domingo, 13 de setembro de 2015

Os jornais e o ódio fabricado

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

Houve época no Brasil em que a oferta diária de jornais passava de uma dezena. Embora a maioria­ estivesse alinhada com interesses conservadores, existiam alternativas. Basta lembrar o Última Hora, de Samuel Wainer, comprometido com a defesa de causas populares.

Hoje os jornais são poucos e quase sempre iguais. É comum vermos em determinados dias fotos e manchetes idênticas estampando suas capas. Mesmice que acompanha os conteúdos, unificados em linhas editoriais voltadas para fustigar diariamente o governo federal.

A oposição e seu boneco de vento

Por Marcelo Danéris, no site Carta Maior:

A oposição e alguns segmentos conservadores comemoram o sucesso do Pixuleco, boneco inflável que representa o ex-presidente Lula como presidiário. Nada mais simbólico. O boneco ocupa o vazio de quadros políticos da oposição capazes de conquistar os corações conservadores. Nem o Aécio de papelão animava. Revestido de preconceitos e pré-julgamentos, ao lado das faixas pedindo a volta da ditadura, blogs que incitam a violência contra a presidenta, defesa de golpes, impeachment, o boneco acabou por compor melhor a imagem desta sinfonia desafinada.

Médicos cubanos: Das vaias à ovação

Por Erikson Walla, no site Vermelho:

Unidade de Saúde da Família de Cajazeiras XI, manhã da última segunda-feira de agosto. Uma escada estreita leva ao pouco iluminado 1º andar, onde está um dos cômodos mais procurados no local: o consultório de número 5. A porta branca da sala, fechada até 2013, é aberta, desde então, muitas vezes ao dia. Observa-se, porém, um intervalo de tempo significativo entre um girar de maçaneta e outro. Neste ínterim de abre-fecha-abre-fecha, com quase nenhuma variação, a cena se repete: após a saída de um paciente, um homem pardo e de meia idade surge, sorridente, de prontuário na mão, para um sonoro anúncio de quem é que será o próximo a entrar. O nome de quem anuncia está em uma placa fixada na frente da porta: “Dr. Rafael – Médico”.

Agressores pedem desculpas a Mantega

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Uma ótima notícia para começarmos esta sexta-feira: "Os dois empresários que gritaram palavrões, em junho, para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, dizendo que ele era "ladrão", "palhaço" e "sem-vergonha", acabam de se retratar".

A informação foi dada na coluna de Mônica Bergamo:

"Diante de queixa-crime por injúria, calúnia e difamação, eles procuraram o advogado do ex-ministro, José Roberto Batochio, e propuseram acordo. Mantega assinou ontem os dois pedidos de desculpas, concedendo aos empresários seu "perdão", exigência da lei para que a ação judicial seja suspensa.

Com FHC, Standard&Poor's não era problema

Por Daniel Merli, no blog Escrevinhador:

Fico tocado de ver tantas pessoas preocupadas com a perda de conquistas do governo Lula – como o “Grau de Investimento”, concedido pela Standart & Poor´s em 2008.

Mas só lembrando:

1- naquela época, esse grau foi conquistado porque, enquanto os Estados Unidos iam à falência em grande parte por uma fraude cometida pela própria S&P (http://g1.globo.com/…/standard-poors-pagara-multa-de-us-137…), a economia brasileira superou a crise com políticas de estímulo ao consumo, com o #‎BolsaFamília e isenções fiscais, tão duramente criticadas pelas mesmas pessoas que agora criticam o “rebaixamento”;

Youssef financiou Alvaro Dias?

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Já no final da longa sessão da CPI da Petrobras realizada em fins de agosto, durante acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) perguntou: "Vossa senhoria teve um jato alugado pela prefeitura de Maringá e em determinado momento esse jato foi utilizado por políticos?".

Youssef respondeu: "Na época eu fiz a campanha do senador Alvaro Dias... e parte destas horas voadas foram pagas pelo Paolicchi, que foi secretário de fazenda da Prefeitura de Maringá. E parte foram doações mesmo que eu fiz das horas voadas".

O papa Francisco e o aborto

Por Frei Betto, no site da Adital:

Em março de 2009, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, excomungou a equipe médica que, em observância à legislação brasileira, ajudou uma menina de 9 anos, cuja saúde corria sério risco, a abortar gêmeos, após meses de gravidez. A mãe da menina também sofreu excomunhão. O padrasto, que violentava sexualmente a menor desde que ela tinha 6 anos, escapou da excomunhão, ou seja, da pena eclesiástica que, desde 1398, impede o acesso aos sacramentos. Só bispos podiam revogar tal penalidade.

Janot resistirá à pressão dos golpistas?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Três semanas depois de ter sido reconduzido ao cargo de Procurador Geral da República, Rodrigo Janot foi colocado diante de uma ótima oportunidade para mostrar a que veio depois que o delegado Josélio de Souza, da PF, decidiu pedir que Lula seja ouvido sobre denúncias de corrupção na Petrobras.

É mais um pedido para gerar manchetes que pretendem alimentar o ambiente de criminalização do Partido dos Trabalhadores, sempre útil para dar credibilidade aos pedidos de impeachment de Dilma Rousseff, mas é puro absurdo.

sábado, 12 de setembro de 2015

A tropa de choque de Eduardo Cunha

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Apesar de estar mais sujo do que pau de galinheiro, o lobista Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, segue com a sua agenda golpista e conservadora em plena atividade. Adepto da tática de que a melhor defesa é o ataque, ele abusa do diversionismo para ofuscar a denúncia de que recebeu US$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção da Petrobras, conforme acusação já apresentada pela midiática Operação Lava-Jato. Neste esforço de sobrevivência, ele conta com a cumplicidade de mais de 100 deputados que ajudou a eleger e com a ação de uma ativa e barulhenta tropa de choque.

