quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Jovens abandonam a TV Globo

Por Altamiro Borges

Nesta semana, duas reportagens confirmaram a crise do modelo de negócios das emissoras de televisão. As audiências despencam e, como efeito, os milionários anúncios em publicidade também desabam. As causas são variadas – como a perda de credibilidade dos veículos e os erros de gestão dos patrões incompetentes. Mas a principal razão parece ser a explosão da internet, esta brecha tecnológica que abriu novas opções de informação e entretenimento para a sociedade. Já os efeitos nas empresas são dramáticos, com a demissão de jornalistas, o arrocho salarial e a precarização do trabalho. Os latifundiários da mídia não ficam mais pobres. Eles jogam a crise nas costas dos trabalhadores e mantêm os seus elevados lucros. Não é para menos que os três filhos de Roberto Marinho seguem na lista dos maiores ricaços do país, segundo o ranking anual da revista Forbes.

Nem os jornalistas acreditam na mídia

Por Altamiro Borges

Pesquisa feita pelo “Projeto Credibilidade”, que é o capítulo nacional do “Trust Project” – um consórcio que reúne 70 veículos de mídia de vários países, entre eles a Al Jazeera, The New York Times, La Stampa e até o Google –, concluiu que nem os jornalistas brasileiros acreditam nos veículos de comunicação em que trabalham. Segundo o levantamento, apenas 17,9% dos profissionais entrevistados concordam completamente que “o jornalismo fornece uma narrativa verdadeira dos eventos e questões diárias num contexto que explica seus significados”; 31,1% disseram concordar parcialmente; 37,2% não concordam nem discordam e 10,3% discordam parcialmente. A opção “discordo completamente” foi assinalada por 3,5%.

Brasil, a ditadura perfeita

Por Gilberto Maringoni, em seu blog:

Mario Vargas Llosa uma vez classificou a hegemonia de mais de sete décadas do Partido Revolucionário Institucional no México como “a ditadura perfeita”. O escritor peruano, que nada tem de esquerdista, admirava-se com a completa hegemonia do PRI sobre todas as instituições públicas, meios de comunicação e empresas do país, que não passou – formalmente – por períodos abertamente autoritários, como Brasil, Argentina, Chile e quase toda a América Latina.

A violência no México sempre foi legal e funcionou como máquina de moer carne dentro das mais estritas normas republicanas.

Michel Temer e seu nó fiscal

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

As últimas semanas têm sido marcadas por um verdadeiro movimento de vai-e-vem nas declarações oficiais relativas ao imbróglio fiscal que avassala nosso País. Porém, é forçoso reconhecer que essa onda de hesitação em assumir o inevitável é bastante compreensível. Afinal, a narrativa dos defensores do financismo sempre assegurou amplamente que a solução era simples. Bastaria tirar a Dilma para que todas as dificuldades se transformassem em oportunidades para o retorno de nossa economia a uma suposta normalidade.

Um golpe sustentado pelo medo

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Muitos analistas, profissionais e de botequim, tem se perguntado porque a população não reage aos desmandos do governo. A pesquisa Ibope divulgada há pouco, cuja íntegra se encontra no site do instituto, explica as razões da paralisia política do povo. É pavor. O gráfico mostra um povo completamente aterrorizado pelo desemprego. 46% tem “muito medo” do desemprego, outros 23% tem “um pouco de medo” e 13% já está desempregado. Ou seja, temos 46%+23%+13% = 82% da população sob os efeitos paralisantes do medo das consequências sociais trazidas pela falta de um trabalho.

O que já era mentira, virou escândalo!

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Antes do golpe, meu governo previa déficit de R$ 124 bi para 2016 e de R$ 58 bilhões para 2017, que seriam cobertos com redução de desonerações, a recriação da CPMF e corte de gastos não prioritários.

Após o golpe, a dupla Temer-Meirelles, apoiada pelo “pato amarelo”, que não queria saber da CPMF por onerar os mais ricos, inflou a previsão de déficit para R$ 170 bi, em 2016 e R$ 139 bi, em 2017.

Os golpistas calculavam ganhar uma grande folga para facilmente cumprir a meta e, com isso, fazer a população acreditar numa competência que eles não tinham.

Temer e a destruição do Estado nacional

Por Hylda Cavalcanti e Paulo Donizetti, na Rede Brasil Atual:

O Congresso Nacional, depois de rejeitar a denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer, trabalha agora para manter a base e conseguir aprovar as reformas política e da Previdência, entre outros projetos de interesse das bancadas empresariais e ruralistas. Parlamentares e cientistas políticos avaliam a manutenção de Temer como parte de um projeto de poder impossível de ser conduzido de maneira democrática e com respeito ao voto popular. O planejamento em curso une parte do poder econômico e financeiro e suas ramificações nos Poderes Executivo, Legislativo e no Judiciário.

