quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Cantanhêde, Gaspari e Kamel faltaram

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Quinhentas pessoas compareceram na noite desta quarta-feira ao relançamento triunfal de “A Privataria Tucana” no Sindicato dos Bancários, em São Paulo.

Foi uma ideia vencedora do Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé e seu presidente vitalício, Miro Borges.

Os expositores foram o Amaury Ribeiro Junior, delirantemente recebido pela plateia, Protógenes Queiroz, igualmente recebido com entusiasmo, e este ansioso blogueiro.


As moderadoras foram Maria Inês Nassif e Renata Mielli.

Não foram ao evento, apesar de especialmente convidados, com lugar reservado e tudo, a Catanhêde, Elio Gaspari, Judith Brito (que até hoje não foi receber o prêmio O Corvo) e Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da História da Globo.

Amaury contou que só teve a sensação de ter dado um nocaute quando abriu a Veja (isso é um perigo! Dá cancer de pele!) e a Veja não tinha nada para defender os tucanos.

Depois de apanhar tanto para escrever o livro, foi muito divertido constatar o silêncio cúmplice do detrito de maré baixa.

O meu livro é o grito – disse Amaury – dos que não aguentam mais a hegemonia dessa elite tucana paulista.

Eles se acham deuses porque estudaram Economia na PUC e aprenderam a lavar dinheiro em Harvard.

(A plateia foi ao delírio!)

Eles acham que faziam operações muito sofisticadas – conta o Amaury -, mas ficou demonstrado que eram operações fajutas.

Só são “sofisticadas” porque têm a blindagem do PiG.

(A plateia vem abaixo!)

Só vim a conhecer o Protógenes esta noite, aqui, talvez a noite mais emocionante da minha vida, contou ele.

E o Protógenes esteve lá: no Banestado, no BNP Paribas, na dívida externa.

São sempre os mesmos delinquentes.

São sempre os mesmos lavodutos.

Se a CPI for instalada, disse Amaury, vai chegar à midia.

Ela está lá e por isso está com medo.

A ação em que me indiciaram – conta Amaury – não foi para a frente.

Não deu em nada.

(A reportagem do jn do Ali Kamel sobre o Amaury, na eleição de 2010, só ela, disse o Amaury, dá um livro.)

O PSDB tem uma articulação muito forte dentro da Polícia Federal (alô, alô, Zé Cardozo, vai encarar A Privataria?) e no Ministério Público Federal, disse o Amaury.

(Brindeiro Gurgel, o senhor recebeu os 700 exemplares que o Edu Guimarães lhe mandou, através do Blog da Cidadania?)

Amaury observou que escreveram quatro livros para espinafrar o Lula e não venderam nada.

Ele, modestamente, em uma semana vendeu 120 mil exemplares.

A CPI da Privataria é o futuro, disse Amaury.

Este ansioso blogueiro pediu ao Amaury para refutar ali a principal crítica dos gatos pingados do PiG que ousaram enfrentá-lo: que o Amaury não prova o vínculo entre a roubalheira dos documentos e a privataria do Cerra e do FHC.

Disse o Amaury:

Por que o Carlos Jereissati paga uma propina ao Ricardo Sergio de Oliveira depois de ganhar a Telemar do Ricardo Sergio de Oliveira?

Por que o Daniel Dantas manda a irmã financiar a empresa da filha do Cerra em Miami (em Miami!) depois de o Ricardo Sergio e o FHC lhe concederem de mão beijada – sem botar um tusta – a Brasil Telecom?

Por que o Preciado, quebrado, cunhado e sócio do Cerra, foi salvo no Banespa, ganhou uma concorrência, e pagou propina ao Ricardo Sergio de Oliveira?

A filha do Cerra está para ser julgada por violação de sigilo.

Ela é ré do processo.

A sócia dela na empresa?

A irmã do Daniel Dantas que o Protógenes Queiroz não deixa de chamar de “banqueiro bandido”.

O Coaf arquivou (???) um processo de investigação de lavagem de dinheiro do Bourgeois, genro do Cerra, por lavagem de dinheiro.

Quer mais?

Vamos ver na CPI, disse o Amaury.

Porque na CPI de 206 assinaturas (e não dá mais para tirar nome – nem colocar!) Protógenes pretende estabelecer o vínculo entre a Privataria Tucana de Cerra/FHC e a composição da dívida externa brasileira.

É aí que entram as CC5, o Anexo 4, o Banestado, o BNP Paribas e as malfadadas “moedas podres”.

Protógenes contou que, no âmbito da investigação do Banestado – o Dantas está lá, de mãos dadas ao Naji Nahas – foi ao Banco Central pedir os documentos que constavam dos processos de conversão da dívida externa brasileira.

O funcionário do Banco Central disse: não existe mais o departamento que trata disso.

Foi extinto.

E os documentos?

Meu caro, se o departamento sumiu, o que o senhor acha que aconteceu com os documentos – foi a resposta que ouviu.

Protógenes investigava o Ministro da Fazenda Fernando Henrique e o responsável pela área externa do Banco Central, Armínio Fraga.

(O amigo navegante entende a ligação entre isso e o “chamar o Presidente às falas”, não é?)

E daí chegamos à privatização, observou Protógenes.

No livro, Amaury se vale do Aloysio Biondi (“O Brasil Privatizado”, editora Perseu Abramo) para demonstrar que o Cerra e o FHC PAGARAM para vender o patrimônio nacional.

Entre moedas podres e créditos subsidiados do BNDES, o Brasil pagou para vender a Vale e a Telebrás.

Este ansioso blogueiro limitou-se a lembrar que o livro do Amaury e a CPI do Protógenes tratam da maior roubalheira de todas as privatizações da América Latina!

O ansioso blogueiro lembrou que presidente do México que fez a privatização fugiu para a Irlanda e hoje vive escondido num bunker na cidade do México.

O presidente da Bolívia que fez a privatização saiu a correr para o aeroporto ao gritos de “assassino ! ” e fugiu para Miami (Miami!).

O presidente do Peru que fez a privatização está numa cadeia peruana.

O presidente da Argentina que fez a privatização arrumou um mandato de senador para escapar da cadeia.

E aqui …

Para encerrar, o ansioso blogueiro leu o post “Protogenes jogou a bomba do Riocentro no colo do Governo”.

Sobre o livro do Amaury e a blindagem do PiG, a melhor frase da noite foi do Gerson Carneiro: “a não propaganda é a alma do negócio”.

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