quinta-feira, 10 de abril de 2014

Alckmin, o rei da maquiagem

Do blog de Zé Dirceu:

No ritmo em que as manipulações vão, não tem jeito, o governo tucano do dr. Geraldo Alckmin caminha aceleradamente para passar à história como o rei da maquiagem. Semana passada já haviam divulgado que ele faz uma contagem única em presídios no Brasil – não seguida por nenhum outro Estado – na qual inclui acomodações para presos em locais provisórios, hospitais, enfermarias e macas. Com isso inflou em 14 mil o número de vagas em penitenciárias do Estado. Sem colocar um único tijolo em obras.

Mas, graças a essa “contagem” de vagas, reduziu de 90% para cerca de 70% a superlotação dos presídios no Estado, índice de impacto para quem disputa reeleição. Hoje, de novo a Folha de S.Paulo publica que o governo Alckmin consegue um novo milagre de multiplicação – não de pães, mas de PMs nas ruas.

Ele conta como PMs nas ruas telefonista, ascensorista, secretária, contínuo, motorista, mecânico, atendentes do 190, assessores de imprensa, guarda de quartel e equipes do departamento pessoal e outros locados em serviços burocráticos. Com isso eleva o efetivo da PM em 14 mil policiais, o equivalente, segundo a Folha, ao número que trabalha nas ruas da capital.

Alckmin o inovador em contagem na segurança pública
Mas todos estes 14 mil estão em serviços burocráticos. Adotou mais essa contagem maquiada porque o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) pediu uma melhor redistribuição da tropa. O comando da PM disse ao jornal que a contagem está correta. Disse o mesmo na semana passada, quando inflaram o numero de vagas para presos, num método novo e único de contagem no Brasil.

Mas o especialista em segurança pública Guaracy Mingardi não concorda com isso. Considerar o policial do 190 como operacional tem certa lógica, mas no caso de outros serviços é “jeitinho”, disse ele à Folha de S.Paulo. “Todos são PMs, de diferentes patentes. Uns administrativos, outros operacionais. O resto é papo furado”, concluiu.

E já que estamos falando de governo tucano e de Alckmin, mais outra deles: o governador, constrangido, teve de voltar atrás e reconhecer ontem que é possível mesmo que a capital tenha rodízio de água ainda este ano. “Nós não descartamos o rodízio”, admitiu. ” Vamos avaliar diariamente. No momento não há necessidade. Não é questão de segurar (um racionamento), é de avaliar. O rodízio promove uma redução. Se você consegue essa redução sem o rodízio, melhor”.

Mais outra deles
Não lembrou, no entanto, o motivo, claro, porque isso tira voto de quem é candidato à reeleição, mas é por causa do nível dos reservatórios de abastecimento, principalmente do Cantareira, que baixa a cada dia. Baixa porque os governos tucanos do Estado, embora tenham recebido estudos da USP e recomendações desde 2009, não tomaram nestes cinco anos as medidas necessárias para evitar que a situação do abastecimento de água chegasse a esse nível de risco.

Alckmin já atribuíra o risco de precisar adotar rodízio ou decretar racionamento à falta de chuvas – é contestado por técnicos e especialistas, que dizem que isso é só parte da causa – a outros fatores e fazia marola até agora para justificar a omissão dos governos tucanos e para negar que haja perigo de falta de água.

Mas ficou praticamente impossível continuar a fazê-lo depois que a SABESP, em documento publicado nesta semana, admitiu pela primeira vez, de forma oficial, a possibilidade de implantar o rodízio ainda este ano. Ontem o governador acrescentou que será “técnica” a decisão de adotar ou não um racionamento. “O rodízio não está descartado e vai ser monitorado pelos técnicos. Essa avaliação técnica está sendo feita diariamente e nós temos uma boa expectativa de redução de consumo em toda a região metropolitana, (redução) importante para essa avaliação feita cotidianamente”.

No horizonte de 5 de outubro, data do 1º turno da eleição deste ano, é grande a preocupação do dr. Alckmin e do tucanato paulista com os efeitos eleitorais de um rodízio ou racionamento, cuja adoção protelarão ao máximo. Se puderem só anunciam depois do pleito em que o governador disputa a reeleição para ser governador do Estado pela 4ª vez.

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