terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Sem rebeldia não há saída

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Em uma das cenas do filme “As sufragistas”, uma personagem afirma que é melhor ser rebelde que escrava. Pode parecer uma frase banal – afinal, quem não escolheria a rebeldia à servidão? –, mas que parece nomear opções com as quais nos deparamos todos os dias. Na democracia imperfeita em que vivemos, as formas de repressão se tornaram tão naturais quanto invisíveis.

Criminaliza-se o aborto, jovens negros e pobres são perseguidos como bandidos e índios são mortos de forma covarde. O machismo se firma como gramática de relacionamento em todos os setores, os homossexuais são discriminados, revogam-se políticas humanistas de saúde mental em nome de interesses de mercado. O que era história se torna sintoma. Na sociedade higiênica, a norma é penalizar a diferença. O que é violência extrema se realiza como destino. Sem rebeldia, sobra a escravidão voluntária.

Justiça derrota Macri na 'Ley de Medios'

Do site Opera Mundi:

Uma juíza federal de San Martín e um juiz federal de Buenos Aires ordenaram nesta segunda-feira (11/01) medidas cautelares interinas e deixaram sem efeito os decretos do presidente argentino, Mauricio Macri, mediante os quais se deram a intervenção na Afsca (Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual), a dissolução de sua direção e da própria agência e a modificação das cláusulas antimonopólio da Lei de Meios argentina.

Os dois juízes aceitaram os recursos apresentados por uma cooperativa de comunicação popular e por uma associação de defesa dos direitos do consumidor na Justiça argentina contra os decretos do presidente que miravam a modificação do marco legislatório que regula os meios de comunicação no país.

A Venezuela à beira da tormenta

Por Luiz Arnaldo Campos, no site Outras Palavras:

Em Santa Elena de Uairén , cidade venezuelana fronteiriça com a brasileira Pacaraima, no estado de Roraima, é possível fazer cambio negro abertamente. Em média um real vale 150 bolívares e um dólar entre 700 a 800 bolívares. Como a cédula venezuelana de maior valor é a de 100 bolívares o resultado são pacotes de notas a serem transportados por quem compra o dinheiro venezuelano. Se esta é uma cena emblemática da crise econômica atravessada pela República Bolivariana a outra, sem dúvida ,são as filas de gente pobre nas primeiras horas da manhã , esperando para comprar gêneros e artigos de primeira necessidade com preço subsidiado.

Dique golpista começa a rachar

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

O povo não é bobo. Ou não é tão bobo quanto a mídia pensa.

Comentário que pesquei no site do Globo, abaixo da matéria sobre Jaques Wagner, novo alvo da pistolagem política:



Porchat X Sheherazade: "Direita extrema"

Da revista Fórum:

No último sábado (9), o Programa da Sabrina, na TV Record, exibiu a participação do humorista Fábio Porchat, que fez comentários sobre famosos expostos em um painel. Ao se deparar com a figura da jornalista Rachel Sheherazade, ele teceu críticas à âncora doSBT Brasil. “Não concordo com muitas das opiniões dela. Acho muito direita extrema o que ela fala e aí não bate a ideia. Quietinha ela não vai ficar nunca, pois ela é falante”, ressaltou.

FHC rejeita propina de US$ 100 milhões

A compra de votos na reeleição de FHC

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O DCM anuncia seu novo projeto de crowdfunding: a história da compra de votos na reeleição de Fernando Henrique Cardoso. O caso foi devidamente abafado. Por quê? Quem eram os personagens? Como foi operado? Qual o papel de FHC? Como a história sumiu da imprensa?

Destacamos novamente o jornalista Joaquim de Carvalho para o trabalho. Joaquim é autor da séria de reportagens sobre o Helicoca e a sonegação da Globo na compra dos direitos da Copa de 2002.

“Em abril de 1997, eu trabalhava na revista Veja como subeditor de Brasil e tinha entre minhas fontes Paulo Maluf, que havia terminado seu mandato de prefeito de São Paulo poucos meses antes, com uma alta taxa de popularidade”, diz Joaquim.

US$ 100 milhões em propina. E agora FHC?

Por Altamiro Borges

O ex-presidente FHC saiu quase escorraçado do Palácio do Planalto em 2003, com os piores índices de popularidade da história do Brasil. Para piorar, ele não conseguiu emplacar nenhum dos seus filhotes tucanos nas quatro últimas disputas sucessórias – José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Na verdade, com exceção da eleição presidencial de 2014, ele inclusive foi alijado do palanque e dos programas de tevê do PSDB para não prejudicar seus postulantes. 

