segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Só falta crucificar Dirceu

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Às vezes me pergunto como Dirceu faz para manter o espírito elevado.

Não me lembro de alguém que tenha sido tão continuamente perseguido pelos conservadores depois da ditadura.

Lula, comparativamente, é bem tratado.

Contei já que, no último almoço de final de ano da Abril com Roberto Civita vivo, um grupo de editores da Veja vibrava, no restaurante, com a perspectiva de prisão de Dirceu.

Talvez eles empregassem melhor seu tempo vendo como prolongar a vida da revista na era da internet, mas não. O que importava era ver Dirceu na cadeia.

A mídia não lhe dá trégua. Mais recentemente, na Era JB, a justiça também o caça sem misericórdia.

Sempre há um motivo, um pretexto. É o chamado vale tudo.

Agora, é um alegado telefonema proibido entre Dirceu e um secretário do governo da Bahia na Papuda. A Folha denunciou. Dirceu negou. O secretário negou. A direção do presídio investigou a negou.

Mesmo assim, Dirceu está pagando pela denúncia. A presunção de inocência não existe para ele.

Foi suspenso seu pedido de trabalho por 30 dias, porque a justiça desconfiou de todas as negativas, incluída aí a da direção da cadeia.

A quem apelar?

Joaquim Barbosa colocou na Vara de Execuções Penais de Brasília um juiz que faz o que ele, JB, quer.

E sabemos todos o que JB quer, além de dar rolezinhos na Europa e comprar Prada com um chapéu de parisiense na cabeça.

Que justiça é essa?

Quando JB deixar a presidência do STF, tudo vai mudar, sem que os fatos mudem – o que significa que a justiça no Brasil de hoje é uma questão não de evidências, não de lógica, mas de gosto e capricho pessoais, e de uma subjetividade patética.

No caso específico de Dirceu, alguma coisa está errada quando até um jurista conservador como Ives Gandra Martins afirma que ele foi condenado sem provas.

Ainda assim, ele está preso, enquanto seu algoz passeia pela Europa como um Bonaparte tropical, com diárias pagas pelo contribuinte – mesmo estando em férias.

Já disse e repito: a única coisa boa desse circo que foi o julgamento do Mensalão foi a oportunidade de vermos quanto são ruins e precários o STF e, por extensão, o sistema judiciário brasileiro.

Era uma ruindade escondida. Agora, ela está exposta. O Supremo é um ajuntamento de juízes toscos, solenes, com dificuldade de se expressar em português decente, deslumbrados com os holofotes – e facilmente manipuláveis pela mídia.

Sem reformar o STF e a justiça brasileira o avanço social de que o país precisa urgentemente ficará comprometido porque ali está o atraso do atraso.

Quanto a Dirceu, deveria gritar como Lennon num de seus clássicos da época em que passou a circular com Yoko: “Do jeito que as coisas vão, os caras vão me crucificar.”

3 comentários:

Anônimo disse...


(…)
Certo mesmo é o contraste gritante no tratamento destinado a casos similares. Em todos os sentidos. Tome-se o barulho em torno de um suposto telefonema do ex-ministro José Dirceu de dentro da cadeia. Poucos condenam o abuso de manter encarcerado um preso com direito a regime semiaberto. Isso parece não interessar. Importa sim reabrir uma investigação sobre uso de celular, que aliás já havia sido arquivada. Resultado: com a nova decisão, por pelo menos mais um mês Dirceu perde o direito de trabalhar fora da Papuda.
Por mais que se queira, é muito difícil falar de imparcialidade diante de tais fatos, que não são os únicos. As denúncias relativas à roubalheira envolvendo trens, metrô e correlatos, perpetrada em sucessivos governos do PSDB, continuam a salvo de uma investigação séria. Isso apesar da farta documentação colocada à disposição do público nas últimas semanas.
(..)
Por jornalista Ricardo Melo
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/149541-assim-caminha-a-impunidade.shtml

Anônimo disse...

Caro Miro
Já escrevi que a coisa está muito bem orquestrada pela NSA/CIA/Casa Branca, ou seja quando esses calhordas acharem que as uvas estiverem maduras, vem um golpe de direita. Repito, isso qdo eles sentirem que a população não vai mesmo obedecer os designíos do GAFE-Aébrio das Neves (peão de boiadeiro) ou a Marina Silva (faxineira da política do BRASIL), aí depois de tanta degradação orquestrada as desculpas já estarão mais do que sabidas. Assim será mais fácil, pois já chegaram no STF e saírem de lá a tarefa não vai ser tarefa fácil. E os milicos, lógico, vão obedecer aos senhores de sempre! Então pessoas como o sr. JB estão desempenhando seu papel conforme foi traçado pelos irmãos do Norte. E mais, não se enganem se perderem as eleições para sra. Dilma dirão com certeza que foram cheias de maracutaias/fraudulentas/ilegítimas e vai por aí ... . Finalmente nada que procede do sr. JB e sua turma não me assusta mais. Vamos para mais um golpe da Direita!

Enganado

BLOG DO IVANOVITCH 2 disse...

A volta por cima de José Dirceu.
A volta por cima de José Dirceu,
Será demorada, mas, será como
A volta por cima, de qualquer
Outro grande líder; preso ali na
Papuda, estará livre para pensar,
Repassar a vida de lutas, e se
Revigorar dos ataques sofridos;
Não precisa provar mais nada,
Já se viu que o julgamento, foi
Uma perseguição política, onde
Se desrespeitaram os mais
Elementares direitos humanos; e,
Com essa prisão, José Dirceu só
Cresceu, fortaleceu-se, e dará a
Volta por cima com serenidade,
E esperança, juntamente com os
Companheiros presos políticos
José Genoíno Neto, e Delúbio
Soares; os inimigos são gigantescos:
Os interesses dos grupos que
Representam a burguesia, a
Elite, e a direita brasileiras, e
Inclusive internacionais; e os
Inimigos são poderosos, mas
Não vergarão José Dirceu, que
Nem a Ditadura vergou; enquanto
Aqueles que colocaram suas
Vidas em risco, contra um
Regime de exceção sofrem
Linchamentos públicos, torturadores,
Assassinos, sequestradores a
Serviços da Ditadura, são
Protegidos por uma Lei da Anistia,
Ambígua; e uma Comissão da
Verdade, para apurar crimes da
Mesma Ditadura, não recebe o
Devido apoio popular; a volta
Por cima de José Dirceu será
Certa, como a Liberdade que
Sempre defendeu, e em nome
Da Democracia, e nos braços
Do povo trabalhador brasileiro.