quarta-feira, 25 de maio de 2016

Jucá é a síntese de um sistema falido

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

“Tem que ter o impeachment, não tem saída (…) Tem que resolver esta porra. Tem que mudar o governo para estancar esta sangria”, diz o então senador Romero Jucá (PMDB-RR), ao telefone. Seu interlocutor, Sérgio Machado, ex-presidente da Petrobrás Transportes (entre 2005 e 2015, por indicação do PMDB), e alvo da Lava Jato, concorda: “É, um acordo. Botar o Michel, num grande acordo nacional”. Ao que Jucá completa: “Com o Supremo, com tudo”.

A reação da democracia toma as ruas

Por Thiago Cassis, no site da UJS:

O recém instalado governo golpista (e provisório?) de Temer já começou sem o apoio de grande parte dos elementos que foram às ruas “contra a corrupção”, porque é presumível que boa parte deles faça parte dos “ignorantes bem intencionados” formados pela Globo e pelas capas da revista Veja, e agora se sentem enganados pela grande mídia e não acreditam mais na “limpeza” que teoricamente estavam promovendo no país.

Essas são algumas das baixas que os golpistas terão de lidar na sua base de apoio. Uma grande quantidade de pessoas que não sabia a profundidade do buraco que estavam se metendo. Esses devem, mais cedo ou mais tarde, se juntar aos gritos de “Fora,Temer”.

O pacote antipovo do Temer

Por João Sicsú, na revista Fórum:

O governo Temer enviará uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para impedir qualquer aumento real dos gastos primários do governo, isto é, gastos com saúde, educação, programas sociais, salários do funcionalismo público etc. O máximo de aumento permitido para esses gastos será a taxa de inflação do ano anterior. Somente poderá aumentar acima da inflação o gasto com o pagamento de juros da dívida pública.

O jornalismo sério e comprometido resiste

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

Ao acompanhar a mídia corporativa brasileira tem-se a impressão de que o jornalismo acabou, transformado em simples propaganda política. As reportagens aprofundadas, produzidas por equipes formadas por jornalistas tarimbados, foram substituídas por frases às vezes desconexas de entrevistados escolhidos a dedo ou pela simples transcrição de escutas fornecidas por autoridades policiais ou judiciárias.

Esse é o cenário nacional formado por um número reduzido de empresas jornalísticas, todas alinhadas ideologicamente com os interesses das camadas dominantes da sociedade brasileira e internacional. O que não quer dizer que o espírito jornalístico da busca da verdade e da luta por transformações sociais tenha desaparecido.

O batom na cueca dos golpistas

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                        

Não adianta a mídia tentar limitar o tenebroso caso da gravação de Jucá a uma mera derrapada do ministro golpista do Planejamento. O conteúdo estarrecedor da conversa entre Jucá e Sérgio Machado, no qual as vísceras do golpe são revolvidas, só confirma o que boa parte da sociedade já sabia: o afastamento de Dilma é um grande arranjo entre bandidos.

Desde as primeiras das muitas e numerosas manifestações contra o golpe, os movimentos sociais e partidos que compõem a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo vêm denunciando à população que a argamassa que solidificou os interesses difusos e nada republicanos da malta golpista era justamente o desespero para garantir sua impunidade.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Gilmar Mendes e "o esquema do Aécio"

Por Jeferson Miola

A conversa entre os delinqüentes Sérgio Machado e o ainda senador Romero Jucá é a revelação mais completa – até o momento, porque certamente surgirão outras revelações ainda mais elucidativas – sobre a conspiração montada para a perpetração do golpe de Estado no Brasil através da farsa do impeachment. De tão minuciosa e tão rica em detalhes, esta peça permite realizar uma profunda autópsia do golpe.

