terça-feira, 8 de setembro de 2015

O “escândalo” das estrelas superfaturadas

Por Bepe Damasco, em seu blog:              

1) Já que a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao STF e este repassou a competência ao juiz Moro para investigar as campanhas de Dilma em 2014, 2010 e até de Lula em 2006, por que a justiça não rasga a fantasia de uma vez e apura também possíveis patranhas no Lula Lá, de 1989?

2) Já que só o PT apresenta irregularidades em contas de campanha no Brasil, e que o partido é uma ilha de falcatruas em meio ao oceano de virtudes que é o sistema eleitoral brasileiro, por que não se abrir o leque das investigações para todas as campanhas petistas em seus 35 anos de história?

3) Já que o monopólio do deslize ético pertence ao PT, seria ótimo, então, que as autoridades recuassem no tempo e não deixassem pedra sobre pedra. Gilmar Mendes não deve deixar escapar a oportunidade de propor uma investigação sobre o uso e abuso da venda de estrelinhas que serviram para financiar as primeiras campanhas do partido.

4) Já que a temporada de caça ao partido só vai acabar no dia em que o PT for formalmente criminalizado, e de preferência fechado, que tal prestar atenção nas contribuições dos militantes ao partido ? Pode ser uma cortina de fumaça para encobrir lavagem de dinheiro.

5) Já que os tesoureiros do PT recebem propina, enquanto os do PSDB recebem doações, cairia como uma luva em tempos de crise um enxugamento radical do aparato legal que cuida das campanhas. Para que se gastar tanto dinheiro com uma estrutura fiscalizatória gigantesca que só serve para investigar o PT. De quebra, Levy aplaudiria o corte profundo.

6) Já que que ninguém liga mesmo para as 15 irregularidades encontradas nas contas de campanha de Aécio nas eleições do ano passado, tampouco para as seguidas delações do doleiro Youssef dando conta de que Aécio recebeu propina de Furnas, que tal o Globo dar-lhe o prêmio de “Personalidade que faz a diferença de 2015”? Seria uma justa homenagem à sua renitente militância golpista.

7) Já que o processo do mensalão tucano, embora muito anterior ao petista, jamais será julgado, e se for a maioria dos réus se beneficiará da prescrição dos crimes, a extinção da ação penal faria bem à causa da transparência pública, mesmo consagrando a impunidade.

8) Já que o trensalão tucano do PSDB de São Paulo terá o mesmo destino, não custa nada a Veja dar uma capa exigindo que se peça desculpas aos tucanos envolvidos no caso, afinal, trata-se de um segmento de brasileiros que está a salvo da aplicação da lei, não podendo, portanto, ser importunado.

9) Já que delação premiada de criminosos contra petista têm fé pública, mas quando envolve a oposição não passa de mera suposição sujeita ainda a longa investigação, cabe aos ilustres parlamentares do PSDB, DEM, PPS ou Solidariedade a apresentação de um projeto de lei que formalize essa discriminação.

10) Já que para a Lava Jato do juiz Moro não tem a menor importância a denúncia do corrupto Pedro Barusco, segundo a qual o esquema de propinas na Petrobras teve início em 1996, em plena era FHC, não seria o caso de o juiz de primeira instância do Paraná assumir em público que tucanos são inimputáveis?

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