O preço da austeridade de Temer

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

Qual o preço da austeridade? Em dezembro do ano passado, o governo pagou aos deputados federais o valor recorde de emendas parlamentares da série histórica iniciada em 2015, quando os dados se tornaram públicos. De uma tacada só, foram gastos R$ 2 bilhões. O montante foi recebido pela Câmara junto a outro pacote: as matérias das duas principais reformas que seriam votadas neste ano – a da Previdência e a Trabalhista. A estratégia é repetida por Temer desde que os deputados tiraram Dilma Rousseff da presidência e o colocaram no lugar.

Direita xucra ignora os crimes de Hitler

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

“Dizer que o nazismo foi de esquerda é uma grande ignorância da História e de como as coisas aconteceram”, segundo Izidoro Blikstein, professor de Linguística e Semiótica da USP e especialista em análise do discurso nazista e totalitário disse recentemente à BBC.

Na verdade, é mais do que isso. Não é só ignorância. Não raro, essa releitura histórica absurda é espargida por nazistas “naturais” que não sabem que são nazistas – e muito menos o que foi o nazismo.

O nazismo entrou em pauta por conta dos choques de neonazistas e supremacistas brancos contra grupos antirracistas na cidade universitária norte-americana de Charlottesville.

Dívida pública, inflação e o mito neoliberal

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Maurício Grabois:

A ascensão da equipe atual dos sonhos do mercado financeiro fez concentrar o problema da inflação no comportamento quase exclusivo do déficit e da dívida pública. A aceleração do nível de preços que atingiu 10,7% no ano de 2015 devido ao choque de custos oriundo da desvalorização cambial, do aumento tributário e da liberalização de aumento nos preços administrados, como dos combustíveis, serviu de referência para explicitar a relação convergente entre inflação e déficit e dívida pública.

O fascismo dos nossos tempos

Por Paulo Silveira, no site Jornalistas Livres:

No segundo turno da última eleição presidencial, na fila de espera para votação, num bairro ocupado pela alta burguesia da cidade de São Paulo, ouvi rapazes galhofeiros afirmarem que, se Dilma Rousseff fosse reeleita, grupos organizados através das redes sociais a arrancariam à força do poder! Um ano e meio depois, sem precisar fazer uso da agressão física, mas não sem deixar de exibir a prepotência que lhes é peculiar, esses grupos contribuíram para a deposição da presidenta.

Um país que perdeu o medo do ridículo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em São Paulo, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima discorre sobre história do Brasil. Fala dos degredados que incutiram nos brasileiros a malandragem atávica, poupando apenas os procuradores.

Em algum lugar do Brasil, o Ministro Luís Roberto Barroso cita Faoro e Buarque e o grande pensador Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo, para discorrer sobre reforma trabalhista e sobre a malandragem brasileira, que poupou apenas o Supremo

No Twitter, o procurador Hélio Telho rebate o economista Paulo Rabello de Castro e diz que ele (Telho) precisa ensinar capitalismo de verdade a esses capitalistas de compadrio.

O país da Casa-grande

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:

Desde a transição democrática de meados dos anos 80, o povo brasileiro contempla, entre perplexo e cada vez mais desencantado, o espetáculo da mudança sem esperança ou, como dizia um crítico de Adorno, “a realização das esperanças do passado”.

Assim os senhores da terra concebem o progresso. As eleições diretas sucumbiram diante do Colégio Eleitoral. A nau de Ulysses encalhou nas praias do transformismo e os náufragos do regime militar saltaram alegremente para bordo.

Veja é multada em R$ 100 mil por calúnia

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O geólogo Guilherme Estrella, que foi diretor de Exploração e Produção da Petrobras nos governos Lula e Dilma e um dos pioneiros na pesquisa que levou à descoberta de petróleo no pré-sal no mar territorial do Brasil, venceu uma disputa judicial que travava com a revista Veja por causa de duas reportagens publicadas em abril de 2014, quando era intenso o noticiário em torno da Petrobras e a Lava Jato.

Ele foi acusado de receber “propina paga por uma fornecedora holandesa da Petrobras”. A fonte da informação era um suposto depoimento do publicitário Marcos Valério - depoimento que nunca apareceu - e uma sindicância da empresa, que existiu, mas que não tinha nenhuma relação com Estrella.

O Brasil em liquidação para salvar Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Poder360 traz a lista daquilo que, em pouco mais de um ano, o governo Temer quer vender para, ainda assim, continuarmos com um rombo gigantesco nas contas públicas.

Vender e vender correndo, a toque de caixa, sem produzir, sequer, algum benefício para o funcionamento dos serviços públicos.

Reproduzo a lista escandalosa [aqui].

Nem, assim, porém, as contas estão fechando, porque o país, paralisado, arrecada menos e menos.