segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Demissões e covardia da Gol

Leogump Carvalho/Frame
Por Altamiro Borges

Na véspera do final de semana, como sempre ocorre nos cruéis facões capitalistas, a empresa Gol demitiu 850 dos 1.500 funcionários da Webjet – que foi comprada em julho passado no perigoso processo de monopolização do setor aéreo. Ela extinguiu a marca da ex-concorrente, retirou de circulação seis Boeings da companhia e dispensou os trabalhadores sem qualquer negociação com os sindicatos da categoria. A extinção da Webjet já era esperada, mas o que surpreendeu foi a violência do desmonte da antiga empresa.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou a estranha compra da Gol em outubro último, apesar da empresa ter divulgado prejuízo acumulado no ano de R$ 1,06 bilhão. No início do ano, a própria compradora demitiu 2.000 trabalhadores. Mesmo assim, ela foi autorizada a fechar o negócio e agora demite mais 850 funcionários – entre eles, 143 pilotos e 400 comissários de bordo. Com a extinção da Webjet, o setor aéreo nacional fica ainda mais monopolizado, concentrado em duas empresas privadas.

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochessato, a situação é preocupante. Ele atacou a postura patronal. “A Gol foi covarde. Até a quarta-feira, as demissões eram descartadas. Na calada da noite, convocaram os funcionários. Muitos nos ligaram, perguntando se deviam assinar ou não”. Ele também não poupou o governo Dilma. “O Brasil está perdendo a sua aviação comercial. Está se criando um duopólio entre TAM e Gol no país. O Cade foi o principal responsável por essas demissões”.

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