segunda-feira, 10 de julho de 2017

Cunha pode encurtar a traição de Maia

Por Altamiro Borges

Rodrigo Maia, o jagunço dos patrões que comanda a Câmara Federal, ainda tenta disfarçar que pretende trair o traidor Michel Temer, consagrando-se como novo presidente indireto do país. O demo jura “lealdade” ao Judas. Mas ninguém acredita nesta lorota. O “deus-mercado”, temendo o desgaste do seu projeto ultraliberal, já trata como bagaço o detestado Michel Temer. A mídia venal, vanguardeada pela Rede Globo, também rifou o velhaco do PMDB. O teatro já está montado para a encenação do “golpe dentro do golpe”. O único fantasma que pode bagunçar esta peça patética parece ser o presidiário Eduardo Cunha, que ameaça ligar o ventilador no esgoto contra o covil golpista, inclusive contra seu “rival” Rodrigo Maia.

Na edição desta semana, a sempre suspeita revista Veja garante que o correntista suíço não poupará o demo. “Aliados de Michel Temer admitem, em privado, que as revelações contidas na delação premiada do ex-deputado Eduardo Cunha devem agravar ainda mais a situação do presidente no Congresso e ampliar as chances de a Câmara autorizar o Supremo Tribunal Federal a processá-lo. Seria uma injeção extra de ânimo nos que, na surdina, trabalham para que Rodrigo Maia ascenda ao Planalto. O problema é que o horizonte para Maia é igualmente sombrio: assim como Temer, o atual presidente da Câmara também é citado na delação de Eduardo Cunha – ele aparece, segundo pessoas próximas ao ex-deputado, como intermediário de interesses empresariais na máquina pública e destinatário de recursos de origem ilícita”.

Ainda de acordo com a matéria, “na semana passada, o próprio Eduardo Cunha, da cadeia em Curitiba, fez questão de mandar o recado para o ex-colega. Por meio de um interlocutor que foi visitá-lo, ele pediu que um amigo em comum dissesse a Maia que ele estrelará um dos capítulos de sua delação. ‘Avisa que ele também será lembrado’, pediu Cunha, segundo relatou o interlocutor a Veja... Rodrigo Maia entrou para o caderno de inimigos de Eduardo Cunha durante o processo que resultou na cassação do peemedebista – ele considerou que o colega nada fez para ajudá-lo”. O presidiário não esconde o seu desprezo e ódio ao traidor contumaz, que agora se prepara para dar uma nova punhalada – contra Michel Temer.

No mesmo rumo, a jornalista Mônica Bergamo, em nota publicada na Folha na sexta-feira (7), já havia antecipado que a vida do demo será infernal. “O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) citará o sucessor, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na delação premiada que tenta fechar com o Ministério Público. De acordo com uma pessoa familiarizada com as negociações, Cunha poderá falar da atuação parlamentar de Maia em benefício de setores empresariais e de recursos não contabilizados que ele teria recebido para campanhas eleitorais”. A jornalista até tenta relativizar o impacto da delação. “As informações não teriam potencial de ser a ‘bala de prata’ para inviabilizar uma eventual candidatura de Maia à Presidência da República”.

Será? Na guerra mafiosa instalada no covil golpista, pode-se esperar de tudo – inclusive do chamado “fogo amigo”. A revista Época, da traiçoeira famiglia Marinho, postou recentemente uma notinha curiosa. “Michel Temer está desconfortável com os discretos, porém efetivos, movimentos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no sentido de lhe suceder no Palácio do Planalto. Temer gosta de lembrar a um pequeno círculo de assessores que o aspirante ao cargo responde a dois inquéritos no STF. Em um dos casos, a Polícia Federal já concluiu relatório, mas a Procuradoria-Geral da República ainda não apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal contra ele. Diz respeito à suspeita de que Maia recebeu R$ 1 milhão da OAS para ajudar a empreiteira na Câmara dos Deputados... A demora da PGR em relação a Maia é mais um motivo para Temer dizer que Rodrigo Janot o persegue. Assessores de Temer afirmam que a PGR está cozinhando o relatório da PF sobre Maia desde fevereiro”.

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