segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Desemprego em alta e Temer em queda

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Por Altamiro Borges

Nesta sexta-feira (24), o IBGE divulgou a taxa de desemprego no país, que segue crescendo em ritmo acelerado. No trimestre concluído em janeiro, ela atingiu 12,6% da População Economicamente Ativa (PEA), o que representa uma alta de 0,8% na comparação com o trimestre encerrado em outubro. É a maior taxa já verificada desde o início desta série histórica, em 2012. Ela aumentou também na comparação anual do indicador. No trimestre encerrado em janeiro de 2016, durante o governo de Dilma Rousseff, ela estava em 9,5%. Ou seja: houve uma alta de 3,1 pontos percentuais no intervalo de um ano – o que deve ser debitado na conta dos golpistas que desestabilizaram a economia do país para assaltar o poder com o Judas Michel Temer.

Ainda segundo o IBGE, o contingente de pessoas desocupadas, dos desempregados em busca de vagas, chegou a 12,9 milhões e apresentou alta nas duas bases de comparação. De acordo com a pesquisa, 879 mil novos trabalhadores entraram na fila do emprego na passagem do trimestre encerrado em outubro para o terminado em janeiro – alta de 7,3%. Na comparação anual, a alta foi ainda mais expressiva, de 34,3%. No intervalo de um ano, 3,3 milhões pessoas entraram na fila do emprego no país. A pesquisa também revela que o desemprego é maior nas camadas da população formadas por negros, mulheres e jovens.

As maiores vítimas do desemprego

Conforme registra Lucas Vettorazzo, em matéria na Folha, “pela primeira vez o IBGE investigou o desemprego considerando a cor ou raça da população. A taxa de desocupação das pessoas que se declararam de cor preta (14,4%) ou parda (14,1%) foi maior do que das pessoas que se autodeclararam brancas (9,5%). O rendimento médio dos negros no quarto trimestre foi de R$ 1.461, enquanto o de brancos foi de R$ 2.660... ‘A população preta e parda tem historicamente problemas culturais para se inserir no mercado de trabalho’, disse o coordenador de Emprego e Renda do IBGE, Cimar Azeredo”.

A pesquisa revelou que “o desemprego atingiu mais as mulheres do que homens. Segundo a Pnad, a taxa de desocupação entre mulheres no país foi de 13,8%, enquanto de homens foi de 10,7%. Em todas as cinco grandes regiões investigadas, a situação se repete. No total de pessoas desocupadas no país – desempregados em busca de oportunidade –, a maioria é de mulheres (50,3%). O Nordeste é a região que registra taxa de desocupação mais alta entre elas, de 16,5%. No Norte, o indicador foi de 16%. No Sudeste (13,8%) e Centro-Oeste (13,2%), a taxa permaneceu acima da média no Brasil”.

Por último, a pesquisa apontou que “os mais jovens foram os mais afetados pelo desemprego. A desocupação entre jovens de 18 a 24 anos foi de 25,9%. No grupo de pessoas de 25 a 39 anos, a taxa foi de 11,2%. Já entre a população de 40 a 59 anos, o desemprego foi de 6,9%... Dos cerca de 12 milhões de desocupados no país no fim do ano passado, 2,3 milhões estavam na fila há dois anos ou mais – cerca de 20% do total. A maioria dos desocupados, contudo, estava de um mês a menos de um ano em busca de inserção: 6,08 milhões nesta condição no quarto trimestre de 2016”.

Explode da taxa de desocupação

Em matéria postada na quinta-feira (23), o Jornal do Brasil apresentou mais um dado alarmante, decorrente de outra pesquisa do IBGE. “A taxa referente à subutilização da força de trabalho no quarto trimestre de 2016 aumentou, chegando a 22,2%, frente aos 21,2% do terceiro trimestre e também superior aos 17,3% do quarto trimestre de 2015... De acordo com os números, faltava trabalho para 24,3 milhões de pessoas no quarto trimestre, o que representa um aumento de 6,0% em relação ao terceiro trimestre, com 1,4 milhão de pessoas a mais nessa situação. No quarto trimestre de 2015, eram 18,5 milhões nessa condição, o que representa um crescimento de 31,4%”.

Conforme explica, este indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial – pessoas que não estão em busca de emprego mas estariam disponíveis para trabalhar. “Em 2016, a taxa média de subutilização da força de trabalho ficou em 20,9% no país. O Nordeste teve o maior resultado no quarto trimestre, 33%, enquanto a menor taxa ocorreu no Sul, 13,4%. Entre os estados, a Bahia ficou com o índice mais alto (36,2%), e Santa Catarina, com o menor em (9,4%)”.

Bravatas de Temer e da mídia venal

Apesar destes dados alarmantes, o usurpador Michel Temer insiste em afirmar que “o Brasil está saindo da recessão”. Na mesma toada, talvez para justificar o aumento das verbas publicitárias, a mídia chapa-branca tem difundido a ideia de “o pior já passou” e o país apresenta “indicadores consistentes da retomada do crescimento”. A mídia mercenária só lamenta a instabilidade política, com novas denúncias de corrupção contra importantes ministros do covil golpista. Alguns articulistas até sugerem medidas de contenção da Lava-Jato e maiores limites à ação do juiz Sergio Moro – que antes era tão paparicado pelos moralistas sem moral.

Esta bravata, porém, não se sustenta. Além da instabilidade política, própria do “golpe dos corruptos”, a crise econômica bate às portas do Palácio do Planalto. Os golpistas ludibriaram parcelas da sociedade com o discurso de que bastaria derrubar a presidenta Dilma para o Brasil voltar a crescer e gerar emprego. Do inferno, o país ingressaria ao paraíso “instantaneamente” – afirmaram os assaltantes do poder e a sua mídia venal. A mentira até enganou os “coxinhas otários”, como ironiza uma marchinha de Carnaval. Agora, porém, o desemprego e a miséria crescem; já a popularidade de Michel Temer despenca e a credibilidade da mídia mercenária vai para o ralo!

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