão detidos. Ou seja, ignora os arbítrios já cometidos, as torturas, as manipulações sem limite, os vazamentos seletivos e criminosos, a agenda minunciosamente sincronizada com os objetivos do golpe.

As cosméticas urbanas de João Doria

Por Fran Alavina, no site Outras Palavras:

As primeiras ações do plutocrata prefeito de São Paulo são profícuas para se pensar as várias dimensões da intercessão entre o urbano e o político. Suas ações publicitárias fazem do governo municipal um primoroso gestor de imagens, mais do que de ações governamentais. Não se trata tanto do que é feito, mas de mostrar o que se “faz”, remetendo à diferença secular entre a coisa e a sua imagem. É difícil separar o que é publicidade e o que é governo. Remetidos ao campo da imagem, estaremos sempre lidando com simulacros, pois o próprio prefeito é um simulacro: simulacro de trabalhador. A imaginação coletiva é astutamente atraída e cooptada para não poder divisar com clareza a diferença entre ilusão e realidade, entre o feito e o visto. Por isso, as críticas à nova gestão terão que ser dirigidas tanto às imagens, quanto às ações, pois do contrário serão inócuas.

Mea culpa do financismo?

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

O ano começou com muita mesmice e algumas novidades. As trapalhadas, as denúncias de corrupção e os equívocos desastrosos do governo Temer seguem na mesma toada. Os massacres ocorridos nos presídios em vários Estados, ao longo de poucos de dias de 2017, chamam a atenção para o despreparo do governo federal em lidar com o tema e acendem a luz vermelha pelo futuro próximo. Mas eis que em sua primeira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por reduzir a Selic em 0,75%.

Marisa foi alvo dos esbirros de Curitiba

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No meio da tarde da última terça-feira, 24 de janeiro, explodiu como uma bomba na internet e nos meios de comunicação tradicionais a informação de que a esposa do ex-presidente Lula, Dona Marisa Letícia, sofreu um Acidente Vascular Cerebral de caráter hemorrágico, do tipo mais grave.

A partir dali, de norte a sul do país levantou-se uma onda de solidariedade, comoção e indignação diante das causas óbvias do mal que acometeu dona Marisa, que, como todos podem imaginar, pela idade e pela perseguição política que, junto a marido e filhos recebe da Lava Jato e de hordas fascistas, está tendo a saúde afetada.

Donald Trump na era da pós-verdade

Ilustração: FadiToOn/Cartoon Movement
Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Corre uma discussão em diferentes mídias mundiais de que estaríamos vivendo, no jornalismo, nas redes sociais e de um modo geral, a "era da pós-verdade". Normalmente, as pessoas usam o prefixo "pós" quando não sabem muito bem o que querem definir, mas sabem de onde partem para esta indefinição. O termo "pós-moderno" é o exemplo mais bem acabado disso.

Também deve-se considerar, previamente, que antes o termo "era" valia para um período muito extenso, coisa de milhões, milhares ou pelo menos uns dois séculos de duração. Hoje este prazo se abreviou consideravelmente, e fala-se descontraidamente em "era FHC", "era Lula", "era Dunga", para ficar em alguns exemplos caseiros. Já há até quem fale em "era Temer", enquanto outros anunciam, esperançosos, ou porque querem sucedê-lo, ou porque querem simplesmente vê-lo pelas costas, que "Temer já era".