domingo, 16 de fevereiro de 2014

A resistência anti-imperialista

Por José Reinaldo Carvalho, no sítio Vermelho:

Foi lançada em São Paulo em 4 de fevereiro a campanha “Chávez passou por aqui”, uma homenagem ao líder da Revolução Bolivariana, que teve seu marco inaugural na mesma data, no ano de 1992, quando sob a liderança do jovem tenente-coronel paraquedista, teve lugar o levante cívico-militar. A campanha se inspira no poema “Por Aqui Passou”, de Alberto Arvelo Torrealba dedicado ao libertador Simon Bolívar, que é fonte de inspiração das transformações em curso hoje na Venezuela.

A campanha conta com o protagonismo de movimentos sociais, partidos e sindicatos brasileiros, convencidos de que é precioso o legado do presidente Chávez, o mais importante líder da luta anti-imperialista da virada do século 20 para o século 21, até o seu desaparecimento em 5 de março do ano passado.

Nesta quarta-feira (12), o Cebrapaz de Santa Catarina e a União da Juventude Socialista acompanharam a chegada do Buque Escola Simón Bolívar ao Porto de Itajaí. O navio veio participar do evento Velas Latino-americanas, junto com barcos semelhantes do Equador, Brasil, Paraguai, Argentina e Colômbia.

Foi um momento singular da campanha “Chávez passou por aqui”, quando as entidades mostraram sua solidariedade com o povo venezuelano e seu carinho pelo comandante Hugo Chávez, “sempre em nossos corações”, como declarou Rita Coitinho, a líder do movimento pela paz e a solidariedade no estado que viu nascer Anita Garibaldi, a combatente de dois mundos.

É um exemplo de ação solidária, de luta anti-imperialista por parte do Cebrapaz, entidade que congrega os militantes da solidariedade internacional em nosso País. Tem grande valor simbólico o fato de que no Brasil a campanha se encerrará no assentamento de Tapes, do MST, outro movimento político-social anti-imperialista, com a realização de uma marcha camponesa no assentamento visitado pelo comandante Chávez em 2005. O assentamento ganhará, após a homenagem, o nome do Comandante Hugo Chávez. É de gestos singelos como os do Cebrapaz e do MST que se desenvolve passo a passo a luta anti-imperialista no Brasil.

Irã

Celebrou-se durante esta semana (11 de fevereiro), o 35º aniversário da Revolução popular iraniana, que as circunstâncias transformaram em Revolução islâmica. Temos nossa própria cosmovisão republicana, democrática e comunista baseada na luta de classes como motor da história. Resguardando-a inteiramente, consideramos a Revolução iraniana de 1979 que derrubou a monarquia absolutista pró-imperialista do Xá Reza Pahlevi um momento importante da luta anti-imperialista, portanto, um fato histórico que acrescenta força à luta dos povos por soberania e por uma nova ordem internacional.

Igualmente, valorizamos a posição iraniana na atual conjuntura regional do Oriente Médio e mundial. O Irã é uma força de combate ao regime sionista israelense e ao imperialismo norte-americano. Sua decisão de desenvolver a tecnologia nuclear com fins pacíficos é justa. Sua política de apoio ao governo sírio e os esforços diplomáticos que desenvolve em prol de uma saída política para o conflito no país árabe é louvável. O mesmo deve dizer-se sobre o apoio á causa palestina.

Brasil

Nesta semana, o Partido dos Trabalhadores completou 34 anos de existência. Os comunistas têm tido ao longo deste período histórico, uma relação de unidade e luta com o partido de Lula. Cito aqui um fragmento do discurso pronunciado pelo presidente do PCdoB, Renato Rabelo: “Nesta trajetória o Partido dos Trabalhadores jogou importante papel, surgindo como organização política na retomada do movimento democrático, tendo como ponto alto a conquista junto com outras forças progressistas e o PCdoB, em 2002, a vitória na campanha pela Presidência da República com a eleição de Lula”.

A homenagem ao PT foi um ato de pré-campanha eleitoral de 2014. A presidenta Dilma e o presidente do PT, Rui Falcão, criticaram severamente os principais candidatos oposicionistas.

Longe de ter mofado, o pacto político que tem respaldado os governos progressistas no Brasil, desde Lula e agora com Dilma, desempenhou um papel positivo para levar o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento, ao aprofundamento da democracia e ao progresso social.

Há críticas fundamentadas, forrmuladas pelos movimentos sociais, que o governo precisa levar em conta. A política macroeconômica precisa ser reformulada, os reclamos sociais precisam ser atendidos. Contudo, isto nada tem a ver com a pregação da oposição, cuja linha é a da capitulação às pressões do capital financeiro internacional.

Dilma, Rui Falcão e Renato Rabelo mandaram ver bem. Isto também é um momento da Resistência, com reflexos positivos sobre as lutas dos povos.

Estamos no começo de grandes embates.

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