O que aconteceria em caso de impeachment?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

É hora de defender vigorosamente a permanência de Dilma até o final de seu mandato.

Sobretudo nas ruas, mas não só nelas: as redes sociais são hoje um importante polo formador de opiniões.

Não se trata de defender Dilma em si e muito menos o PT: é a defesa da democracia, da justiça, da Constituição.

E, mais que tudo, é a defesa da decência.

A massificação da ideologia dominante

Por Róber Iturriet Avila, no site Brasil Debate:

O período vivenciado entre 2004 e 2011 foi de ganhos econômicos e sociais para o Brasil. Houve crescimento econômico superior à média das duas décadas pregressas, redução das desigualdades, elevação das reservas internacionais, aumento do emprego, elevação da renda média etc.

No final de 2011 e ao longo de 2012, frente à popularidade elevada da presidente Dilma e das oscilações na economia internacional, houve uma tentativa de alterar a política econômica, particularmente a política monetária. Nesse período, a sensação de “bem- estar” estava relativamente bem sedimentada.

Os "revoltados online" da sonegação


Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Estadão dá, agora à noite, manchete sobre a “polêmica” causada (segundo o jornal) entre os advogados tributários pela tardia decisão da receita Federal de apressar a cobrança de impostos devidos por 400 grandes contribuintes e que somariam R$ 20 bilhões.

Pela média, uma dívida de R$ 50 milhões “por cabeça”, com média de três a cinco anos, com recursos já recusados.

Os bancos preparam a próxima crise global

Por Susan George, no site Outras Palavras:

Sempre otimista, não acreditei que os bancos sairiam da crise de 2007 a 2008 mais fortes que antes, sobretudo em termos políticos. É verdade que alguns pagaram multas que os fizeram cambalear - um total de 178 bilhões de dólares para os bancos norte-americanos e europeus - mas consideram que tais desembolsos são “o preço de fazer negócios”. Nenhum líderes do setor que quebrou a economia mundial passou uma só noite na prisão, nem teve que pagar, pessoalmente, uma única multa.

Lançado o “comitê do golpe já”

Por Adalberto Monteiro, no blog de Renato Rabelo:

Como algo trivial, realizou-se na última quinta-feira, dia 10, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, o lançamento do “movimento pró-impeachment”. Diz a grande mídia que dele participou cerca de meia centena de parlamentares liderados por PSDB, DEM, PPS e Solidariedade.

“O comitê do golpe já, o autodenominado “movimento pró-impeachment”, teve seu lançamento turbinado pelo estardalhaço e pela legitimidade que a grande mídia deu à decisão de rebaixamento do grau de investimento do país por parte da agência

Da bancada da bala ao banco dos réus

Da revista CartaCapital:

Complicou-se a tentativa do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) de posar como um arauto da moralidade que denuncia o fato de o Brasil estar "sendo ridicularizado no mundo pela roubalheira". Fraga se tornou réu no Supremo Tribunal Federal, acusado do crime de concussão (cobrar vantagens indevidas em razão do cargo) quando era secretário de Transportes do Distrito Federal, no governo de José Roberto Arruda.

Para entender a lógica da S&P

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Primeiro passo: entender a grande disputa entre rentistas e economia real.

A disputa dá-se em torno do orçamento público. Os rentistas se apropriam dele através dos juros; a economia real através de subsídios ao crédito e compras públicas; o cidadão através de gastos sociais e com serviços públicos.

Como esses interesses precisam ser legitimados perante a opinião pública, cada grupo tratará de desenvolver argumentos em defesa da política econômica que melhor atenda a seus interesses.


Época 'mutila' notícia para difamar Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O consórcio do golpe reservou o último dia útil da semana para exercitar uma prática em alta no Brasil, o marketing golpista. A saber, trata-se de um ramo novo – mas nem tanto – e em alta da publicidade, o qual se dedica a produzir material para sustentar propostas de ruptura institucional. Ou seja: de golpe.

E, por óbvio, a mídia eternamente golpista faz parte desse esquema juntamente com setores da Polícia Federal e do Ministério público.

Uma banana para as agências 171

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                  

Não faz muito tempo o ex-ministro Delfim Neto se referiu às agências de classificação de risco como "agências 171". Imaginem o que leva Delfim, um homem que está a anos luz de ser considerado de esquerda, a fazer uma avaliação tão negativa de agências de rating como Standard & Poor's, Moody's e Fitch?

Exatamente o papel delas na economia globalizada, que é o de avaliar a capacidade dos países e empresas de saldarem suas dívidas, e o consequente nível de solvência das nações, sempre a partir do ponto de vista dos interesses do mercado financeiro e do rentismo.

A era do besteirol nas redes sociais

Por Mú Adriano, no site da UJS:

As redes sociais, sem sombra de dúvidas, mudaram o nosso cotidiano. A imensa maioria dos jovens na atualidade passa horas e mais horas degustando desse privilégio do mundo moderno. Isso não é segredo para ninguém, mas junto com elas vieram também o tempo do besteirol descontrolado e sem precedentes.

O gosto de 'Época' por espumas venenosas

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Se colocados num espremedor de fatos o despacho do delegado federal Josélio Sousa, pedindo que o ex-presidente Lula seja ouvido no âmbito da operação Lava Jato, e a matéria do repórter Filipe Coutinho, da revista Época, noticiando a iniciativa com estardalhaço, não se obterá uma xícara de xarope da verdade. Os dois ingredientes juntos produzem muita espuma venenosa que, depois da desejada intoxicação política, será levada pelo ralo. Mas o mal já estará feito, como sempre acontece nestes jogos entre procuradores, delegados e jornalistas para garantir manchetes e processos.