terça-feira, 8 de julho de 2014

Lei da mídia é aprovada... no México!

Carlos Slim - Ilustração de Marian Avramescu 
Por Altamiro Borges

Após uma longa tramitação, finalmente o Senado do México aprovou, nesta sexta-feira (4), o novo marco regulatório das telecomunicações. O texto representa um duro golpe nos dois principais oligarcas do setor: Carlos Slim, do Grupo América Móvil, e Emilio Azcárraga, do Grupo Televisa. Ele também gera constrangimentos aos barões da mídia da América Latina, que sempre bajularam o presidente Enrique Peña Nieto por suas políticas neoliberais e de servilismo aos EUA. A velha imprensa não terá como acusar o governante de “chavista” ou “bolivariano”, como costuma fazer para interditar todo o debate sobre a urgente democratização dos meios de comunicação no mundo.

Ibope perde monopólio... na Argentina!

Por Altamiro Borges

A presidenta Cristina Kirchner anunciou nesta semana a criação de um sistema de medição da audiência das emissoras de televisão na Argentina. O novo índice será feito por uma rede de 11 universidades públicas, batizada de Sifema (Sistema Federal de Medição de Audiência), e os novos dados devem começar a ser publicados já nos próximos 90 dias. Atualmente, apenas a empresa de origem brasileira Ibope – que o blogueiro Paulo Henrique Amorim batizou sarcasticamente de “Globope” –, mede a audiência das TVs na nação vizinha. A criação do Sifema acaba com o monopólio das pesquisas no setor, que sempre beneficiou a mídia monopolizada, e permite democratizar a distribuição da publicidade no país.

Jornal golpista afunda... na Venezuela!

Por Altamiro Borges

Um dos principais jornalões golpistas da Venezuela, o “El Universal”, foi vendido na semana passada para um consórcio espanhol. A notícia foi encarada como uma tragédia pelos barões da mídia da América Latina, que radicalizaram ainda mais seus ataques ao presidente Nicolás Maduro. Isto apesar do novo dono do veículo, Jesus Abreu Anselmi, ter garantido à equipe do jornal “que a linha editorial crítica ao governo será mantida”, segundo relato da Folha. “Jesus Anselmi disse ainda que o grupo comprador ‘não tem nenhum vínculo com o governo’ e pediu que todos trabalhem da mesma forma. Porém, há receio de que, a exemplo de outros veículos antes críticos, o jornal mude o alinhamento”.

Chefão da mídia é preso... na Inglaterra

Por Altamiro Borges

Se ocorresse no Brasil ou na Venezuela seria a maior gritaria. Mas foi no Reino Unido, uma monarquia liderada pela “chavista” Rainha Elizabeth II e governada pelos “esquerdistas” do Partido Conservador de David Cameron. Na sexta-feira passada (4), a Justiça britânica finalmente concluiu o processo sobre o escândalo das escutas telefônicas ilegais e subornos de autoridades patrocinados pelo império midiático de Rupert Murdoch. O jornalista Andy Coulson, ex-editor-chefe do tabloide "News of the World", foi condenado a 18 meses de prisão. No mesmo dia, ele foi conduzido do tribunal para um presídio de segurança máxima, de onde será transferido para uma penitenciária de “presos considerados não perigosos”.

Reforma política e cinismo da mídia

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A história do Brasil mostra que sempre que governos populares ousam reduzir a vergonhosa desigualdade social brasileira a mídia não mede esforços para desgastá-los e, se possível, derrubá-los, recorrendo a campanhas sistemáticas para taxá-los de corruptos. Foi assim com o "mar de lama" que levou Vargas a dar um tiro no peito. Foi assim na campanha para impedir a posse de Jango, em 1961. Foi assim no golpe civil-militar de 1964. Foi assim com Lula. Tem sido assim com Dilma. Só que esse moralismo udenista é seletivo. Só serve como instrumento de luta política contra a esquerda e seus aliados. Já em relação a denúncias envolvendo políticos e partidos de sua preferência, os barões da mídia se calam, como no escândalo do metrô e dos trens de São Paulo. E por que o monopólio midiático se opõe à reforma política, mesmo sabendo tratar-se do remédio mais eficaz para combater a corrupção ?

Regulação da mídia: história se repete

Por Venício A. de Lima, no Observatório da Imprensa:

Há pouco mais de um mês (28/5/2014), a Folha de S.Paulo publicou reportagem com o título “Dilma diz ao PT que fará regulação da mídia” onde se lia:

Na segunda (26), a Executiva do PT decidiu incluir a regulação dos meios de comunicação no programa do partido para a campanha presidencial. “A democratização da sociedade brasileira exige que todas e todos possam exercer plenamente a mais ampla e irrestrita liberdade de expressão, o que passa pela regulação dos meios de comunicação –impedindo práticas monopolistas – sem que isso implique qualquer forma de censura, limitação ou controle de conteúdos”, afirma. A inclusão do tema no programa petista foi acertada com Dilma, desde que ficasse bem claro que não haveria nenhuma proposta de controle de conteúdo [íntegra aqui].

Lula, 9 de Julho e a contrarrevolução

Jornal "O Estado de S.Paulo", em 10/7/1932
Por Beto Almeida

É reconhecida a criatividade de Lula de fazer caracterizações políticas que alargam o imaginário popular para a compreensão política, além de promover importantes quebras de paradigmas na ardilosa conceituação conservadora sobre eventos históricos, quando estes são falsificados de modo grosseiro, invertendo seu real sentido histórico.