terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cláudio Lembo e a mídia engajada

Reproduzo entrevista concedida ao jornalista Bob Fernandes, do Portal Terra:

"Dramático será o dia 4 de outubro, porque não teremos mais partidos políticos, só um movimento social coordenado pelo hoje presidente Lula... A mídia está engajada e tem um candidato, o Serra, com isso se perdeu o equilíbrio e é desse embate que nasce a intranquilidade, mas ela é transitória".

A análise é do ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, em conversa com o portal Terra na manhã desta quarta-feira (15). Atual secretário municipal dos Negócios Jurídicos de São Paulo, Cláudio Lembo, do DEM, enfrentou uma gravíssima crise: a dos ataques do PCC em maio de 2006, quando era o governador do Estado.

Então, em meio ao embate com o Primeiro Comando da Capital, Lembo disse em entrevista ao Terra Magazine viver um momento de catarse depois de ter sido instado pela burguesia - também “hipócrita - a valer-se do "olho por olho" na reação aos ataques do PCC. Ainda à época desabafou com a colunista Mônica Bergamo:

"Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa".

Quatro anos depois, nova eleição presidencial e o ensaio de uma crise política.

Erenice Guerra, chefe da Casa Civil fustigada por denúncias, assina uma nota oficial e chama José Serra, do PSDB, de "candidato aético e já derrotado". Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, evoca o líder fascista Mussolini ao referir-se ao presidente Lula como "chefe de uma facção". Lula, por seu lado, prega “extirpar o DEM”e os Bornhausen, cujo chefe, Jorge, já defendeu um dia "acabar com essa raça", a do PT.

Diante desse cenário, o Terra ouviu o ex-governador de São Paulo. Abaixo, a conversa:

Nas últimas horas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso evocou Mussolini para se referir ao presidente Lula, o ex-dirigente do DEM, Jorge Bornhausen, aconselhou o presidente Lula a "não ingerir bebida alcoólica antes dos comícios", palavras dele, sendo de Bornhausen a famosa frase sobre o PT, "vamos acabar com essa raça". O presidente agora devolveu falando em "extirpar o DEM", e a chefe da Casa Civil fez uma nota oficial chamando o candidato da oposição de "aético e já derrotado". Como o senhor, experimentado também em crises, vê isso?

É interessante porque a campanha ocorria com normalidade. E abruptamente aconteceram situações novas. Todas, quase todas, nasceram no ventre do próprio governo. Não foi a oposição que criou a complexidade da Casa Civil. Portanto, o que está se vivendo nasce também de equívocos do próprio governo.

Como o senhor interpreta o cenário todo?

É transitório e próprio dos momentos que se aproximam da eleição. Mas o dramático será no dia 4 de outubro.

Por quê?

Porque não teremos mais partidos políticos, só um movimento social coordenado pelo hoje presidente Lula, o que é ruim para a democracia. Ou seja, o partido que é coordenado pelo presidente da República sobreviverá muito mais como movimento social do que como partido, porque ele não é orgânico.

E a oposição?

A oposição terá um resultado mau, muito ruim no pleito, e sai sem voz, sem maior possibilidade de apontar os erros do governo, de ser e fazer oposição. Também por erros da própria oposição.

E o papel da mídia? Qual é, qual deveria ser?

A mídia se engajou, a mídia tem um candidato…

Qual candidato?

O candidato do PSDB, o Serra…

E qual a consequência disso? Isso esquenta a conversa de botequim das últimas horas?

A mída está engajada, tem um candidato que é o Serra e com isso se perdeu o equilíbrio, vem o desequilíbrio, é desse embate que nasce a intranquilidade. Mas ela é transitória. Havendo só um grande vencedor no pleito, que é o movimento social, e estando a mídia engajada como que está disso nasce essa intranquilidade.

Quando se chega a termos como “Mussolini, "candidato aético já derrotado" e "bêbado"...
…”
Isso está fora dos preceitos democráticos e muito além do tom…

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2 comentários:

Ignez disse...

Claudio Lembo - a despeito de minhas divergências - deu respostas claras e diretas. Fez uma avaliação boa, especialmente quando diz que o que se passa - referindo-se às ofensas (mesmo) do "guru" FHC, sobre o Presidente -de que tudo "isso está fora dos preceitos e muito além do tom...". Usou eufemismos, mas falou. Escancaroou a mídia, também, sem medo. Gostei.

Adriano disse...

Prezado Miro, todo mundo já sabe que esse imprensa “nojenta” tem como Manual de Redação: “Os Protocolos dos Sábios de Sião”. