terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Os fascistas mirins voltarão às ruas?

Por Altamiro Borges

Os grupelhos fascistas estão excitados com a decisão do correntista suíço Eduardo Cunha, que ainda preside a Câmara Federal, de deflagrar o processo golpista do impeachment de Dilma. Eles garantem que voltarão a colocar milhares de incautos nas ruas para derrubar o governo eleito democraticamente em outubro passado. Apesar desta aparente valentia, porém, eles não demonstram muito entusiasmo com sua capacidade de mobilização. Em artigo publicado na Folha tucana na semana passada, o líder da seita Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri - já apelidado de "Kimta Katiguria" -, apela por mais tempo para destruir a economia nacional e arregimentar os seus fanáticos seguidores.


Após afirmar na maior caradura que o MBL nunca foi aliado do lobista da Câmara - apesar dos vários selfies sorridentes que circulam pela internet -, ele confessa que a oposição direitista ainda não reúne forças para dar seu golpe. "Eduardo Cunha não tem votos suficientes para aprovar o impeachment na Câmara. Dilma também não tem votos suficientes para barrá-lo. O fator decisivo é a opinião pública. As ruas. Assim como as ruas fizeram o impeachment ser pauta em Brasília, farão agora com que ele se concretize. E não há nada que Cunha ou Dilma possam fazer sobre isso".

Em outra matéria, a Folha tucana - que virou o palanque dos golpistas infantis - confirma que o MBL "quer que o impeachment siga ritmo mais lento no Congresso, para aumentar o desgaste do governo" e defende que os parlamentares entrem em recesso em 23 de dezembro. "Com a suspensão das atividades dos deputados, segundo o MBL, haverá mais tempo para a realização de manifestações de rua e para o amadurecimento da tese do impeachment. Na avaliação do movimento, com o recesso, os deputados voltarão aos seus Estados e serão pressionados por suas bases eleitorais. Também haverá mais tempo para a população sentir os efeitos da crise - piorando o humor em relação a Dilma".

A estratégia indica que os grupelhos fascistas - como o MBL, o Vem Pra Rua, o Revoltados Online e outros menos badalados - não estão seguros sobre sua capacidade de mobilização. Eles até marcaram uma marcha pelo "Fora Dilma" para 13 de dezembro, quando testarão sua força real. Mas eles sabem que perderam crebilidade junto à sociedade com suas alianças espúrias, suas provocações fascistas e suas declarações insanas. Vídeos e fotos postados nas redes sociais revelaram as relações carnais dos fascistas mirins com Eduardo Cunha - o "herói dos coxinhas" agora escondido no armário - e outros políticos mais sujos do que pau de galinheiro, como o demo Agripino Maia e o tucano Aécio Neves.

Após a realização de três manifestações expressivas, que reuniram milhares de "midiotas" exigindo o impeachment de Dilma e a volta dos militares ao poder, as marchas golpistas sofreram um acentuado declínio. A própria mídia oposicionista, tão animada com os exóticos protestos, reconheceu o refluxo do movimento. A "caminhada simbólica" de São Paulo a Brasília, por exemplo, foi um fiasco e virou motivo de chacotas. A mais risível foi quando o privatista "Kimta Katiguria" sofreu um acidente na estrada e foi socorrido por uma ambulância do Samu. Baita ironia! Nos minguados atos de novembro, o próprio MBL tirou o time de campo percebendo que havia perdido a batalha das ruas!

Já o "acampamento" no gramado do Congresso Nacional serviu para desmascarar de vez os grupelhos fascistas. Teve carro apreendido com um arsenal de armas e tiros e bombas contra a marcha nacional das mulheres negras. Diante de tanta insanidade e violência, a própria direção do parlamento ordenou a evacuação da área - gentilmente cedida pelo "amigão" Eduardo Cunha, que anulou uma norma que proibia atos no local. Bem diferente da violência da PM contra os alunos paulistas, a polícia agiu com toda a ternura para retirar os 30 fanáticos do gramado de Brasília. As cenas do arsenal e das bombas, porém, foram capturadas pelos celulares e expuseram os trogloditas que aderiram à cruzada golpista. Como ironizou José Simão, um dos poucos lúcidos da Folha, "aquele acampamento no gramado não é pró-impeachment nem anti-Dilma, é pró-malucos. Só tem doido! Intervenção psiquiátrica já!".

A crescente desmoralização das seitas fascistas talvez explique porque algumas figuras midiáticas sumiram das suas marchas. Na primeira manifestação golpista, em março, o site de entretenimento da Folha fez um balanço eufórico da presença das "celebridades". Rememore a lista e guarde os nomes:

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On-line ou 'in loco', confira como os famosos estão participando das manifestações


15/03/2015

O ex-Casseta Marcelo Madureira compareceu à manifestação na zona sul do Rio, em Copacabana, e chegou a pegar o megafone para fazer discurso. "Isso não vai virar a Venezuela", bradou, enquanto as pessoas gritavam "PT nunca mais".

O surfista Pedro Scooby, marido da atriz Luana Piovani, deixou sua mensagem de apoio aos protestos do Caribe: "Vá para a rua! Por um Brasil com mais segurança, saúde, educação e sem corrupção", postou, ao lado de um grafite assinado pela dupla Osgemeos. Depois, acrescentou que "infelizmente" está fora do Brasil trabalhando e não vai poder estar nas ruas fisicamente. "Mas estou de coração! Muda Brasil", finalizou.

Já o ex-líder do "CQC" Marcelo Tas pediu por conteúdo nos protestos. "Manifeste com propostas", marcou em formato de hashtag ao lado da mensagem "aumentar em 10 vezes os ridículos 0,18% do orçamento dedicados à Cultura não dá".

Também na rede social, a atriz Christine Fernandes chamou o governo petista de "corja corrupta" e afirmou que os protestos deste domingo são "sem partido". "Precisamos de transparência e mudarmos esse modus operandi de corrupção do nosso Brasil".

Atos contra a presidente Dilma Rousseff (PT) acontecem em 16 Estados brasileiros neste domingo. Participaram ainda dos protestos "in loco" a apresentadora Ellen Jabour, as atrizes Regina Duarte e Solange Couto, o ator Duda Nagle, o apresentador Otávio Mesquita e a modelo Daniella Sarahyba.

Fotos e legendas:

- Humorista Marcelo Madureira participa de protestos em Copacabana, no Rio

- Ellen Jabour protesta no Rio de Janeiro

- Flávia Viana protesta no Rio de Janeiro

- Marcio Garcia protesta no Rio de Janeiro

- Solange Couto protesta no Rio de Janeiro

- Regina Duarte na manifestação do Rio

- Fãs tiram foto com o ator Malvino Salvador durante ato na avenida Paulista

- A cantora Wanessa Camargo canta hino nacional durante ato na avenida Paulista

- Ronaldo no ato na avenida Paulista

- O cantor Lobão aparece no protesto na avenida Paulista

- Duda Nagle em manifestação no Rio

- Daniella Sarahyba em manifestação no Rio

- Christine Fernandes diz que manifestação é "sem partido" e chama governo de "corja corrupta"

- Jéssika Alves diz que "Brasil merece respeito"

- Otávio Mesquita em protesto anti-Dilma

- Danilo Gentili no protesto

- Marcelo Tas reclama em rede social do orçamento baixo para a Cultura

- Adriane Galisteu "lava a bandeira" em foto e pede "por um Brasil limpo!"

- Pedro Scooby lamenta estar fora do país e deixa mensagem por "um Brasil sem corrupção"

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As marchas de março, que reuniram famosos torturadores, corruptos de carteirinha e doentias figuras da direita nativa, pelo jeito assustaram algumas "celebridades". A própria Folha registrou a queda de participação dos "famosos" no protesto seguinte, em abril. "Se nas manifestações do mês passado as celebridades participaram em peso, neste mês a insatisfação deles com o governo parece ter ficado um pouco adormecida. Muita gente ignorou a convocação para ir às ruas no domingo (12)... Em vez disso, os famosos preferiram curtir o domingo de sol com suas famílias na praia, piscina ou em casa".

Já nas marchas de agosto, o site de entretenimento da Folha nem sequer destacou a presença das tais "celebridades". Apenas a "cansada" Regina Duarte, o decrépito roqueiro Lobão e outras decadentes "estrelas globais" estiveram no protesto. Relembrando o fracassado movimento "Cansei", liderado pelo tucano João Doria, os "cansados" de agora evitaram os apelos dos grupelhos fascistas, talvez temendo o contágio ou o abalo nas suas imagens. A conferir, como será no dia 13 de dezembro - a data simbólica da assinatura do Ato Institucional número 5 - o famigerado AI-5 da ditadura militar!

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