Vaidoso e rancoroso, ele passou então a conspirar abertamente contra os quatro últimos governos eleitos democraticamente pelo povo. No pior estilo udenista, ele se travestiu de paladino da ética na sua cavalgada golpista. Só que a vida é cruel e agora é ele quem está na berlinda, com graves acusações de corrupção. Em sua “delação premiada”, o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, foi taxativo: “A propina ao governo FHC foi de US$ 100 milhões”. E agora FHC?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Protesto une jornalistas da Globo e Record

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (12), jornalistas da Globo e Record realizarão um protesto conjunto em frente à sede do Sindicato das Empresas de Rádio de Televisão do Estado de São Paulo. Eles uniram as suas forças para enfrentar a intransigência das empresas, que ofereceram apenas 5% de reajuste salarial - abaixo da própria inflação de 11% nos últimos 12 meses. O protesto será bem inusitado. Os profissionais já juntaram 70 pares de calçados usados e vão distribuí-los no local. A ideia foi copiada da manifestação ocorrida em novembro em Paris, quando os ambientalistas foram proibidos de realizar a Marcha pelo Clima e dispuseram centenas de sapatos na Praça da República, na capital francesa.

Dinheiro doado tem carimbo de corrupção?

Por Celso Vicenzi

A ex-senadora, ex-ministra e ex-candidata à presidência da República Marina Silva, que manteve-se calada durante toda a tragédia ambiental da Samarco/Vale, ressurgiu no noticiário para defender o golpe contra Dilma Roussef, torcendo por uma análise condenatória do Tribunal Superior Eleitoral. Diz a líder ambientalista que nada falou da maior tragédia ambiental recente no país, que se ficar comprovado que a chapa Dilma/Temer recebeu dinheiro da corrupção da Petrobras para financiar a campanha, o impeachment seria legítimo, porque previsto na Constituição.

'Menino de ouro' de Miami é amigo de Aécio

Por Altamiro Borges

No seu colunismo social para os amigos, a revista Época postou em seu site na semana passada: "De férias, Aécio passeia em Miami". A notinha apenas registrou que "o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, está curtindo férias até domingo, dia 10, em Miami. Nesta quinta-feira (7), ele se encontrou com Felipe Massa, corredor de Fórmula 1. Os dois não se conheciam. O jantar de aproximação ocorreu na casa do deputado Alexandre Baldy e foi registrado nas redes sociais pela cunhada de Massa, Anna Carolina Bassi". A revista da famiglia Marinho, que na sua sanha antipetista adora investigar os "amigos de Lula", nem se deu ao trabalho de pesquisar quem é o tal deputado Alexandre Baldy, que cedeu a sua casa em Miami para o encontro amigável do cambaleante tucano.

A revolução bolivariana é democrática

Por José Reinaldo Carvalho, no site Vermelho:

A posse dos deputados eleitos em 6 de dezembro na Venezuela e o início dos trabalhos da Assembleia Nacional para um novo período legislativo confirmam que a Revolução Bolivariana assegura o pleno exercício das liberdades democráticas.

Desde a proclamação dos resultados, o presidente Nicolás Maduro, em pronunciamento diante da nação, reconheceu o veredito das urnas. O fato de a Assembleia ter tomado posse sem nenhum incidente, dentro de todos os ritos previstos na Constituição, é mais uma demonstração de que o governo venezuelano respeitou o resultado eleitoral.

As flores do recesso fedem a fascismo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A expressão “flores do recesso”, cunhada pelo velho pessedista Thales Ramalho para designar o que, mais tarde, Cesar Maia chamaria de “factóides” - os balões de ensaio estapafúrdios, destinados a chamar a atenção e cobrir os “buracos” de noticiário durante o recesso do Legislativo e, agora, do Judiciário, transformado em “novo” espaço da luta política -, neste janeiro de 2016, fedem como nunca.

Oito entre dez manchetes escandalosas - reparem no texto a ausência de datas - são meros requentamentos de situações já sabidas ou, pior ainda, as notícias de que uma segunda leva de bandidos, condenados em casos do passado, agora querem aproveitar o “saldão de ano novo” das delações premiadas, dizendo o que não teriam dito há oito ou nove anos, quando chamados a depor ou tentaram negociar com a Justiça e não obtiveram sucesso.

