sábado, 21 de fevereiro de 2015

Agiotas tentam estrangular a Grécia

Por Altamiro Borges

Não é só no Brasil que a direita não aceita a derrota nas urnas e tenta impor o seu programa rejeitado pelos eleitores. Na Grécia rebelde, que deu uma guinada à esquerda no pleito de janeiro passado, as forças do capital também se articulam para emparedar o governo do Syriza. Depois de uma longa negociação, concluída nesta sexta-feira (20), os chefões da zona do euro conseguiram impor o seu calendário de pagamento da draconiana dívida externa do país. Pelo acordado, os gregos terão quatro meses para garantir o resgate financeiro. O novo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, reivindicava um prazo maior, mas teve que ceder sob a chantagem da exclusão da Grécia da zona do euro e da implosão econômica no país.

Lava-Jato e o terror econômico

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Determinados acontecimentos históricos tem uma reconhecida capacidade de iludir seus contemporâneos.

O mais recente envolve a multa de R$ 4,47 bilhões que o Ministério Público pretende aplicar contra seis empresas envolvidas na Operação Lava Jato. O MP também pretende impedir que participem de licitações, que recebam benefícios fiscais e juros subsidiados em seus investimentos.

A solidariedade a Miguel do Rosário

Por Fernando Brito, no blog O Cafezinho:

Miguel do Rosário, por um post em O Cafezinho, foi condenado, já em segunda instância, a indenizar por Ali Kamel, que, como se sabe, tem conseguido diversas condenações a blogueiros.

Não entro no mérito – porque, ao que parece, não se pode mais discutir o que dizem juízes – e tento não abrir o flanco a processos judiciais deste senhor, é evidente. Razão pela qual este posts não será aberto a comentários, pois não disponho de uma equipe para triá-los todos e no que sair nas intervenções dos leitores, pode-se explorar uma eventual co-responsabilidade do autor, ainda que seja nenhuma, nestes tempos de redes sociais.

Por que os jornalistas não reagem?

Por Fabio Lau, no jornal Correio do Brasil:

A atitude do jornalista inglês do The Daily Telegraph, Peter Oborne, que pediu demissão por não concordar com a linha editorial do jornal na cobertura do escândalo Swissleaks/HSBC, não repercutiu na mídia tradicional brasileira. Nas suas páginas, telas ou ondas de rádio, naturalmente. Mas no meio profissional, nas rodas de conversa, o caso foi debatido – aos sussurros – durante todo o dia.

A graça da não-notícia

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

A leitura crítica dos jornais brasileiros pode produzir momentos interessantes, não propriamente pelo que dizem, mas principalmente pelo que tentam esconder. O hábito de analisar criticamente o conteúdo da mídia tradicional produz calos no cérebro, e eventualmente o observador passa a enxergar não mais a notícia, mas a não-notícia, ou seja, aquilo que o noticiário dissimula ou omite.

Mexeu com o Cafezinho, mexeu comigo

Por Renato Rovai, em seu blog:

Miguel do Rosário, autor do blogue O Cafezinho, foi condenado em segunda instância, sem possibilidade de recurso, a pagar R$ 20 mil de indenização ao diretor-geral de jornalismo da Globo, Ali Kamel. Com os custos judiciais, o blogueiro terá que desembolsar algo em torno de R$ 30 mil.

O episódio é simbólico por vários motivos. Rosário fez uma crítica política ao jornalista global por conta da sua função, e os adjetivos mais pesados utilizados por ele foram “sacripanta” e “reacionário”. Nada perto do que se escreve a respeito de Lula e Dilma, por exemplo, na mídia tradicional. É bom lembrar, aliás, que a Globo de Kamel emprega em um de seus canais um jornalista cuja principal obra literária se chama “Lula é minha anta”.

A primeira grande batalha da Grécia

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Precisamente no instante em que este texto for ao ar – às 12h de sexta-feira, 20/2 – começará em Bruxelas a primeira grande batalha entre o novo governo grego e os 19 ministros das Finanças da zona do euro, aflitos por enquadrá-lo. Será um encontro de algumas horas e enormes implicações globais. Desde 2009, a União Europeia é o território em que a aristocracia financeira – o 1% ou 0,1% de super-ricos do planeta – foi capaz de impor melhor sua resposta à crise econômica aberta um ano antes.

Globo cavou sua própria sepultura

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Se o caos precede a ordem e o vácuo a nova era, a situação brasileira está como os sociólogos gostam.

Tem-se um governo Dilma decididamente sem rumo e uma oposição medíocre, alimentando-se apenas de golpismo; um Congresso entregue nas mãos do pior negocismo; um sistema partidário fragmentado.

E, finalmente, grupos de mídia enfrentando de forma inglória um fim de ciclo, um período em que reinaram absolutos no universo da opinião pública, e que está prestes a se encerrar.

Caso HSBC e a "independência" da mídia

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Quanto há de independência real na imprensa que os suspeitos de sempre gostam de chamar, peitos estufados, de “independente”?

O episódio da estrepitosa demissão de um colunista do jornal britânico Daily Telegraph joga luzes sobre este assunto.

Peter Oborne disse que saía porque a cobertura do jornal do caso HSBC é uma “fraude contra os leitores”.

Viração diz 'não' ao dinheiro da Globo

Da revista Fórum:

Depois de um amplo debate com os seus colaboradores, a ONG Viração Educomunicação, que desenvolve projetos para jovens de todo o Brasil voltados para a área da comunicação, resolveu recusar a oferta de doação da Rede Globo no valor de R$130 mil.

Desde 2003 a ONG fomenta e divulga processos e práticas de educomunicação para jovens, adolescentes e comunicadores, tendo encabeçado inúmeros projetos e publicado cartilhas e revistas ao longo desse tempo. Neste sentido, a organização se posiciona favoravelmente à regulação e democratização da mídia, o que serviu de mote para a recusa da doação.

A mão da democracia na rua

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

A Islândia é uma nação diminuta perto do Brasil, uma espécie de Santa Catarina de gelo, com população menor que a de Jundiaí. Apenas 320 mil habitantes.

Se é possível dizer que essas características lhe dão flexibilidade para soluções impensáveis aos ‘baleias’ - viver de turismo e pesca, por exemplo - também é verdade que o seu poder de barganha é infinitamente menor.

Guiar-se pelo imperativo dos mercados seria o previsível no seu caso, deixando-se levar de forma mais ou menos passiva pela maré dos interesses graúdos que dominam a cena global.

Quando juízes viram censores

Por Audálio Dantas 

A Constituição Federal de 1988, uma conquista do povo brasileiro, garante plena liberdade de expressão no país. No entanto, a censura que garantiu a permanência da ditadura civil-militar por mais de vinte anos, durante os quais foram praticadas as mais graves violações dos Direito Humanos, ainda não foi totalmente eliminada.