sexta-feira, 6 de junho de 2014

Datafolha confirma estragos da mídia

Por Altamiro Borges

A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (6) aponta o crescente ceticismo da sociedade com a política e confirma os danos causados pela cobertura terrorista da mídia privada. Ela mostra que todos os presidenciáveis sofreram queda; já o número de indecisos e dos que afirmam que votarão nulo nas eleições de outubro teve forte alta. Em relação ao Datafolha de maio, data da pesquisa anterior, a presidenta Dilma Rousseff variou de 37 para 34% das intenções de voto; Aécio Neves, o cambaleante tucano, caiu de 20 para 19%; já o “dissidente” Eduardo Campos recuou de 11 pra 7%, ficando tecnicamente empatado com o Pastor Everaldo Pereira (PSC), que abocanhou 4% de intenções de voto.

Como realça a Folha, o jornal que não esconde sua “posição oposicionista” – segundo recomendações da executiva da empresa e ex-presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ) –, “a nova rodada do Datafolha mostra que o que cresceu de forma notável entre maio e agora foi o total de eleitores que não sabem em quem votar, de 8% para 13%. Além disso, outros 17% afirmam que pretendem votar nulo, em branco ou em nenhum dos candidatos apresentados. Combinados, esses números podem ser um sinal de forte desalento em relação à disputa. Na comparação com os mesmos períodos de eleições anteriores, a atual taxa de eleitores sem candidato (30%) é recorde desde 1989”.

Este ceticismo recordista tem variadas motivações – como a crise de representação das instituições democráticas ou os temores com os rumos da economia, num mundo capitalista que afunda em prolongada recessão. Mas a razão principal é a própria cobertura manipulada dos veículos de comunicação, sob o domínio de apenas sete famílias. Por razões políticas e econômicas, a mídia monopolizada espalha um clima de pessimismo na sociedade brasileira. Notícias positivas, como a redução do desemprego e o aumento da renda dos assalariados, viram notinhas. Já as negativas, inclusive com enfoques distorcidos, são manchetes nos jornalões e motivo de escarcéu dos histéricos comentaristas da rádio e tevê.

Tanto que o Datafolha – também batizado de “Datafalha” – fez questão de ouvir os entrevistados sobre os rumos do país e a Folha bateu na tecla: “Pessimismo com a economia bate recorde”. Segundo a pesquisa, as expectativas com a inflação e o desemprego se deterioraram e 36% dos consultados afirmaram que a situação econômica do Brasil vai piorar. “É a primeira vez que o grupo dos pessimistas supera o dos que acham que tudo fica como está”, festeja o jornalão oposicionista. Num país em que os índices de desemprego são os mais baixos da sua história e que a inflação está sob controle – num patamar bem melhor do que no triste reinado de FHC –, o ceticismo midiático contagia parcelas da sociedade.

E ainda há gente no governo federal que é contra qualquer regulação democrática dos meios de comunicação, que enfrente o poder manipulador da mídia monopolizada!

*****

Leia também:

- Dilma responde ao massacre midiático

- Crônica de um povo que resiste ao "caos"

- Dilma e os "mercadores de pessimismo"

- O horário eleitoral exclusivo da oposição

- Queda do desemprego não dá manchete

- Cenário eleitoral com cara de 1964

- O remédio contra a guerra psicológica

1 comentários:

Unknown disse...

Sou um brasileiro comum que vê e sente na pele o que a nossa mídia e agencias de notícias fizeram e fazem para denegrir o país. Não sei a quem servem embora, acredito que no caso da Folha não seja ideológico e sim financeiro. Quero dizer: O dono da Folha recebe para fazer o que faz.
Por questão de trabalho viajo e voltei há pouco da Europa. Nos quatro países em que estive a todos perguntaram sobre a "convulsão social, pré-guerra civil", "superinflação", "recessão", "povo contra a Copa" e como seria feita a Copa se muita coisa não estava pronta?.
A cada cidade me espantava com perguntas sobre estes temas e a todos perguntava: onde obteve estas informações pois não é verdade, temos problemas mas nem chegam perto disto.
As respostas, invariavelmente, se referiam a informações obtidas em notícias da internet, Globo, CNN, Agencias Estado e Folha.
A todos com quem conversei falei do que se passava, de que temos um governo que optou pelo povo e não pelo "mercado". Enfim, procurava passar informações corretas e sugeri que passassem a acessar outros sites. Os ditos "blogs sujos". Por duas vezes, precisei pedir aos meus interlocutores para pararem com as perguntas pois precisava ir dormir, eram quase 2 da manhã e o papo se arrastava por várias horas.
Situação geral da qual tomei conhecimento conversando com pessoas (engenheiros e outros profissionais que me recepcionavam). França, Espanha, Portugal, Inglaterra: Espera conseguir manter o emprego e sua atual condição de vida, tristeza e medo pela falta de perspectivas para o casal de filhos adolescentes.
Portugueses emigrados para a França preocupados em vender bens de família em Portugal para conseguir se manter na França.
Exceto pela Alemanha, crescimento inferior a 1%, todos os demais com crescimento inferior a 0,5% ou zero.
Ontem a Folha publicou no caderno de economia que governos europeus injetarão dinheiro nas suas economias para evitar deflação.
O mais grave e deprimente, uma reportagem do jornal Popular.PT de Portugal no dia 20/21 de maio publicou uma reportagem sobre uma instrumentista holandesa casada com um músico grego e que vive em Atenas, preocupada em criar uma rede de residências de pessoas amigas para receberem crianças.
Fato: na Grécia os pais por impossibilidade de pagar aluguel ou comprar alimentos, estão entregando os filhos a instituições e orfanatos.
Outra reportagem em outro jornal era sobre o aumento dos moradores de rua em Berlim por falta de condições de arcar com o aluguel.
Vivi coisa parecida no Panamá, incluindo ai os problemas na Venezuela, via CNN, que no mesmo telejornal transmitia inverdades sobre o Brasil, neste caso posso afirmar, pois havia saído do Brasil naquele mesmo dia.
Das "empresas" de jornalismo, como dizem fazem parte do mercado e o capitalismo exige lucro mas, nenhuma destas empresas faria o que faz se não contassem com capachos, digo, jornalistas bem preparados, alguns com cultura acima da média que se prestam a este tipo de trabalho recebendo o que dizem ser salário e que na verdade não passa de trocados que lhes compra a consciência.