segunda-feira, 5 de maio de 2014

Deus e o diabo na política

Por Luciano Martins Costa, no Observatório de Imprensa:

A análise das escolhas editoriais no fim de semana e na segunda-feira (5/4) traz indícios de que os três principais jornais de circulação nacional – Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e O Globo – estão afinando suas estratégias para a cobertura das eleições presidenciais. O cruzamento das notícias de política e economia, núcleo principal do sistema formador de opinião, aponta para um processo de isolamento do grupo que ocupa o Palácio do Planalto, mas até então não havia uma definição clara entre os dois potenciais adversários da atual presidente da República.

As editorias de economia e negócios misturam dados reais com especulações pessimistas para desenhar um cenário inquietante para a questão da energia, da capacidade futura de investimento do país e a modernização da infraestrutura. Nesse campo, predomina uma situação quase esquizofrênica, em que indicadores conflitantes são ressaltados na mesma página do jornal, sem que se esclareça o leitor sobre o significado desses números.

Por trás dessas escolhas, não há como fugir à evidência de que o destaque para números negativos, enquanto os indicadores positivos são minimizados, tem uma motivação política. Observe-se, por exemplo, o contraste demonstrado na entrevista principal da coluna Mercado Aberto, da Folha de S.Paulo, na edição de segunda-feira (5/5), e as principais notícias econômicas do jornal nos últimos dias.

Nessa entrevista, o presidente brasileiro de um banco suíço afirma que, apesar de nunca ter visto tamanho pessimismo de curto prazo entre empresários brasileiros, a realidade mostra que o sentimento entre investidores estrangeiros, em relação ao Brasil, é exatamente o inverso: nunca houve um afluxo tão grande de capital externo na economia nacional como nos primeiros meses deste ano.

A situação é a de uma esquizofrenia na qual o paciente, no caso a imprensa, escolhe sempre a alternativa mais sombria.

Esse noticiário negativo tem uma direção muito clara, que pode ser constatada a cada eco que os candidatos oposicionistas fazem às manchetes dos jornais. É como se houvesse uma sintonia muito fina entre as decisões editoriais e os planos de governo dos candidatos. O pessimismo com relação à economia nacional é um fenômeno interno, produzido pela sucessão de notícias negativas que tem como propósito claro o de demonizar a presidente da República.

Fazendo chacota

É certo que o governo federal tem sido pródigo em produzir celeumas, ao titubear na condução de um projeto econômico supostamente vinculado à redução das desigualdades e emitir sinais contraditórios sobre sua disposição de manter a melhoria das condições sociais como meta da política econômica. O sistema de alianças está claramente esgotado, e a conta da ineficiência, das trapalhadas e do atraso nas decisões vai diretamente para a Presidência da República.

Os jornais ressaltam as fissuras produzidas pelo sistema partidário, criando a pauta para os candidatos oposicionistas. Assim, o discurso eleitoral reforça o pessimismo patrocinado pela imprensa, e o governo, orientado para a campanha, permanece reativo, apenas na defensiva. O Globo e a Folha de S.Pauloparecem se definir, colocando mais fichas em Aécio Neves, candidato do PSDB, enquanto o Estado de S.Paulo ainda equilibra suas apostas entre Neves e Eduardo Campos, do PSB.

Acontece que Campos precisa do patrimônio eleitoral de sua candidata a vice-presidente, Marina Silva, apresentada como uma espécie de reserva moral do campo político. Mas também a ex-ministra tem suas fragilidades: a coluna de Monica Bergamo, na Folha, conta, por exemplo, uma deliciosa história sobre a saída de Marina Silva do governo Lula.

Diz-se que ela foi ao gabinete presidencial acompanhada de um pastor e disse a Lula que havia conversado com Deus e ele lhe havia dito que era hora de sair. O então presidente pediu um tempo e, dias depois, respondeu que também havia sonhado com Deus, e o Todo-Poderoso lhe havia afirmado que Marina deveria ficar mais um pouco no ministério. Ela só deixou o governo muito depois, em maio de 2008.

Essa historinha pode ter um efeito devastador na candidatura de Eduardo Campos. Exposta, assim, na primeira página, a fé religiosa de Marina vira motivo de chacota e mostra para onde pende a preferência do jornal.

Se, para a imprensa, Dilma Rousseff é o demônio, a proximidade de Marina com o divino pode ser o inferno para Eduardo Campos.

2 comentários:

Unknown disse...

