quinta-feira, 6 de junho de 2013

Demissões e truculência na Folha

Por Altamiro Borges

De forma sorrateira e covarde, o Grupo Folha demitiu nesta semana vários profissionais. A empresa da famiglia Frias, que controla os jornais Folha de S.Paulo e Agora e detém vários outros negócios no ramo da comunicação, nem sequer confirmou o número de vítimas do facão. As dispensas também não viraram notícia nos seus veículos. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo divulgou ontem (5) nota de repúdio à truculência da empresa e exigiu a convocação de uma reunião emergencial.

Segundo o sítio Comunique-se, "os cortes atingiram a área de jornalismo – com profissionais deixando a redação em São Paulo e as sucursais em Brasília e no Rio de Janeiro". Funcionários com muitos anos na empresa foram dispensados sem qualquer justificativa. Nos bastidores, corre a informação de que o Grupo Folha enfrenta uma grave crise e que as demissões atingiram os profissionais com salários mais elevados. 

Ainda segundo o sítio Comunique-se, a "reestruturação" afetará o conteúdo das publicações. "A divisão de conteúdo e de suplementos também contou com novidades. Publicado desde maio de 2010 nas edições de domingo da Folha, o caderno ‘Ilustríssima’ chega ao fim. A marca, no entanto, permanecerá, mas ocupará apenas 'três ou duas páginas' do jornal, conforme uma fonte afirmou ao Comunique-se. O caderno 'Equilíbrio' também corre o risco de ser descontinuado".

O clima das redações do Grupo Folha é de pânico, segundo nota divulgada pela entidade da categoria, que reproduzo na íntegra abaixo:

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A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) recebeu nesta quarta-feira (4) ligações de jornalistas demitidos pelo jornal Folha de S. Paulo informando sobre o clima de terror que está ocorrendo na redação com as dispensas em massa. Os cortes ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Informações preliminares dão conta que a empresa já dispensou 15 jornalistas, mas este número tende a crescer e atingir até 10% dos seus quadros. Diante da gravidade da situação, a direção do SJSP entrou em contato com a diretoria da empresa solicitando uma reunião de emergência para discutir a situação, mas até a tarde de hoje não havia obtido resposta. De toda maneira, enviou também ofício manifestando “posição contrária a qualquer situação de desemprego de jornalistas, sejam os contratados pela CLT ou aqueles que mantêm qualquer outro tipo de vínculo com a empresa”.

Até o momento, o jornal não comunicou oficialmente a direção do SJSP sobre as demissões. A entidade estuda as estratégias para proteger os trabalhadores, na perspectiva de garantir os empregos e também que todos os direitos trabalhistas sejam assegurados.

4 comentários:

Alberto disse...

Esse é o efeito PT. Com a eleição de Haddad as torneiras da direita-golpista (pleonasmo) estão secando. Em 2014 com a eleição de um governador de SP do PT essas torneiras se fecharão de vez e o país passará a contar com instituições de imprensa/jornalismo isentas e ligadas a realidade.

Anônimo disse...


Truculência. Toda demissão é ruim para quem é demitido, desta ou daquela maneira.

Mas quem mais vai aproveitar são os demitidos, vão ver o que perderam aturando tanto tempo um jornal "truculento" e farão autocritica.

Maria Véia disse...

Tendo trabalhado a vida inteira em Banco, conheço a sensação. Uns são demitidos e os outros ficam esperando a sua vez. Não há nada que se possa fazer. Boa sorte a eles, há poucas pessoas que eu deteste tanto a ponto de desejar-lhes o desemprego.

Anônimo disse...

A sociedade vive sob o efeito orlof, e o eu ainda não sabe que será você amanhã.
Foi o FGTS que veio em troca da participação do trabalhador no capital, financiar construtora e fazer mansões para uma classe média.
Foi o drama dos funcionários da Aliperti ou da Conforja foi o descaso com a Sudelpa e seu funcionários, com a Vasp, Telesp.
Assim vai uma a uma e a sociedade toda, se não por um liberalismo declarado, por um liberalismo covarde disfarçado de esquerda.
E não importa posturas de servidão, o efeito orlof não tem preferência.