"Carta de BH" e tudo sobre o #5BlogProg


Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Com o lema #MenosÓdioMaisDemocracia, o 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais reuniu 400 ativistas digitais de 22 estados do país entre os dias 20 e 22 de maio, em Belo Horizonte/MG. A quinta edição do Encontro contou com a presença da presidente democraticamente eleita Dilma Rousseff e com debates sobre democratização da comunicação e a luta contra o golpismo midiático.

Contagem regressiva para Temer

Por Esmael Morais, em seu blog:

O governo provisório de Michel Temer (PMDB) entrou em contagem regressiva depois que vieram à tona os áudios do ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-PR), revelando que o golpe fora concebido para enterrar as investigações da Lava Jato.

“Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel”. Esse trecho não sai da cabeça de milhões de brasileiros, bem como aquele de Jucá que explicitamente fala em “parar essa porra” e “estancar a sangria” causada pela operação do juiz Sérgio Moro.

O Brasil deve pedir desculpas a Dilma

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Ninguém falou agora do seguinte: como fica Dilma no meio desta sujeira toda que foi e é o processo de impeachment?

A decência impõe que o impeachment seja anulado e Dilma reconduzida ao lugar de onde foi retirada por um bando de corruptos: o Palácio do Planalto.

Os fatos conhecidos sobre o impeachment são estarrecedores. As declarações gravadas de Romero Jucá confirmam plenamente a péssima impressão causada na já histórica sessão da Câmara que votou pelo sim.

A "exclusão de vozes" na mídia brasileira

Por João Pedro Soares, na revista CartaCapital:

Principal estudioso da democratização da comunicação no Brasil, o professor aposentado da Universidade de Brasília (UNB) Venício Lima enxerga uma conexão profunda entre a atuação das empresas de comunicação e a concretização do processo de impeachment. Em sua opinião, os conglomerados jornalísticos seriam responsáveis pela “corrupção da opinião pública”.

Nesta entrevista, ele aponta a omissão dos governos petistas com relação ao tema como um fator responsável pelo quadro atual e defende a valorização da mídia pública como uma alternativa aos grupos privados.

Temer é um molambo no poder em 11 dias

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Michel Temer mostrou, em cada um dos 11 dias em que usurpou o poder, que não tem condições de exercê-lo, muito mais num momento de crise.

Não passou um dia sem uma crise.

Nenhuma medida concreta senão as de vingança e mesquinharia.

Só provocou ódio e rejeição.

O xadrez do grampo de Jucá

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Desde março a Procuradoria Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF) tinham conhecimento do chamado desvio de finalidade do processo de impeachment. Desde aquela época estavam de posse da PGR e do STF as gravações de conversas de Sérgio Machado com Romero Jucá indicando claramente que a queda de Dilma Rousseff era passo essencial para conter os avanços da Lava Jato.

Nada se fez. Ignoraram-se as provas que não mereceram sequer o privilégio dos vazamentos orquestrados cotidianamente pelos investigadores da Lava Jato.

A prova material de que o golpe é golpe

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Todo santo dia um pistoleiro da mídia golpista escreve ou recita que o golpe não é golpe. O mais curioso é que esses pistoleiros chegam a reconhecer que o “motivo” alegado para o impeachment é fraco porque presidentes anteriores a Dilma também “pedalaram” e nada aconteceu simplesmente porque pedalada não é motivo para derrubar presidentes.

Vale ressaltar que aquilo que os pistoleiros da mídia chamam de “pedalada” é uma operação contábil feita para impedir que programas sociais e outras obrigações sociais inadiáveis do Estado deixem de ser cumpridas por problemas conjunturais de caixa. Trocando em miúdos: o governo fez empréstimos bancários por alguns dias para pagar benefícios sociais em dia.

Cultura: a resistência derrota Temer

Editorial do site Vermelho:

"Quando ouço falar em cultura, penso logo em sacar o revólver" – esta frase, atribuída a um dos líderes nazistas, Herman Göring ou Joseph Goebbels, exprime a costumeira posição direitista face a esta decisiva manifestação humana, o pensamento e suas criações.

