domingo, 11 de setembro de 2016

“Fora Temer” assusta Fátima Bernardes

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada (8), a apresentadora Fátima Bernardes foi surpreendida com um protesto político em seu programa ao vivo na TV Globo. Dois integrantes da banda do músico Johnny Hooker, o tecladista e o baterista, exibiram as suas camisetas: “Fora Temer” e “Quem não tem voto caça com golpe”. A iniciativa teve imediata repercussão nas redes sociais. Os fãs do cantor – que gravou uma das músicas da trilha sonora da nova série da emissora, “Justiça” – elogiaram a ousadia. Já a famiglia Marinho, que apoiou o “golpe dos corruptos” e tenta embelezar a imagem do usurpador, ficou bem incomodada com o protesto em seu próprio estúdio, conforme revela o blogueiro Mauricio Stycer, do UOL:

11 de setembro e o papel nefasto da mídia

Por Altamiro Borges

Os bárbaros atentados de 11 de setembro de 2001 continuam gerando intensas polêmicas. Há divergências sobre as suas causas e sobre a resposta dos EUA. Há suspeitas, até, sobre a postura de George W. Bush. Infelizmente, porém, pouco se fala sobre o papel que a mídia desempenhou neste episódio que abalou o mundo. Na verdade, a mídia prefere evitar este tema tão constrangedor.

Os atentados confirmaram a tese de que os impérios midiáticos servem aos interesses políticos e econômicos da classe dominante. Como já ensinou o marxista Antonio Gramsci, nos momentos de crise e tensão, a imprensa desempenha o papel de partido do capital. Ou, segundo a máxima do senador ianque Hiram Johnson, “a primeira vítima, quando começa a guerra, é a verdade”.


O Congresso e a Justiça têm lado

Por por Silvio Caccia Bava, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Todos já sabem, dentro e fora do Brasil, que o impeachment é uma farsa para tirar do poder a presidenta eleita e o PT. Não há crime para condenar Dilma. Se a justificativa for ainda o combate à corrupção, os mentores do golpe deveriam também ser acusados pela Lava Jato. Evidências não faltam, aliás, são abundantes e existem há muito tempo. Basta lembrar o excelente trabalho do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que apresentou farta documentação das contas de tucanos em paraísos fiscais em seu livro Privataria tucana.

A 'sociedade civil gelatinosa' do golpismo

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

O golpe parlamentar efetivado em 31 de agosto foi o resultado de diversos fatores conjugados voltados à desestabilização política, institucional, social, informativa, ideológica e moral do Governo Dilma. Abaixo alguns dos principais personagens, fatores e fenômenos desse longo processo de golpeamento da democracia e de incriminação fascista de um governo e de um partido político. A forma abaixo apresentada não é necessariamente hierárquica ou cronológica, uma vez que vários dos processos elencados ocorreram de forma simultânea:

O agente que colocou a foto no Tinder

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Nos tempos em que Salazar governava Portugal, e os portugueses se faziam merecedores de piadas, a mais frequente era a do secreta português que usava distintivo orgulhosamente na lapela.

Nos últimos anos, a piada é o Brasil. E já temos nosso secreta: o ardiloso capitão do Exército Wilson Pina Botelho, codinome Balta.

O anonimato é o instrumento de trabalho do secreta. O capitão colocou sua foto no Tinder, viveu gloriosamente o papel de esquerdista padrão, passando pelo crivo técnico de adolescentes namoradeiras. Como um James Bond dos trópicos, usou o charme para seduzir uma jovem sonhadora e inserir-se em perigosa organização terrorista.

Aumento de jornada agrava o desemprego

Por Adilson Araújo, no site da CTB:

Em pleno século 21, que acumula notáveis avanços das novas tecnologias e da produtividade do trabalho humano, é no mínimo lastimável que esteja sendo colocado na agenda governamental o aumento da jornada de trabalho para 12 horas diárias e a flexibilização dos contratos com o primado do negociado sobre o legislado ou do mercado sobre a Lei.

