quarta-feira, 20 de julho de 2016

Petrobras: o golpe da privatização

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A conjunção da crise política e da crise econômica ao longo dos últimos tempos tem contribuído para provocar uma preocupante paralisia nas atividades do conjunto do setor público brasileiro. Em particular, ganha destaque o caso de nossa maior empresa estatal, a Petrobrás.

As denúncias e as investigações associadas à Operação Lava Jato somaram-se ao aprofundamento das dificuldades globais enfrentadas pelo setor petrolífero. A maior preocupação dos que operam no setor vem do movimento empreendido pelos países produtores, liderados pela Arábia Saudita, forçando a redução do preço dessa importante “commodity” nos mercados mundiais. Isso significou uma perda significativas de suas receitas.

A fraude do Datafolha para alavancar Temer

Por Glenn Greenwald e Erick Dau, no blog The Intercept:

Um dos mistérios mais obscuros da crise política que atingiu o país nos últimos meses (conforme relatado inúmeras vezes pela Intercept ) tem sido a ausência completa de pesquisas de opinião nos grandes meios de comunicação e órgãos de pesquisa do país. Há mais de três meses, no dia 17 de abril, a Câmara dos Deputados votou em favor de enviar ao Senado Federal o pedido de impeachment da presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, resultando na investidura temporária de seu vice-presidente, Michel Temer, como “presidente interino”.

Os "melhores" poemas de Michel Temer

terça-feira, 19 de julho de 2016

Temer, Aécio e Folha unidos contra a CLT

Por Altamiro Borges

Aos poucos, de forma sorrateira, os golpistas expõem os reais motivos do impeachment da presidenta Dilma – que não tem nada a ver com as tais “pedaladas fiscais” ou com o combate à corrupção. Entre os seus objetivos, um dos principais é o de destruir a legislação trabalhista, jogando o peso da crise econômica nas costas dos assalariados com carteira assinada. Esta cruzada retrógrada une a corja de Michel Temer, que assaltou o Palácio do Planalto, o cambaleante Aécio Neves e os seus tucanos bicudos, derrotados nas eleições de 2014, e quase a totalidade da mídia privada. Todos juntos contra a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e – quem sabe – pela extinção sumária da Lei Áurea.

Mais um ficha-suja no covil de Temer!

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca já dá como certa a indicação de mais um político ficha-suja para o "ministério de notáveis" corruptos do Judas Michel Temer. Segundo o jornal Valor, "o Palácio do Planalto definiu nesta segunda-feira (19) que o novo ministro do Turismo será o deputado Marx Beltrão (PMDB-AL), apadrinhado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. O martelo foi batido pelo presidente interino Michel Temer hoje, e a nomeação deve ocorrer na quarta-feira, após jantar de Temer com Renan e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcado para a noite desta terça-feira".

Pedro Parente, o mercador da Petrobras

Por José Maria Rangel

Em entrevista de página inteira à Folha de São Paulo na segunda-feira, 18, o presidente interino da Petrobrás, Pedro Parente, tentou dourar a pílula do desmonte que está em curso na estatal. Hipocritamente, declarou que não defende a privatização da empresa, mas é a favor do controle compartilhado com o setor privado, o que chama de “cocontrole”. Disse ainda que irá preservar a empresa verticalizada e os seus interesses estratégicos.

Não precisa ser especialista no setor para perceber a má fé de Pedro Parente. Sob o seu comando, a Petrobrás está sendo esquartejada, com ativos valiosos em processo de liquidação, como malhas de gasodutos, termoelétricas, terminais de gás natural, campos de produção de petróleo, fábricas de fertilizantes, além de subsidiárias como a BR Distribuidora, a Liquigás e a Transpetro.

Fantástico falseia a reforma da Previdência

Por Vagner Freitas, em seu blog:

O Fantástico exibiu neste domingo, 17, uma longa reportagem sobre o que eles chamaram de “rombo” da Previdência Social. A única coisa que a matéria deixou claro foi que a TV Globo – e outros órgãos da mídia tradicional – vai continuar manipulando as informações para tentar justificar a retirada de direitos da classe trabalhadora.