A frase, que na verdade faz parte de uma peça antinazista escrita em 1933 por Hanns Jost, serve como uma luva para descrever a atitude do governo golpista de Michel Temer e sua pretensão de destruir o ministério da Cultura.

O Mercosul é o alvo de José Serra

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

O novo ministro de Relações Exteriores do Brasil, José Serra, é esperado em Buenos Aires nesta segunda-feira (23/5). Será sua estreia como condutor da política externa do governo interino do vice-presidente em exercício do Brasil, Michel Temer. O presidente argentino Mauricio Macri foi o primeiro – e até agora o único – mandatário em reconhecer o governo de Temer, em saudar com entusiasmo o golpe institucional que afastou a presidenta Dilma Rousseff da presidência por um prazo que pode ser de até 180 dias.

Jucá, Temer e a fraude desmascarada

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Vamos combinar que a ruína precoce do governo Michel Temer era visível desde o primeiro dia. Num país que abriga 200 milhões de pessoas, hospeda a sétima economia do planeta e que na última década e meia atravessou um período de progresso social reconhecido, nenhum governo poderia sobreviver sem oferecer respostas a demandas urgentes de bem-estar social e sem apreço pelos valores valores democráticos consolidados pela Constituição de 1988.

Jucá coloca ponto final no governo Temer

Por Renato Rovai, em seu blog:

A mídia, o Congresso, o Supremo e todas as forças que atuaram para derrubar Dilma, segundo Romero Jucá em áudio vazado pela Folha de S. Paulo hoje, podem até tentar matar no peito o que já estava claro e agora se comprova, Dilma só está sofrendo o processo do impeachment porque os corruptos de fato querem se livrar da Lava Jato. Mas mesmo que isso ocorra e Dilma seja cassada no Senado, não há mais qualquer possibilidade de sucesso para o governo Temer.

Fascista, o vento será tua herança

Por Marcio Sotelo Felippe, na revista Caros Amigos:

O golpe consumou-se. No dia 12 de maio a presidência da República foi usurpada por uma figura política que passará à História do Brasil na galeria da vileza em que estão Silvério dos Reis e Calabar. Eleito vice-presidente, conspirou com o que havia de mais sórdido no País para desalojar do poder a sua companheira de chapa e colocá-lo a serviço da classe dominante que preda o País desde sempre. Na mira dos golpistas estão desde o petróleo até direitos trabalhistas, a revogação, na prática, da CLT e mais uma reforma da previdência. Negociações com sindicatos enfraquecidos e manietados pelas restrições às liberdades públicas pretende-se que prevaleçam sobre os direitos assegurados pela legislação trabalhista.

Temer está nas mãos da Globo e Cunha

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

A gravação de Romero Jucá, escancarando que a derrubada de Dilma era parte de uma operação para salvar a cúpula do PMDB na Lava-Jato, deveria marcar o início do fim desse lamentável governo Temer. Isso se o Brasil fosse um país normal…

Mas no Brasil há a Globo.

É emocionante ver o esforço do conglomerado Globo para reduzir a devastadora gravação de Jucá a um fato quase corriqueiro. Essa disposição da Globo/GloboNews/CBN, com seus comentaristas amestrados, é hoje um dos sustentáculos de Temer. O outro sustentáculo é Cunha.

A segunda onda da crise política

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Hoje é que será possível tomar o pulso do Congresso em relação ao desvelamento do que nunca esteve realmente oculto, a verdadeira razão do impeachment: afastar Dilma para que Temer assumisse e promovesse um acordão que estancasse a sangria dos políticos pela Lava Jato. O que se viu ontem, uma segunda-feira preguiçosa, foi o silêncio do PSDB, do Centrão, do Supremo e do Renan (que teve a pachorra de dizer que não leu a transcrição dos diálogos entre Romero Jucá e Sergio Machado). Quem começou a ser sangrado foi Jucá mas pode estar começando uma nova escalada da crise que derrubará a ordem política carcomida que elegeu Temer como tábua de salvação.