domingo, 5 de abril de 2015

O “vendaval autoritário” no México

Por Altamiro Borges

Durante algum tempo os colunistas da mídia, principalmente os tais “analistas de mercado” – nome fictício dos porta-vozes dos rentistas –, bajularam o México. O governo neoliberal daquele país, totalmente servil aos EUA via o acordo neocolonial do ‘Nafta’, era tratado como modernizante e inovador. Na campanha eleitoral do ano passado, o cambaleante Aécio Neves – o tucano que repete como papagaio tudo o que a mídia vomita – chegou a insinuar que o modelo mexicano seria o melhor para o Brasil. Pouco depois, esta pobre nação entrou em parafuso. A economia estagnou e explodiram inúmeras denúncias de corrupção. Diante do caos, a midiazona simplesmente extinguiu este país do mapa.

RBS sonegava sem saber. Haja caradura!

Por Altamiro Borges

A poderosa RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina e dona do jornal Zero Hora – entre vários outros veículos de comunicação –, está na berlinda. Ela foi uma das 12 grandes empresas flagradas pela Polícia Federal subornando conselheiros da Receita Federal para sonegar impostos. Segundo as provas já coletadas pela “Operação Zelotes”, ela devia R$ 672 milhões ao Fisco, mas pagou propinas para se livrar da cobrança. Descoberta na fraude fiscal, num primeiro momento ela jurou inocência: “A RBS desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal”. Na semana passada, porém, ela mudou de versão na maior caradura.

Mortes por dengue disparam em SP

Por Altamiro Borges

A dengue continua se alastrando pelo Estado de São Paulo, mas a mídia chapa-branca evita dar maior destaque ao grave assunto. Na quinta-feira (2), a prefeitura de Campinas, a 93 quilômetros da capital, confirmou a ocorrência de 14.901 casos da doença e de mais duas mortes. Este número assustador é 57,8% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado (9.440), quando a cidade foi recordista da doença no Estado. As unidades de saúde da região já padecem da falta de medicamentos para atender as vítimas. “É uma epidemia sem precedentes. O que mais importa neste momento é a preservação da vida”, alertou Carmino Antônio, secretário municipal da Saúde, em entrevista à Folha.

Globo é expulsa do Complexo do Alemão

A malhação do lobista Eduardo Cunha

Por Altamiro Borges

Em poucos dias, o lobista Eduardo Cunha, eleito em janeiro para presidir a Câmara Federal, já foi alvo de três protestos populares. Na tradicional “Malhação de Judas” em Fortaleza (CE), na quinta-feira (2), o deputado foi “homenageado” por sindicalistas em função do seu apoio ao nefasto projeto de lei que amplia a terceirização nas empresas. Dias antes, na segunda-feira (30), ele foi vaiado por ativistas do movimento LGBT por suas posições homofóbicas durante um debate em Porto Alegre (RS). Pouco antes, o “peemedebista rebelde” ouviu gritos de “machista” e “corrupto” em sua visita à Assembleia Legislativa de São Paulo. Parece que apenas a revista “Veja” aplaude o parlamentar em suas matérias bajuladoras.

Revistas em queda! ‘Veja’ sobreviverá?

Por Altamiro Borges

O Instituto Verificador de Comunicação (IVC-Brasil), que não goza de muita credibilidade e é famoso pela falta de transparência, divulgou em março o balanço da circulação de jornais e revistas em 2014. Ele aponta a estagnação nas tiragens dos jornais, com “uma pequena queda de 867 exemplares na comparação com 2013”. Para alegrar os barões da mídia, ele afirma que, em compensação, houve um aumento de 118% nas assinaturas digitais, de 228.944, em 2013, para 500.370 em 2014. Esta “compensação”, porém, não resolve a prolongada crise de modelo de negócios do setor – já que não compensa no valor dos anúncios e nem no preço das assinaturas.

Imbassahy, o casto, e a grana do metrô!

Por Altamiro Borges

A vida dos falsos moralistas não está nada fácil. Num dia eles posam de éticos; no outro, são denunciados por supostas falcatruas. Antônio Anastasia, chefão da campanha do cambaleante Aécio Neves, Agripino Maia, presidente nacional do DEM, e Ronaldo Caiado, o senador demo-ruralista, tiveram suas fantasias udenistas rasgadas recentemente. Já neste domingo (5), a Folha tucana informa que “empreiteiras são acusadas de desvios no metrô de Salvador”. Sem manchete de capa ou título garrafal, a matéria revela que a roubalheira teve início na gestão de Antônio Imbassahy, ex-prefeito da capital baiana. Atualmente, o famoso “carlista” é líder da bancada federal do PSDB e uma das vozes mais estridentes do parlamento no combate à “corrupção petista”. Haja cinismo!

