terça-feira, 31 de maio de 2016

A verdade sobre o 'Bolsa Família'

Por Tereza Campelo

Os jornais trazem nesta terça-feira, 31 de maio, informações sobre uma auditoria do Ministério Público Federal no Programa Bolsa Família. Mais uma vez, a auditoria parece ter sido feita com bases em premissas erradas e leva a conclusões equivocadas sobre o programa.

Os fatos precisam ser conhecidos.

Desde 2005, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), responsável pela gestão federal do Bolsa Família, realiza, rotineiramente, o cruzamento do cadastro do programa com outras bases de dados, para identificar inconsistências. O procedimento vem sendo permanentemente aperfeiçoado, incorporando outras bases de dados, novas tecnologias e metodologias mais complexas.

As bases de dados que o Ministério Público Federal diz ter utilizado já foram e vêm sendo objeto de cruzamentos do próprio MDS, de outros ministérios e órgãos de controle, como a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).

Em relação às “fraudes” identificadas pela referida auditoria, vale destacar:

1- Os casos de pessoas falecidas são tratados desde 2012 utilizando a base nacional de óbitos, o Sisobi. Mais recentemente, o cruzamento tornou rotina automatizada no sistema de pagamentos de benefícios, operado pela Caixa. Qual o sentido de divulgar agora algo completamente superado há quatro anos? Dar margem para manchetes de que mortos recebem Bolsa Família? Vale ressaltar que a morte de um indivíduo não torna a família inelegível ao programa. Ao contrário, há situações em que o falecimento torna a família ainda mais vulnerável.
2- Em relação à doação para campanha eleitoral e propriedade de empresas, não existe impedimento legal para que um beneficiário do Bolsa Família realize doações ou seja proprietário de microempresa. Na averiguação feita a partir dos indícios levantados pelo TCU em 2010, os casos identificados não se confirmaram, mas indicaram a existência de outras fraudes: beneficiários sendo usados por terceiros para compra de bens, ou contratados para fazer campanhas para candidatos, registrados incorretamente como doadores de campanha. Ou seja, não era fraude no Bolsa Família, mas crime eleitoral.
3- No caso de beneficiários sem CPF, é preciso esclarecer que o documento só é obrigatório para os titulares do benefício. Sua ausência não implica recebimento indevido de recursos. Recentemente, o TCU fez avaliação e identificou casos residuais de duplicidade de CPF entre os beneficiários, que já estão sendo tratados por meio da rotina anual de atualização cadastral do Bolsa Família.

Este conjunto de informações mostra que o cruzamento entre bases de dados deve ser feito de forma criteriosa. Até porque os cadastros não têm a mesma qualidade e atualidade de informações, incorrendo em erros de interpretação sobre a situação das famílias.

Por isso, ao avaliar a divulgação da referida auditoria, que usa bases de dados dos anos de 2013 e 2014, é importante lembrar alguns aspectos.

O levantamento resulta em posições simplistas e preconceituosas contra o público do Bolsa Família, revelando desconhecimento sobre os critérios e sobre a legislação do programa. Desconsidera, ainda, o trabalho realizado pelo próprio MDS, TCU e CGU nos últimos anos.

Tais conclusões equivocadas poderiam ser evitadas se, antes da exposição midiática, a equipe técnica responsável pela gestão do programa tivesse sido procurada para discutir os "achados".

O levantamento é frágil. É mais uma tentativa de desconstrução do programa do que uma denúncia de fraude concreta ou linha de aperfeiçoamento dos mecanismos de controle.

Antes de sair do MDS, lancei o processo de atualização cadastral das famílias para 2016, uma espécie de malha fina do Bolsa Família. Esse procedimento foi iniciado em 29 de abril, baseado na Instrução Operacional 79 do MDS. As famílias identificadas passaram a ser convocadas a comparecer às prefeituras para atualizar informações no Cadastro Único.

É preciso reiterar um aspecto importante. O Bolsa Família é um patrimônio nacional. Não pode ser atacado de maneira irresponsável. É assustador que o governo provisório e o ministro interino do MDS tenham uma reação aos “achados” do Ministério Público Federal sem tentar esclarecer os fatos, sem nem mesmo ouvir os próprios técnicos do ministério. É um desrespeito a servidores premiados por organismos internacionais, mundo afora, pela gestão correta e exemplar do Bolsa Família que atende a 46 milhões de brasileiros. Esses servidores são um exemplo de dedicação, prestando serviços de qualidade à população.

As informações divulgadas pela imprensa sobre supostas fraudes no Bolsa Família prestam um desserviço ao Brasil, desconhecendo um valoroso trabalho que mantém 13,9 milhões de famílias brasileiras fora da extrema pobreza.

* Tereza Campelo é ministra do Desenvolvimento Social do Governo Dilma Rousseff.

2 comentários:

Cláudio Monteiro disse...

Só faltou FRISAR que a operacionalização, no termos da LOAS é de âmbito MUNICIPAL. Antes de responsabilizar a UNIÃO, veja como é que seu MUNICÍPIO esta operacionalizando o Bolsa Família.

Anônimo disse...


[Perdão pelo fora de pauta não tão fora de pauta assim!

EXTRA! EXTRA! EXTRA!...

Papai Noel ajudou "a amarrar as pontas soltas [dos nazifascigolpistas]", junto com o TEMERário/TEMERo$o/gilMAU/Rodrigo Gurgel (sic)

Entenda

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COM ROMBO DE R$ 170 BI, TEMER

Depois de ampliar a meta de déficit fiscal para R$ 170 bilhões, jogando a culpa nas costas da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente interino abre o "saco de bondades"; nesta terça (31), durante almoço com líderes da Câmara, ele concordou com a votação, com urgência, dos projetos de aumento salarial de funcionários públicos que estão empacados no Congresso; há propostas de reajuste dos servidores do Judiciário, de algumas carreiras do Executivo e até dos funcionários da Câmara e do Senado; “Quero tratar os três poderes de forma equânime”, afirmou ele

31 DE MAIO DE 2016 ÀS 18:58

(...)

FONTE [LÍMPIDA!]: http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/235439/Com-rombo-de-R$-170-bi-Temer-autoriza-aumentos-de-servidores.htm

NOTAS FÚNEBRES:
até nas mais esfarrapadas embromações irresponsáveis, "o nazigolpista interino decorativo' TEMERário/TEMERo$o repete os mesmos métodos condenáveis dos coronéis do início do século XIX!
Disse o golpista usurpador inescrupuloso, TEMERário/TEMERo$o:
“Quero agradar os três poderes de forma equânime.”

Ou seja, por imposição Legal, atender demandas lídimas significa 'agradar'!
E 'nois 'sabemos muito bem do que se trata "este agrado"!
Energúmeno infame!
Excomungado!
NOJENTO!
Perdão aos vermes asquerosos!

Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia
"República do 'CU(nha)' do Mundo"