segunda-feira, 28 de julho de 2014

Elementos da disputa eleitoral em 2014

Por Anderson Bahia, no site da UJS:

As eleições 2014 já começaram e, apesar dos candidatos ainda não terem colocado todo seu potencial nas ruas, os principais pontos balizadores da disputa presidencial já estão postos. Identifica-los é crucial para saber em qual campo de batalha o embate se dá.

O Partido da Imprensa Golpista (PIG)

Apesar de ter repercutido denúncias pesadíssimas contra Aécio esses dias, a mídia tem lado e não é o do avanço.Desconstruir a narrativa de caos, golpista e mentirosa do PIG é tarefa fundamental nessa eleição.

Há grande parcela da sociedade convicta de que o Brasil vive o melhor de seus dias em toda sua história, mas estão confusos pela artilharia midiática. Atônitos, muitos apontam a corrupção ou a suposta delicadeza econômica e social do país como motivo de decepção com o governo. Exatamente pontos que o governo combateu (corrupção) e se saiu melhor (economia e social).

Embora essa eleição evidencie que cada vez mais a população define seu campo político, a questão central para muitos ainda não é o sucesso do governo ou a matriz política na qual está enraizado. Mas o quão lógico parece ser o noticiário do PIG.

Aécio Neves

O candidato do PSDB é a própria expressão da fragilidade da direita. Pálido, sem vida, ainda não conseguiu ser visto com seriedade pelo povo brasileiro. Vive pelos cantos, medindo “grama a grama” do que fala, para não ser “descoberto” como o legítimo candidato das privatizações, do arrocho no salário dos trabalhadores, etc.

A tática do PIG em investir tudo no aumento de rejeição de Dilma para o povo olhar para o lado e só a partir daí ver Aécio como opção ainda não se completou. É cedo para dizer se o motivo é por ele não ser conhecido pela população ou se é pela associação que o eleitorado faz da direita com tudo do que há de pior e pelo qual o país já passou. Mas, por enquanto, Aécio… Never!

Dilma Rousseff

No melhor estilo “Dilma Bolada”, que deixou milhares de órfãos nas redes sociais, é a diva da eleição. Todas as atenções se voltam ao que faz ou o que diz.

A presidenta lidera as pesquisas e tem todas e mais algumas possibilidades de ser reeleita, para o desespero das elites. Não fosse o patrulhamento da mídia e a baixa capacidade que teve de se comunicar durante sua gestão, a eleição seria um passeio.
A Dilma candidata, porém, tem se saído bem. É responsável para que a eleição não seja pautada apenas por factoides. Seus discursos empurram para o centro das discussões a plataforma política existente por trás das peças publicitárias dos candidatos.

Além disso, conta com o apoio de representantes das principais organizações do movimento social. E isso é essencial para que as características da candidata se multiplique em milhares de cidades e bairros no diálogo direto com o povo.

Redes Sociais

Desprovido de espaço no latifúndio midiático, é nos blogs e nas redes sociais que a população e setores organizados melhor conseguem apresentar suas opiniões. E durante o período eleitoral isso ganha proporções maiores, já que também aumenta a demanda da sociedade por informação.

Esse “terreno”, entretanto, está longe de ser nosso. É um espaço que a direita também utiliza e revela sua pior face. Criam perfis não-oficiais para espalhar seus ódios e preconceitos da forma mais desnudada possível. Além de divulgar como verdade, as mentiras mais espalhafatosas. Até a eleição acabar, tudo isso terá como alvo as conquistas populares recentes e Dilma.

O poder econômico na eleição

Essa talvez seja a eleição em que mais se questiona os entraves do sistema político-eleitoral. Ganhou força o debate que alguns setores organizados já faziam sobre a necessidade de uma Reforma Política para corrigir as distorções de um sistema que, como diz Aldo Arantes, transforma minoria em maioria e vice-versa.

A dinâmica da eleição 2014, paradoxalmente, pode ser a que o poder econômico terá mais peso, comparado as anteriores. O mês de agosto se aproxima com muito pouco volume de campanha até aqui de todos os candidatos.

A opção por uma campanha “mais curta” faz com que tenha relevância a capacidade de investimentos gerais no curto espaço de tempo. De preferência, quanto mais próximo do início da campanha de rádio e TV.

Há um árduo trabalho a ser feito para derrotar o pessimismo, o ódio e os ataques em Dilma e na própria política. Mas a vitória a de ser do povo brasileiro, que não deixou de pedir o aprofundamento das mudanças em curso no país. Construiremos, pois!

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