segunda-feira, 9 de junho de 2014

Greve do Metrô e a ditadura de Alckmin

Foto: Sindicato dos Metroviários de São Paulo
Por Altamiro Borges

Em entrevista concedida à rádio Jovem Pan na manhã desta segunda-feira (9), o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, anunciou a dispensa sumária de cerca de 60 metroviários em função da greve da categoria que já dura cinco dias. “Iniciamos às 8 horas, estamos emitindo mais ou menos seis dezenas de demissões por justa causa, aqueles que já foram catalogados, com provas materiais de vandalismo, aqueles que barraram fisicamente, que incitaram a população a pular a catraca”, afirmou o prepotente secretário tucano.

O governador Geraldo Alckmin – o mesmo que abafa as apurações das denúncias sobre o bilionário esquema do “trensalão tucano”, que envolve o Metrô e o cartel das multinacionais do setor, e que não investiu o suficiente na ampliação das linhas e na manutenção do sistema – revela mais uma vez a sua faceta ditatorial. Ele não negocia com a categoria, demite os grevistas e aciona a tropa de choque em ações violentas nas estações. Parece até que tenta provocar o caos, na véspera da abertura oficial da Copa do Mundo em São Paulo.

Em pleno domingo, numa prova inconteste de que a Justiça paulista é rápida – quando se trata de decisões contra os trabalhadores –, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgou a greve dos metroviários abusiva e determinou uma multa de R$ 500 mil por dia ao sindicato da categoria. Para justificar a decisão, o desembargador Rafael Pugliese destacou o não cumprimento da absurda liminar concedida na quarta-feira (4) pela desembargadora Rilma Hemerito, que determinou a manutenção de 100% de funcionamento do Metrô nos horários de pico e 70% nos demais horários.

A decisão do TRT, conhecido por sua subserviência ao tucanato paulista, não intimidou os trabalhadores. Em assembleia realizada no mesmo dia, que reuniu mais de 3 mil grevistas, os metroviários decidiram manter a paralisação aos gritos de “não tem arrego”. A categoria conta com cerca de 9 mil funcionários, que transportam diariamente mais de 4 milhões de paulistanos.

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