Volta Lula!?
Repetindo com algumas alterações este comentário já postado em artigos e matérias sobre o mote.
Existe algo interessante que influencia a opinião da maioria, dos eleitores como convêm ao caso. Apesar de iniciá-lo com gostos musicais.
Dias atrás falei de meu gosto sobre os sucessos musicais dos anos 50, 60 e 70 das grandes bandas, grupos a até cantores/compositores nacionais e internacionais comparando-os com hoje sob a pergunta, por que não surgem ou fazem mais músicas como daquela época? E ouvi a seguinte definição: Música também é questão de sentimento e sofre influência do contexto político-social que vivemos. Hoje o sentimento é outro, até para compositores daqueles tempos que ainda estão em gozo de plena saúde e na meia-idade.
Há analogia no sentimento do eleitor com dos cantores/compositores referidos acima.
Na política a costura de alianças torna uma eleição meio-ganha. No Brasil quem tem o apoio do PMDB entra para este rol de candidatos privilegiados, porque o PMDB ainda é o primeiro ou no pior dos casos o segundo partido de maior quantidade de vereadores, deputados estaduais e federais do país tornando-o o mais forte cabo-eleitoral depois do PT. Não descartando a importância do PCdoB e demais partidos políticos por menores que sejam como também de políticos da envergadura eleitoral de Fernando Collor de Mello e Paulo Salim Maluf, entre outros. Receita de Lula, que deu certo.
Mas a segunda metade-ganha de uma eleição depende do sentimento que o candidato desperta no eleitor.
Temos aí despontando em percentuais críticos para todos tanto nas pesquisas eleitorais sérias ou até em tendenciosas: Três candidatos; Dilma Roussef, Aécio Neves e Eduardo Campos com Marina Silva de vice.
Existe nos dilmistas uma torcida para que o passado Lula/Lula se repita como Dilma/Dilma e depois outro Lula/Lula. Boicotando assim a volta de Lula para a disputa deste pleito e colocando todo um projeto da esquerda brasileira a beira de um colapso ou caos por questão de sentimentos próprios. Se esquecendo que o sentimento a ser levado em consideração é o do eleitor.
Por mais que ele diga que apoia Dilma, a volta de Lula é imprescindível para esta disputa eleitoral e não quer dizer que esta ganha, não! Mas que as chances aumentam consideravelmente é fato indiscutível.
Que os dilmistas se conformem, se há alguma chance de dobradinhas é de Lula, outra vez, Lula/Lula Dilma Lula/Lula e quiçá Dilma em um caso inédito de transferência de votos como foi da primeira vez, em uma segunda.
ZéM.

Anônimo disse...


Advogado de Pizzolato se manifesta pela primeira vez
Enviado por Miguel do Rosário on 05/05/2014 – 2:22 pm
- See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/05/05/advogado-de-pizzolato-se-manifesta-pela-primeira-vez/#sthash.Ez2xt57P.dpuf
#################
LÁ VEM O MATUTO AGONIADO!
NOTA I: logo após o término do julgamento do MENTIRÃO, os advogados dos condenados – literalmente – na Ação Penal 470 encaminharam documentos às empresas de mídia, incluindo a Globo, solicitando a confirmação ou não de recebimentos de pagamentos por serviços de publicidades prestados à VisaNet/Banco do Brasil. Quais foram as respostas?
O Banco do Brasil deveria, ao menos, respeitar o funcionário público de carreira Henrique Pizzolato… O Banco do Brasil – que é capaz de detectar a subtração de míseros R$0,1 dos seus cofres – não dispõe de ferramentas contábeis que possam reconhecer a natureza destas vultosas quantias? Enfim, os recursos movimentados da empresa privada internacional VisaNet são privados ou públicos (sic)?
NOTA II: por que a imprensa não entrevista os senhores Léo Batista dos Santos e Cláudio de Castro Vasconcelos, este último ex-gerente de Propaganda do Banco do Brasil, e *investigado em um inquérito que corre na 12ª Vara Criminal Federal de Brasília.
*inquérito que corre na 12ª Vara Criminal Federal de Brasília investiga a responsabilidade de Cláudio de Castro Vasconcelos no suposto desvio de dinheiro da Visanet para a DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério, caminha devagar, sem grandes chances de se tornar efetivamente uma denúncia e, posteriormente, resultar num julgamento do ex-gerente de Propaganda do Banco do Brasil.
(…)
FONTE: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Processo-contra-Claudio-de-Castro-Vasconcelos-anda-devagar/4/28040
Sobre o tal Léo Batista dos Santos,
a) A liberação dos recursos do Fundo Visanet para a DNA só poderia ser feita mediante solicitação, por escrito, do gestor do fundo, na época, representado pelo senhor Léo Batista dos Santos, nomeado no dia 19/8/2002, portanto, no governo Fernando Henrique Cardoso, tendo permanecido no exercício dessa função até 19/4/2005.
b) Ou seja, quando o Pizzolato ingressou na Diretoria de Marketing do BB, o Léo Batista já era gestor do fundo e assim se manteve até abril de 2005, como único responsável para cuidar dos assuntos relacionados às iniciativas do fundo de Incentivo Visanet.
c) No voto do ministro relator fica cristalizado que os documentos comprobatórios dos ditos “desvios dos recursos” do BB, que levaram à condenação do réu Henrique Pizzolato, teriam se dado a partir de quatro notas técnicas internas;
d) Esses documentos são assinados por dois gerentes de Marketing e Varejo e por dois diretores de Marketing e Varejo, sendo as assinaturas da área de Varejo (responsável pelos cartões de crédito e gestor do fundo) emitidas sempre pelas pessoas de Léo Batista ou Douglas Macedo;
e) Frise-se que essas notas técnicas internas não são documentos hábeis para liberação de recursos. Não há como deixar de mencionar que um outro gerente executivo de Marketing, o senhor Cláudio Vasconcelos, é a terceira pessoa que assina as referidas notas.
FONTE: http://limpinhoecheiroso.com/tag/leo-batista-dos-santos/
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia
República de ‘Nois’ Bananas