sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Serra voltou e Aécio sumiu

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Até outro dia, Dilma Rousseff tinha liderança folgada nas pesquisas e poderia ganhar já no primeiro turno, Aécio Neves era o candidato do PSDB escalado para perder e Marina Silva estava sem partido para entrar no jogo.

De repente, com a inesperada jogada de Marina de se oferecer ao PSB de Eduardo Campos para acabar com a "polarização PT-PSDB", a mais agitada semana da pré-campanha presidencial chega ao fim com o quadro sucessório absolutamente em aberto. Com as definições no campo da oposição adiadas para 2014, nem se sabe ainda quem serão os candidatos de oposição a Dilma.

Par acabar com a crise que começava a se instalar entre marineiros e socialistas sobre quem seria o candidato a presidente, apressaram-se Eduardo e Marina, dois ex-ministros do governo Lula agora na oposição, em dar uma entrevista coletiva nesta quinta-feira em São Paulo para anunciar que só vão definir o cabeça de chapa no próximo ano, depois de afinar um programa comum entre a Rede e o PSB.

A maior reviravolta provocada pela chapa Eduardo-Marina, ou vice-versa, acabou acontecendo no campo do PSDB, onde tudo parecia definido depois que Fernando Henrique Cardoso, ainda no ano passado, lançara a candidatura de Aécio Neves, que logo conquistou o apoio da maioria do partido.

Animado com a mudança do cenário eleitoral, o eterno candidato José Serra resolveu ressuscitar e voltou com tudo, ao garantir ter recebido de Aécio a promessa de que o nome tucano para disputar a sucessão de Dilma só será definido em março ou abril do próximo ano. Esta teria sido a condição de Serra para ficar no PSDB, depois de ameaçar debandar para o PPS. Vai começar tudo de novo no ninho tucano, como já vimos nas últimas três campanhas, em que a Serra levou até o último minuto o suspense sobre a candidatura do partido, enquanto os adversários já corriam o país atrás de votos e alianças.

O fato é que o ex-governador paulista voltou a viajar pelo país, fazer discursos como candidato, frequentar eventos ao lado do governador Geraldo Alckmin e ocupar espaços na mídia, enquanto Aécio sumia do noticiário. O resultado desta indefinição é o PSDB ser até o momento o único partido grande que não conseguiu fechar aliança alguma, nem com o PPS de Roberto Freire e o DEM, suas tradicionais forças auxiliares.

Do lado do PT, o ex-presidente Lula, que manteve uma reunião de cinco horas com Dilma em Brasília para discutir o novo cenário, finalmente se convenceu de que Eduardo Campos não só será mesmo candidato como fará uma campanha abertamente de oposição aos governos do PT. E recomendou ao comando da campanha de Dilma que como tal deve ser tratado.

No programa político do PSB exibido na noite de ontem, Eduardo prometeu "abandonar as velhas práticas políticas", afirmando que "o governo já deu o que tinha que dar", e Marina prometeu "sepultar a Velha República", mas sem a abrir mão dos poderosos grupos econômicos que a apoiam e ontem foram levados para uma reunião com o governador pernambucano.

Até o mês passado aliado da presidente Dilma, Eduardo só não explicou como vai abandonar estas velhas práticas tendo a seu lado a família Bornhausen e Heráclito Fortes, depois de buscar o apoio de Ronaldo Caiado, o antigo líder da UDR, que acabou sendo rifado pela entrada de Marina no barco socialista.

Como Dilma e Lula fizeram no programa do PT, Eduardo e Marina apresentaram um jogral na segunda parte do programa, com os muitos elogios mútuos trocados no lançamento da "Coligação Democrática" no último sábado, em que procuraram explicar a "aliança programática" entre a Rede e o PSB, mas sem dar maiores detalhes de como se dará a campanha "contra a falsa polarização entre PT e PSDB".

Se depender dos rumos erráticos do PSDB, parece mesmo que esta polarização já acabou, e a disputa se dará entre o PT e seus antigos aliados, que entraram na disputa com a corda toda. De qualquer forma, só saberemos como será o novo desenho do quadro eleitoral após a divulgação das próximas pesquisas, com os muitos cenários possíveis. Por enquanto, só há uma certeza: a única chapa definida é a de Dilma Rousseff para presidente com Michel Temer para vice.

4 comentários:

Anônimo disse...

Só eu vendo uma chapa com um nor-
destino e uma nortista ser votada
no sudeste,onde se concentram os
maiores colégios eleitorais do país
e no sul'maravilha'...Duvido-o-o!!!

Anônimo disse...


O 'DataFalha' é a 'Convenção Partidária da Direita'! ENTENDA pela própria 'Falha de São Paulo':

'Com Campos e Aécio, Dilma vence eleição no primeiro turno'

Manchete de certo portal na web

... [MAS,] Na simulação em que a disputa aparece mais apertada, a petista alcança 37% das intenções de voto, Marina marca 28%, Serra alcança 20%.

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Ou seja, "pela leitura da pesquisa do instituto dos Frias", "Campos e Aécio são 'o Plano B' da Direitona [eterna OPOSIÇÃO ao Brasil]: Campos [Minados]; Aécio ['Never']!...

Lá isso é oposição, sô?!...

República de 'Nois' Bananas
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo

Anônimo disse...

Primeiramente,um nordestino e uma nortista não seriam eleitos no sudeste? Não esqueça de que Lula é tão nordestino (leia-se pernambucano) quanto Eduardo Campos. Em segundo lugar,o sudeste (e sua politica do café com leite moderna) é o maior colégio eleitoral do país - fato; no entanto, o nordeste está logo atrás, sendo a segunda região mais populosa do país. Não sou eleitora de Marina, muito menos de Eduardo Campos (agora tanto faz), mas lhe aconselho a tomar cuidado com os comentários que reproduz (neste caso, elitistas e racistas); isto pode ser muito perigoso!

Léo Lopes disse...

Acho que o PSB de Eduardo vai sofrer grande pressão do PIG pela candidatura de Marina que, convenhamos, é muito mais atraente para uma parcela do empresariado nacional anti-petista. Já no PSDB, também na mesma linha, a mídia e suas pesquisas fora de época vão enterrar os sonhos de Aécio em favor de Serra que é muito mais do que um queridinho do PIG: ele é parte do núcleo dirigente desse partido.

Há um vídeo de um vereador de Vitória (ES), Namy Chequer, fazendo interessante análise dessa "primeira fase" da disputa eleitoral, que se encerrou com as filiações partidárias. http://www.youtube.com/watch?v=wvS7qnSRaTo.