sexta-feira, 24 de setembro de 2010

CTB na luta contra a mídia golpista

Reproduzo artigo de Fernando Damasceno, publicado no sítio da CTB:

Com mais gente do lado de fora do Sindicato dos Jornalistas do que dentro de suas dependências, centenas de comunicadores e representantes de movimentos sociais se aglomeraram na noite desta quinta-feira (23), na cidade de São Paulo, para manifestar seu apoio à ampla liberdade de expressão em todo o Brasil e denunciar, mais uma vez, as práticas golpistas que vêm sendo colocadas em prática pela chamada “grande imprensa” do país — grupo mais bem definido como PIG (Partido da Imprensa Golpista).

A CTB participou do ato, promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão do Itararé, ao lado de entidades como a UNE, o MST, a CUT, a CGTB, a Nova Central, representantes do PCdoB, do PSB, do PDT e do PT, além de jornalistas, comunicadores e blogueiros independentes, apoiadores da liberdade de expressão.

Além do protesto massivo, o ato desta quinta-feira aprovou três propostas cuja finalidade é combater a onda denuncista colocada em prática por veículos ligados ao Grupo Folha, à Editora Abril, à TV Globo e ao Grupo Estado.

A primeira é uma campanha de solidariedade à revista “CartaCapital”, que tem sido alvo constante de ataques; a segunda proposta tem por finalidade levar a Vice-Procuradora Geral Eleitoral, Sandra Cureau – que investiga a regularidade da publicidade oficial em “CartaCapital” – que investigue também as contas e a publicidade da Editora Abril, pela grande quantidade de dinheiro que recebe do governo tucano de São Paulo, da “Folha de S.Paulo”, do “Estado de S. Paulo”, e da Globo.

A terceira proposta, trazida ao público pelo presidente do Centro de Estudos Barão de Itararé, Altamiro Borges, é a elaboração de uma carta denunciando o golpismo da grande mídia brasileira, para que esta seja enviada aos veículos de comunicação de outros países.

Manifestos

Ao longo do ato, dois manifestos foram lidos, com o sentido de expressar publicamente as razões pelas quais diversas entidades e profissionais da comunicação decidiram se reunir e protestar formalmente contra o golpismo de parte da imprensa brasileira.

No primeiro deles, Altamiro Borges esclareceu os propósitos do ato e destacou a importância da defesa da liberdade de expressão para a democracia. No segundo texto, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Guto Camargo, fez uma ampla defesa da importância de sua profissão para a sociedade, bem como da ética e do direitos de todos os cidadãos à informação. “Para avançar nessa discussão é necessário estabelecer a premissa de que informar a população sobre os desmandos do governo (qualquer deles) é dever da imprensa. Orquestrar campanhas pró ou contra candidatos é abuso de poder”, afirmou.

CTB tem lado

Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB, afirmou durante o ato que a central subscreve os manifestos lidos, por entender que a classe trabalhadora é a principal interessada pela democracia e pelo direito à pluralidade de opiniões, especialmente em um momento político tão ímpar como o atual.

“Nós, sindicalistas, sempre somos criticados quando fazemos greves e passeatas, quanto lutamos por trabalho, empregos e melhores salários. Os trabalhadores não podem se omitir e precisam defender a liberdade de expressão e impedir que a manipulação da mídia procure inverter o sentimento majoritário da população brasileira, em defesa do avanço, do progresso e da democracia”, afirmou o dirigente da CTB.

Vergonha alheia, conspiração e democracia

Eduardo Guimarães, do Movimento dos Sem Mídia, disse que chega a soar como ridícula a insinuação de que o ato desta quinta-feira era favorável à censura e ao controle dos meios de comunicação, conforme sugeriram alguns dos cães de guarda do PIG. "Este é um ato de denúncia. Como é que eu, pequenininho, vou silenciar algo do tamanho da Globo? Faça-me o favor”, argumentou o blogueiro, dizendo ter “vergonha alheia” desse tipo de posicionamento por parte da mídia.

Por sua vez, o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, afirmou que, mais do que uma atitude golpista, a postura da mídia brasileira é a de quem atua por meio de uma conspiração para atingir seus objetivos. A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) seguiu pela mesma linha e disse que o comportamento do PIG é consequência das conquistas obtidas pela sociedade durante a Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro de 2009. “Mas não é só isso”, salientou a deputada. “A mídia reage assim porque o governo de um ex-operário, o presidente Lula, deu certo. E também porque o Brasil vai eleger uma mulher pela primeira vez para a Presidência da República”, afirmou.

Erundina também deixou claro quem está realmente do lado certo nessa batalha. “Que a grande mídia não venha querer nos dar lição de democracia. Afinal, aqui estão os que lutaram muito por ela”, concluiu.

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