sábado, 14 de maio de 2016

Temer pode trazer de volta julho de 2013

Do blog Viomundo:

Está com cara de julho de 2013, o retorno.

Considerando que Michel Temer não tem apoio popular nem entre os manifestantes conservadores que impulsionaram o impeachment de Dilma Rousseff, que a crise econômica é de caráter internacional - e, portanto, não está sob controle do Planalto - e que as divergências internas entre os golpistas começaram no dia em que o “novo governo” foi instalado no Palácio do Planalto, é impossível descartar uma reação popular crescente nas próximas semanas, começando nas metrópoles.

Sinais disso já houve, claramente, em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Jovens, mulheres, negros e gays de cara identificaram que o governo Temer vem para solapar seus direitos. Bastou uma simples análise da edição do Diário Oficial e o conhecimento da lista de novos ministros.

É apenas uma questão de tempo até que os trabalhadores desorganizados cheguem à mesma conclusão, diante da pauta anunciada pelo ministro Henrique Meirelles logo em sua primeira entrevista: reforma da Previdência que retira direitos.

O conservadorismo combinado nos campos econômico e de direitos civis pode provocar uma inesperada unificação de setores médios e populares, não necessariamente ligados ao PT ou a qualquer partido. Em São Paulo, secundaristas em revolta contra o governo Alckmin se juntaram às Mães de Maio em recente manifestação contra a atuação violenta da Polícia Militar.

Confiante na atuação da Globo, Temer pode se ver às voltas com uma rebelião impulsionada pelas redes sociais.

O discurso de apoiadores da coalizão PMDB/DEM/PP/PSDB, como o pastor Silas Malafaia, acaba funcionando como catalisador das manifestações, como intuiu o deputado federal Jean Wyllys ao falar à multidão que se reuniu na Cinelândia, no Rio, na noite desta sexta-feira 13.

A conciliação de classes à moda Lula acaba de ser enterrada pela oposição. Talvez ela colha os frutos desta decisão muito antes do que esperava.

As fotos são do Mídia Ninja.

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