quinta-feira, 28 de julho de 2016

Turquia: o golpe que pode abalar a OTAN

Por Pepe Escobar, no site Outras Palavras:

Em pleno espantoso expurgo, incansável, de amplo alcance, que não dá sinais de arrefecer, com 60 mil (e cada dia mais) funcionários públicos, acadêmicos, juízes, procuradores de justiça, policiais, soldados já presos, demitidos, suspensos ou que tiveram cassadas as licenças para trabalhar, já não parece restar qualquer dúvida de que o governo turco foi, sim, muito bem informado de que estava em organização um golpe militar, para o dia 15 de julho. É muito possível que a informação tenha chegado até ele graças à inteligência russa, mas evidentemente nem Moscou nem Ancara revelarão qualquer detalhe. Assim sendo, e de uma vez por todas: não foi autogolpe encenado.

Temer armará circo para rasgar a CLT?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Um pai deve compartilhar as tarefas relativas à formação de seu filho ou sua filha. Isso é o básico, não é favor. Afinal de contas, tarefas domésticas ou familiares não são incumbência de determinado gênero, mas responsabilidade de pais e mães. Se você fica orgulhoso por “ajudar sua mulher em casa'' e acha que merece um troféu de Maridão do Ano, rapaz, acorde. Você está no século 21, não faz mais do que sua obrigação.

Dito isso, quase fundi meu cérebro tentando entender o que passou pela cabeça do presidente interino Michel Temer ao convocar a imprensa para registrar o momento em que buscou, ao lado de sua esposa, seu filho em uma escola de Brasília.

Gilmar Mendes e a corrupção eleitoral

Por Aldo Arantes, no site Vermelho:

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, uma das maiores lideranças do golpe institucional, declarou que a proibição de doações empresariais pode gerar fraudes e caixa dois. Ora, fraudes e caixa dois sempre existiram por meio do financiamento empresarial de campanha. Na realidade tal formulação é uma justificativa esfarrapada para o retorno deste tipo de financiamento como parte de uma reforma política das elites.

A maldição do golpe dos corruptos

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Não importa a votação final do Senado, Dilma já foi absolvida pela história e os golpistas condenados.

Ficou cabalmente provado que ela não cometeu o crime que lhe foi imputado na peça infame do impeachment.

Dilma não pedalou.

Ficou cabalmente provado, igualmente, que seu afastamento foi um golpe cínico, canalha, despudorado da plutocracia corrupta e predadora.

A retomada dos atos contra o golpe

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A Frente Povo sem Medo concentra forças para a realização de atos por todo o país no próximo domingo (31). A organização divulga sua página no Facebook uma agenda de manifestações também em várias cidades importantes da Europa, promovidas por coletivos e entidades em defesa da democracia no Brasil e contra o golpe que afastou Dilma Rousseff da presidência da República.

O chapa-branquismo golpista da Globo

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O Valor, que um dia tentou se diferenciar do populismo golpista de seus coleguinhas, ainda teve um surto de valentia e deu um título sutilmente crítico à notícia:



Eu enfatizo o termo "sutilmente", porque se fosse com a Dilma, a manchete seria algo como: "Dilma abusa do cargo e tenta manipular mídia para melhorar sua imagem". Em seguida, a oposição tentaria abrir uma CPI. O procurador-geral da República daria uma entrevista pedindo o indiciamento da presidenta. Gilmar Mendes convocaria uma coletiva para afirmar que Dilma estava fazendo tudo para se "manter no poder".

O fascismo e sua imbecilidade ilógica

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Célebre por seus estudos sobre a França de Vichy, Robert Paxton dizia que o fascismo se caracteriza por uma sucessão de cinco momentos históricos: a criação de seus movimentos; o aparelhamento do setor público; a conquista do poder legal; a conquista do Estado; e, finalmente, a radicalização dos fins e dos meios - incluída a violência política - por intermédio da guerra.

O fascismo de hoje se disfarça de “liberalismo” no plano político e de neoliberalismo no plano econômico.

