terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Hackers "atacam" comando militar do EUA

Por Altamiro Borges

O mundo é bastante irônico. Em meados de 2013 surgiram as primeiras revelações sobre as os crimes de espionagem praticados pelo governo dos EUA. Elas foram feitas pelo ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA), Edward Snowden, e provaram que o império bisbilhotava mensagens na internet e ligações telefônicas de vários líderes mundiais – como a chanceler alemã Angela Merkel e a presidenta do Brasil. Em corajoso discurso na ONU, Dilma Rousseff condenou o crime cibernético. Houve muita gritaria, mas os EUA mantiveram a ação criminosa. Já nesta segunda-feira (12), como uma vingança maligna, o Comando Central Militar dos EUA confirmou que foi alvo de um ataque virtual "constrangedor". 

Hackers que se proclamam seguidores do temido Estado Islãmico (EI) invadiram as contas oficiais no Twitter e no Youtube dos generais estadunidenses. Desafiadores, eles postaram nas redes sociais: "Já estamos aqui, estamos em seus computadores pessoais, em cada base militar... Invadimos suas redes e aparelhos pessoais. Sabemos tudo sobre vocês, suas mulheres e seus filhos". Os hackers postaram nomes, e-mails, endereços comerciais e residenciais e até números de telefone de 3.000 comandantes militares dos EUA, da ativa e da reserva. Entre eles, o general Martin Dempsey, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, e Ray Odierno, chefe de gabinete do Exército do governo ianque.

Eles também tiveram acesso a mapas de áreas consideradas como potenciais "cenários de guerra" e a apresentações sobre ações na China, na Coreia do Norte e na região do Mar Cáspio – com destaque para os oleodutos do Irã. O Comando Central Militar, situado na cidade de Tampa (Flórida), garante que nenhuma informação vazada coloca em risco a segurança do país. Mas assessores do Pentágono afirmaram à CNN que o episódio é "constrangedor". Em recente discurso, o próprio Barack Obama confessou que "há enormes vulnerabilidades para nós como nação, para nossa economia e nossas famílias" e anunciou um plano para "aumentar a confiança na segurança digital". 

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