domingo, 11 de janeiro de 2015

Condenado por “corromper” jornais

Por Altamiro Borges

Não ocorreu no Brasil nem se refere ao ex-presidente FHC, ao cambaleante Aécio Neves ou a outros direitistas que sempre mantiveram relações promíscuas com os donos da mídia. O fato aconteceu no Peru na semana passada. A Justiça do país vizinho condenou o ex-presidente Alberto Fujimori a mais oito anos de prisão pelo desvio de dinheiro público para a "compra" de jornais que deram apoio à sua candidatura no ano 2000. Além de bajularem o neoliberal peruano, estes veículos fizeram campanhas sujas contra os seus rivais políticos. O golpe não deu resultado e Fujimori perdeu as eleições, após ser vencido três pleitos seguidos. Na sequência, ele foi acusado de inúmeros escândalos de corrupção e de cruéis atentados aos direitos humanos – e segue preso até hoje.

Segundo a agência de notícias EFE, Fujimori ordenou o desvio de 122 milhões de sóis (cerca de US$ 40 milhões) para a compra da linha editorial de jornais sensacionalistas, conhecidos como "chichas". Ele foi condenado pelo crime de peculato doloso, foi multado em US$ 1 milhão e não poderá exercer cargos públicos por mais três anos. A sentença, a quinta contra o direitista desde a sua extradição do Chile, em 2007, deverá ser cumprida a partir de 2021. Aos 76 anos de idade, Fujimori está na cadeia desde 2009. Ele foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade nos massacres de camponeses de Bairros Altos e La Cantuta. Ele também coleciona três penas por corrupção.

No Brasil, a mídia privada também manteve relações promíscuas com os neoliberais da plantão – que seguiam a mesma cartilha de Alberto Fujimori. Não se sabe, ainda, se isto ocorreu por dinheiro, numa corrupção direta, ou por razões políticas e ideológicas. A chamada grande imprensa deu total apoio ao processo de privatização das estatais imposto por FHC. Quase nada foi denunciado sobre o desvio de grana da "privataria" – inclusive com o desvio de recursos públicos para contas secretas em paraísos fiscais no exterior. Até o processo de reeleição de FHC, similar ao ocorrido no Peru, foi abafado pela mídia. A Folha tucana até denunciou a compra de votos, mas logo arquivou o escândalo.  
Durante o reinado tucano, a mídia privada sempre foi subserviente e dócil. Tudo foi feito para blindar a vida "bastarda" de FHC e para satanizar as forças oposicionistas. "Calunistas" de aluguel atacaram os sindicatos, o MST e o movimento estudantil. A aliança do PSDB com o DEM – reunindo políticos mais sujos do que pau de galinheiro – sempre foi poupada. Nada de cruzadas moralistas pela ética e contra a corrupção. Na fase mais recente, o cambaleante Aécio Neves, esperança dos barões da mídia, também foi protegido. Nada sobre o "choque de indigestão" em Minas Gerais, sobre o "aecioporto", sobre a sua nota zero no Senado ou sobre a badalada carreira do senador mineiro-carioca.    

Fica a suspeita: será que os tucanos também "compraram" alguns jornais e emissoras de rádio e TV?

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2 comentários:

Anônimo disse...

O FHC não comprou a mídia. A mídia comprou o FHC.

Anônimo disse...

Claro que compraram...Mas,porém,
contudo,todavia,entretanto...como
os cães ladram e a caravana passa
Dilma foi reeleita e Lula voltará
em 2018,fagueiro e belo,embora já
estejam querendo destruí-lo desde
agora,inventando doença que,claro
e graças a Deus,não tem.