A ascensão de Temer ao governo, na carona de um impeachment sem crime de responsabilidade, assanhou o patronato. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, chegou ao ponto de defender uma jornada de 80 horas semanais sob o argumento de que serão necessárias “mudanças duras” na legislação trabalhista e na Previdência para sair da crise.

Cassação de Cunha trará o imponderável

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

“Se não houver compromisso com o combate à corrupção, este governo vai derreter”, disse Fabio Osório antes de ser demitido da AGU porque contrariou os esforços para abafar a Lava Jato. Sua demissão foi uma evidência dessa falta de compromisso. Outra, bem eloquente, está na passividade do governo diante da votação de segunda-feira para cassar o mandato de Eduardo Cunha. A cassação assombra, mas a salvação também será péssima para o governo, fortalecendo a ideia de que colabora com a grande pizza que vem sendo amassada no pós-golpe.

Quem derrubou Dilma pode descartar Temer

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

O impeachment da presidenta Dilma Rousseff não foi o desfecho do golpe e muitas surpresas negativas ainda podem vir por aí. A avaliação é da historiadora e doutora em ciências políticas Isabel Lustosa. Para ela, contudo, a reação que surge nas ruas à destruição de conquistas que vêm desde a Constituição de 1988 pode complicar os planos das forças que tomaram o poder.

“A segunda etapa do golpe é a eliminação do Lula como ator político”, afirma Isabel, em entrevista ao Portal Vermelho, concedida nesta quinta (8). Ela prevê ainda que, sem popularidade e citado em delações da Lava Jato, o presidente Michel Temer pode ser descartado por seus aliados, após a virada do ano. Desta forma, uma eleição indireta poderia levar ao poder alguém que dê ao governo do golpe certa imagem de moralidade e eficiência, com o objetivo de levar adiante o programa de desmonte do Estado brasileiro.

A jornada de trabalho e os escravocratas

José Luiz Del Roio
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                          

É precisa a definição do militante de esquerda José Luiz Del Roio, ex-senador italiano, para as propostas do governo golpista de Temer: "Elas são anti-históricas, embutem violência social e vão unificar a luta das centrais sindicais contra essa ofensiva de um patronato escravocrata."

O governo ilegítimo insiste em "cutucar onça com vara curta". Menospreza e reprime os protestos, mas eles crescem de forma impressionante e se disseminam pelo país, chegando às cidades do interior. Esperneia quando é chamado de golpista, mas essa narrativa emplacou queiram os usurpadores ou não.

PEC-241 e a resistência ao desmonte

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

Em meio à confusão política pouco se falou da gravidade da Proposta de Emenda à Constituição nº 241/2016, encaminhada ao Congresso, ainda durante a interinidade do governo Michel Temer, com o objetivo de congelar, em termos reais, o gasto público pelo período de vinte anos.

Denunciar as consequências catastróficas dessa iniciativa para o futuro do país e para o povo brasileiro é tarefa dos partidos de oposição e dos movimentos sociais. Sua eventual aprovação, além dos malefícios decorrentes da redução do orçamento público, obrigará a realização de outras reformas com redução de direitos, com destaque para a seguridade social (previdência, saúde e assistência social).

Lava-Jato é uma fraude política

Por Wanderley Guilherme dos Santos, no blog Segunda Opinião:

Governo usurpado não ouve o que está na boca de todos. Ministros se desentendem, avançam, recuam e o mundo não lhes dá a menor bola. Milhares de pessoas vão às ruas e só a polícia as vê e espanca. Criou-se um muro insuperável entre o que talvez já seja a absoluta avalanche da opinião pública e os filmetes de cinema mudo de Brasília. A solenidade inexpressiva do rosto de Michel Temer é lombrosiana: ele é oco. A autoridade pública privatizou-se, nenhuma pode ir à padaria.