A judicialização da política e a mídia

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:


O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé inaugura o calendário de atividades de 2016 com debate sobre a mídia e a judicialização da política. O encontro, marcado para 21 de janeiro, às 19h, na sede da entidade, em São Paulo, contará com a presença do jornalista Paulo Moreira Leite, do advogado e professor de Direito Constitucional Pedro Estevam Serrano e do ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e deputado federal Wadih Damous.

Quem vazou as fotos para a 'Veja'?


Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:


O detrito sólido de maré baixa publica (sic) essa semana uma "reportagem" vazada com as fotos oficiais, sigilosas dos presos (e muitos ainda não-julgados) na Lava Jato de Guantánamo.

São as fotos de identificação policial, que deveriam ser exclusividade dos documentos da Justiça, da Polícia e da administração penitenciária.

O jogo de linguagem fascista

Por Marcia Tiburi, na revista CartaCapital:

Fascismo é uma expressão que vem sendo usada para definir formas espetaculares de exposição de preconceitos raciais, sexuais, de gênero, de classe e vários outros no nível do cotidiano concreto ou virtual.

Podemos lembrar do fascismo italiano e sua imitação dos rituais de poder da Roma antiga. Mas o fenômeno atual caracteriza-se por explosões de ódio que causam espanto a quem olha o mundo e a sociedade em termos democráticos.

FHC: o pior cabo eleitoral do país

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Com a autoridade de quem se tornou o pior cabo eleitoral do país, tamanha rejeição ao seu governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saiu dos bastidores para insuflar a onda do impeachment, ao lado do "afilhado", o senador Aécio Neves. Sob o lema "chegou a hora de nós termos orgulho do que fizemos e do que somos", FHC se arvora de "estadista" em busca do resgate da popularidade.

Com pompa e cirscunstância, concedidas pelo PIG - o Partido da Imprensa Golpista - FHC usa e abusa de termos como "democracia", "decência", "reconstrução da vida política" quando o assunto não passa do mais descarado golpismo. Em sua página do Facebook, ao expressar votos para 2016, ele desejou "coragem para fazermos as mudanças necessárias". Dias antes, havia bradado a "legitimidade" do impeachment na rede social.

Coletivo de jornalistas "Amigos de Cuba"

Por Amanda Cotrim, na revista Caros Amigos:

Em uma noite de dezembro, aconteceu o lançamento do Coletivo de Jornalistas Brasileiros Amigos de Cuba, no auditório Vladimir Herzog, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. O projeto é uma iniciativa do Consulado de Cuba na capital paulista, e tem como principal objetivo ser um espaço de produção e divulgação de conteúdo relevante sobre a ilha no Caribe. “Além disso, queremos promover a amizade entre os profissionais de imprensa, estreitar os laços culturais dos dois países e realizar intercâmbios culturais”, explicou a consuleza para assuntos de imprensa de Cuba, em São Paulo, Ivette Martínez. Ela conversou com a reportagem da Caros Amigos e explicou o projeto.

Se Aécio fosse petista já estaria na Papuda

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Expoentes do PT como João Vaccari Neto ou José Dirceu, etc, estão presos porque foram alvos de delações premiadas. Quando empreiteiros, banqueiros, doleiros ou laranjas acusam petistas, a mídia produz manchetes tonitruantes, os telejornais se esbaldam e a oposição, Aécio Neves à frente, exigem prisão, tortura, decapitações etc. contra os acusados.

Eis que, em 30 de dezembro, Aécio Neves apareceu pela segunda vez na Operação Lava Jato; na primeira, foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como responsável pela montagem de um ‘mensalão’ em Furnas. Neste domingo, 10 de janeiro, surge uma terceira menção.

A euforia da direita latino-americana

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

A direita latino-americana, depois da década e meia de sucessivas frustrações, parece acreditar que possa voltar a ser protagonista da história contemporânea do continente. Nos meios financeiros e na mídia internacional, predomina uma verdadeira euforia.

O ímpeto com que atuam na Argentina e na Venezuela pode dar a impressão de que sabem para onde querem ir, que têm a chave do futuro das nossas sociedades, que se renovaram a ponto de poder se tornar de novo forca hegemônica na região. Criticam os governos progressistas, como se se tratasse de um ciclo esgotado, ao que eles se propõem a suceder e a superar.