O Jesus que não vai ressuscitar

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Se o Brasil precisava de um simbolismo para alertar a sociedade quanto à ascensão dessa direita hidrófoba, racista, misógina, homofóbica que estamos vendo, não precisa mais.

Escrevo no domingo de Páscoa. Hoje, pela fé cristã, a ressureição de Jesus Cristo completou 1982 anos. Filho da mulher chamada Maria, tombou vitimado pela ignorância, pela covardia e pela mesma ferocidade humana que quase dois milênios depois levaram um Jesus de novo.

O Jesus que a iniquidade humana levou na semana passada não era Cristo, não era loiro, branco nem adulto; era Ferreira, era negro e era uma criança.

Coxinistão, segundo a enciclopédia livre

Por Paulo Fonteles Filho, em seu blog:

Outros gentílicos também são utilizados: Fascisti, Coxinistano, Tucani, Tucanês e Bolsonariano.

O Coxinistão, oficialmente República do Coxinistão (em coxinistês: Coxinistan Republikasi), é um país esquizofrênico localizado no Higienópolis, na fronteira mental entre os Estados Unidos e o País das Maravilhas.

A sua capital é Cardosogrado.

Brasil e a "lei antiterrorista"

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Volta-se a discutir, na mídia e no governo, a necessidade de se prevenir “ameaças terroristas” no Brasil e a intenção de se criar uma “lei antiterrorista”, que permita a órgãos de inteligência monitorar internautas, para saber se eles estão em contato com organizações internacionais.

Quando se diz “terrorismo”, é preciso saber quem está falando.

O Brasil mudou. A mídia, não

Por Ângela Carrato, no Observatório da Imprensa:

Em recente evento cultural em Belo Horizonte, o fotógrafo Sebastião Salgado fez algumas afirmações que não repercutiram na mídia. De acordo com ele, uma das grandes mudanças, senão a maior, na cena brasileira, diz respeito ao fato de “o governo federal não ser mais comandado por pessoas ligadas aos monopólios de comunicação”. Este é, inclusive, o motivo pelo qual, a seu ver, tantas denúncias de corrupção estão vindo à tona, enquanto no passado foram ignoradas ou abafadas. Ao contrário da maior parte da mídia brasileira, que diuturnamente tem previsto o caos, ele avalia que “o Brasil já é um grande país e está cada vez mais sério”.

Páscoa e a publicidade infantil

Por Lais Fontenelle, no site Outras Palavras:

Todo ano é a mesma coisa. Mal sai de cena o bom velhinho – incitando as crianças a desejar, e as famílias a comprar – e já entram o coelho e seus ovos. Entre as duas datas temos ainda o carnaval, que enche as vitrines mas também as ruas de cultura popular e alegria. Esse ano, contudo, algo surpreendente aconteceu. Ovos de chocolate decoravam prateleiras de supermercado ao redor do país já nas quentes férias de janeiro, antecipando a Páscoa. E por que isso aconteceu? Não é uma data fixa, 40 dias depois do carnaval? Seria porque as vendas de fim de ano não renderam bons lucros? Seriam as férias escolares o motivo? A resposta é difícil para nós, mas o mercado sabe, com certeza, o exato porquê.

Não, o Estado brasileiro não é grande

Por Andre Levy, no site Brasil Debate:

Que grande Estado é esse que não coleta esgoto de metade da população, que deixa 3 de cada 4 cidadãos à mercê de um sistema de saúde precário, e em que mais da metade dos escolarizados são analfabetos funcionais?

Quando se fala de tamanho do Estado no Brasil, frequentemente refere-se à carga tributária. E frequentemente quando se refere à carga tributária, fala-se da arrecadação fiscal como percentual do PIB. Mas serviço público não é custo variável; não fica mais barato quando o PIB decresce. O Estado continua pagando o mesmo número de professores, médicos, enfermeiros, policiais… Falar de carga tributária como percentual de PIB é como colocar o aluguel da padaria no custo do pãozinho.