O interino Temer está discutindo o aumento da idade mínima para aposentadoria e redução do valor dos benefícios. A mídia, que faz o jogo do mercado, e as instituições financeiras, interessadas em vender planos de previdência privada, aprovam a medida.

O teatro do impeachment de Dilma

Por Maria Luisa Mendonça, no blog Viomundo:

“Quando um processo que nem ao menos é justo, é conduzido por interesses inconfessáveis mas que todo mundo mais ou menos já sabe, então se cria uma espécie de capa de cinismo que encobre os processos sociais legítimos da política”.

Essa observação, da psicanalista Maria Rita Kehl, resume o contexto no qual presenciamos o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que lembra também o livro “Ensaio sobre a cegueira” de José Saramago e sua metáfora para descrever o sofrimento daqueles que são capazes de enxergar quando a sociedade mergulha em um processo de autodestruição.

A volta dos golpes baixos contra Dilma

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A culpa, certamente, é do procurador Ivan Claudio Marx, do Ministério Público Federal. Depois que ele jogou uma pá de cal na denúncia de pedaladas fiscais, reconhecendo que não configuram uma acusação de crime de responsabilidade a ser usado contra Dilma Rousseff, nada mais restou aos jornais e telejornais que se empenham em derrubar uma presidente eleita por mais de 54 milhões de eleitores a rebaixar um pouco mais o padrão de trabalho. Numa opção que demonstra uma preferência nítida pela Justiça do Espetáculo, em vez de um cuidado responsável com as regras elementares do Estado Democrático de Direito, nos últimos dias vários veículos reforçaram o espaço de denuncias vazias e escandalosas, que cumprem a única finalidade de manter a pressão sobre os 81 senadores que até o fim de agosto irão definir o destino de Dilma Rousseff. A mensagem não poderia ser mais clara.

Impeachment de Gilmar Mendes

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Jeferson Miola

Gilmar Mendes tem um instinto golpista incontrolável. Ele faz o gênero do golpista ativo, militante, engajado, agitador.

Em março de 2016, coordenou um seminário em Portugal que teve o propósito de divulgar o golpe no Brasil e apresentar os golpistas tupiniquins ao mundo, conforme comentamos no artigo “O golpismo além-mar do Gilmar”. A promoção, afinal, foi um fracasso – setores democráticos europeus escracharam os golpistas, e com isso desencorajaram a participação de autoridades e acadêmicos estrangeiros naquele evento armado com o patrocínio da FIESP, CNI, OAB e outras entidades empresariais.

80 anos da Guerra Civil Espanhola

La mujer durante la Guerra Civil
Por Augusto Buonicore, no site da Fundação Mauricio Grabois:

A guerra civil espanhola foi um dos acontecimentos mais importantes do século XX. Ela incendiou a imaginação de toda uma geração. Um número enorme de artistas e intelectuais a teve como tema de suas obras. Diante daquele conflito não cabia neutralidade. Muitos já pressentiam que ali se decidia o destino da Europa e do mundo. Contudo, os republicanos acabaram sendo derrotados devido à intervenção militar das potências nazi-fascistas e à traição das chamadas democracias ocidentais, que cobriram sua posição capitulacionista com o manto roto da política de não intervenção.

Carta aberta ao dono golpista da 'Folha'

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Esta é uma da série das Cartas Abertas aos Golpistas. Futuramente, elas poderão ser reunidas num livro que mostre os rostos do golpe. Desta vez, o destinatário é Otávio Frias Filho, dono da Folha.

Caro Otávio:

Duas passagens recentes sobre você me vem à mente.

A primeira foi sua reação destemperada num seminário em Londres no qual uma jornalista britânica disse que os jornais brasileiros são pesadamente conservadores, a Folha incluída.

As vítimas do crime de ódio no Brasil

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

Até julho deste ano, foram registrados 173 assassinatos classificados como crimes de ódio vitimando lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) em todo o Brasil. Somente nas duas primeiras semanas deste mês, foram registrados 15 mortes deste tipo, o equivalente a um crime a cada 29 horas.