"Plano Temer" para adiar cassação de Cunha

Do blog Viomundo:

Denúncia do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), nesta quarta-feira (27), aponta as articulações de Michel Temer para adiar a votação de cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com Pimenta, que é vice-líder do PT na Câmara, Temer está “atuando pessoalmente” para que a votação só ocorra depois da decisão do Senado Federal sobre o impeachment de Dilma Rousseff.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Marta e Matarazzo, "a chapa dos traíras"

Por Altamiro Borges

O anúncio da aliança entre Marta Suplicy (PMDB) e Andrea Matarazzo (PSD) na disputa para a prefeitura de São Paulo gerou uma onda hilária de comentários nas redes sociais. A chapa foi apelidada de “Ma-Mata”, de “Coalizão do Morumbi”, de “Indústrias Reunidas Matarazzo”, entre outros nomes jocosos. Talvez o melhor rótulo, porém, seja o de “a chapa dos traíras”. Afinal, ambos traíram seu passado e seus partidos com objetivos meramente eleitoreiros. A dúvida é se a exótica aliança, que juntou dois ex-adversários raivosos, irá ludibriar os paulistanos. A ex-prefeita pode perder os votos que ainda possuía na periferia da cidade e o “vereador das abotoaduras de ouro” pode ser rejeitado pela elite paulistana.

Michelzinho e o papel ridículo da mídia

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca, talvez na caça de um bilionário ‘jabaculê’ – termo usado nos meios jornalísticos referente à corrupção, suborno, propina –, perdeu totalmente o senso de ridículo. Nos telejornais desta terça-feira (26), a cena patética de repórteres e cinegrafistas disputando espaços para transmitir imagens do usurpador Michel Temer indo buscar seu filho, o ricaço prodígio Michelzinho, em uma escola particular em Brasília. O teatrinho medíocre foi montado previamente pela equipe de aspones do golpista, que ligou para as redações avisando da “agenda familiar”. As recentes pesquisas de opinião, que confirmam o acelerado desgaste do “golpe dos corruptos”, ajudam a explicar o marketing rastaquera.

Estadão odeia a democracia e o voto popular

Por Altamiro Borges

Quem já leu o livro “Nascidos para perder”, do jornalista Mylton Severiano, sabe que o oligárquico jornal Estadão sempre detestou a democracia. A famiglia Mesquita chegou a estocar armas no forro da redação do diário para derrubar Getúlio Vargas; ela foi uma das protagonistas do golpe de 1964, escrevendo o primeiro esboço das medidas de exceção da ditadura militar; ela nunca tolerou qualquer avanço social, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou a construção de uma nação soberana, devido ao seu complexo de vira-lata diante dos EUA. Neste sentido, para quem conhece a sua história, não causou surpresa o editorial publicado nesta terça-feira (26), intitulado “A maioria também se equivoca”.

Política externa e as relações Sul-Sul

Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:

Política externa, como toda política, implica conversa. Conceitos e ideias se expressam por palavras. Diferentemente do que pensam alguns, palavras têm consequências. Boas ou más. Podem apontar na direção de um mundo melhor ou semear destruição. Paz e Desenvolvimento dão sentido à Diplomacia, diferenciando-a do governo sem propósito ético, que Santo Agostinho comparava a um bando de salteadores.

Até neologismos têm força. Brexit só foi entendida, até pelos que a propuseram, em toda sua extensão ex-post. “Flexibilização”, um neologismo dicionarizado, aparentemente de sentido positivo, pode vir a se revelar nefasto, quando aplicado ao Mercosul e à integração, levando-nos de volta à era em que Brasil e Argentina rivalizavam para saber quem era o “melhor amigo” da grande potência.

Universidade pública e as mentiras da Globo

Por Jean Wyllys, na revista Caros Amigos:

Toda mentira bem elaborada, para ser convincente, precisa começar apontando alguns fatos verdadeiros. É a arte da falácia, na qual os editorialistas do jornal O Globo são mestres e doutores.

É fato: o sistema universitário brasileiro ainda é profundamente injusto. O acesso dos mais pobres à universidade pública ainda é minoritário, mesmo tendo melhorado na última década, graças a algumas políticas públicas de inclusão dos governos petistas que, contudo, apesar de terem ajudado, foram insuficientes.

Barão de Itararé e o golpe na Telebras

Por Theo Rodrigues, no site do FNDC:

O novo presidente da Telebras mal tomou posse e já está causando polêmica. Antonio Loss, executivo que passou pela Net Sul, Net Serviços, Oi e que se encontrava no comando da Via Sat do Brasil será o novo presidente da empresa pública de telecomunicações.