Todos os dados são do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil. O levantamento é feito desde a década de 1980 e é a única fonte sobre o tema no país.

E se a extrema direita chegar ao poder?

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

Boris Johnson, líder da campanha pelo Brexit entre os conservadores, desistiu de concorrer pela chefia do partido e do governo. No UKIP, o líder Nigel Farage e o presidente Steve Crowther deixaram seus cargos: “Quero minha vida de volta”, diz o primeiro.

Quem sucedeu David Cameron como premier do Reino Unido é a ex-ministra do Interior Theresa May, partidária da permanência que promete acatar o resultado do referendo, mas não quer fazer o pedido formal de retirada da União Europeia antes de 2017, nem convocar eleições antes de 2020.

O fenômeno Bolsonaro, segundo o Datafolha

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Esse golpe é mesmo uma maravilha.

Não apenas o novo governo Temer, formado a partir do afastamento provisório da presidenta Dilma, encheu-se de indiciados pela Lava Jato e outras investigações de corrupção, como Jair Bolsonaro tornou-se um dos candidatos mais importantes do sudeste e o preferido, de longe, dos mais ricos.

Na íntegra da pesquisa Datafolha, divulgada hoje, descobrimos algumas coisas que a mídia andou escondendo do público, talvez constrangida em relação a um panorama que ela mesmo ajudou a construir.

Desmonte do Estado e as próximas gerações

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A Plataforma Política Social e o Le Monde Diplomatique Brasil promoveram na noite de ontem (18), em São Paulo, o seminário "Austeridade Contra a Cidadania: O Desmonte do Estado Social", em que se discutiu a conjuntura política do país com o governo interino de Michel Temer e as implicações de sua política na sociedade. Participaram do debate o ex-ministro da Saúde (2007 a 2010) José Gomes Temporão e os economistas Sérgio Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e Sérgio Haddad. A mediação foi do também economista Eduardo Fagnani, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Cunha e os encontros "secretos" de Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os encontros entre Michel Temer e o principal executivo da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, secretos e intermediados por Eduardo Cunha, não deram nem chamada na primeira página, como você pode conferir na imagem da capa de O Globo de hoje.

O texto está lá, nas páginas internas, mas claríssimo:

Datafolha: adversários de Lula despecam

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:


O Datafolha fez uma pesquisa eleitoral em dezembro do ano passado em que Aécio Neves chegaria à frente de Lula no primeiro turno, com 26% dos votos - ou 27%, num terceiro arranjo. O petista teria 20%, e Marina Silva (Rede), 19%. Se o tucano fosse Geraldo Alckmin, Marina iria a 24%, Lula se manteria, com 21% (22% num quarto cenário), e Alckmin teria 14%.

UNE convoca jornada "Fora Temer"

Foto: Vitor Vogel/CUCA da UNE
Do site da UNE:

Ao longo de três dias, de 15 a 17 de julho de 2016, a UNE reuniu mais de 500 estudantes em seu 64º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG). Foram 324 entidades credenciadas no encontro, que contou com cerca de 20 debates sobre temas ligados à educação, saúde, juventude, democratização da comunicação, o golpe à democracia, além de discussões acerca do combate ao racismo, à lgbtfobia e sobre a cultura do estupro.

Turquia e as novas tecnologias de golpe

Foto: Tumay Berkin/Reuters
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O ex-presidente turco Abdullah Gul, ao condenar a tentativa de golpe de Estado militar em seu país, abortada pela mobilização popular e a liderança do presidente Erdogan, revelou-se mal informado ao dizer que “a Turquia não é um país da América Latina” para ter um golpe de Estado, não é um destes países, disse citando também os africanos, “que têm governos depostos da noite para o dia". Não que golpes inexistam por aqui. Eles acontecem, mas agora são muito mais sofisticados, como foram no Paraguai, em Honduras e agora no Brasil. Dispensam o uso do Exército, da força bruta, dos tanques e baionetas. Diante dos “nossos” golpes, o da Turquia soa obsoleto e tosco, e também por isso foi mais fácil abortá-lo.