Loss foi nomeado pelo ministro das Comunicações Gilberto Kassab por ter essa experiência em seu currículo. Contudo, é justamente essa ligação com as principais empresas do setor que vem gerando polêmica.

Escola tem que ter partido

Por Bruno Vieira, no site Brasil Debate:

É de conhecimento de boa parte das pessoas que se encontram conectadas na internet a discussão sobre um projeto de lei, em trâmite no Congresso Nacional, que discorre sobre uma proposta dita educacional que visa a “desideologizar” os professores e a sala de aula. Com o nome inusitado de “Escola Sem Partido” (ESP), a ideia, em tese, é criar um ambiente no qual os estudantes não sofram “doutrinação” por parte dos mestres. Entretanto, por mais que essa proposta empunhe o desejo por neutralidade no ensino, é um engodo dizer que somos neutros e que existe a possibilidade de um “ensino neutro”.

O expurgo no Minc e as bruxas de setembro

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Depois da polícia, as demissões. A degola de 81 funcionários e gestores do Ministério da Cultura não tem outro nome. É um expurgo de natureza político-ideológica que só realça a feição obscurantista do governo. É uma vingança de Temer contra o segmento do funcionalismo público que protagonizou a mais forte insurgência contra o desmonte da administração anterior, a extinção do Minc. Os manifestantes que ocuparam as sedes dos órgãos da pasta mantiveram-se ativos mesmo depois do arremedo de sua recriação sob o lema Fora Temer. Na segunda-feira, o dia começou com a polícia removendo os últimos manifestantes que ainda ocupavam a Funarte no Rio. A investida contra os dirigentes de uma pasta com tão pouco peso orçamentário, mas de tão grande significado social, é prenúncio do que virá depois de agosto: com Temer efetivado, as bruxas serão caçadas para valer.

Bancos privados querem abocanhar o FGTS

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Na capa de O Globo, o que não se julgava possível nem mesmo durante a privataria do Governo Fernando Henrique, quando se ensaiou retirar uma parcela – apenas uma parcela – dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, para dar vitalidade à Bolsa de Valores, permitindo que fosse usada para comprar ações da Vale e da Petrobras.

Em letras bem grandes e claras: a entrega do FGTS aos bancos privados.

'Nem a Coca-Cola subestima a comunicação'

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O prefeito Fernando Haddad cortou em 50% os gastos com a divulgação do seu governo nos quatro anos em que dirigiu a prefeitura da maior cidade do país.

Foi repreendido por Lula na convenção que homologou seu nome à reeleição de São Paulo, no último domingo.

'O povo brasileiro não tem obrigação de saber', disse Lula e sapecou: ‘O prefeito cometeu um pecado ao não investir em divulgar a gestão; achando que é obrigação do povo saber; achando que já é conhecido; ledo engano; fosse assim’, concluiu, ' a Coca-Cola, que todo mundo já conhece, não faria propaganda. E ela faz’.

Mídia omite 'caprichos' da mulher de Temer

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:



“Um dos maiores vexames internacionais a que o país poderá ser submetido nos próximos anos é o conhecido uso desmesurado de dinheiro público pela família de Michel Temer”, diz interlocutora profundamente versada em intimidades dos centros de poder. “Marcela é o ponto fraco de Temer”, diz a fonte. “Os caprichos dela ainda vão custar caro…”.

Temer chegou ao fim da linha

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

As pesquisas dos últimos dias mostram que mesmo incluindo o esforço para levar o filho de 8 anos na escola, o baú de truques banais para tentar elevar a popularidade de Michel Temer a qualquer preço está chegando ao fim. Com números arrasadores, o Ipsos e o Paraná Pesquisas mostram uma verdade inegável. Quanto mais a população conhece o governo Temer, mais o rejeita.

Temer sempre foi um político ruim de votos e é claro que isso quer dizer muita coisa numa democracia. Coisas ruins, em geral. Fez a carreira política beneficiado pela presença em aparelhos que lhe garantiam a eleição em pleitos parlamentares, invisível e opaco num máquina de cabos eleitorais profissionais, prefeitos, governadores e empresários amigos que garantiam votos anônimos, inexpressivos e difíceis que são assegurados hoje para serem esquecidos amanhã. Tudo aquilo que a maioria da população rejeita e condena.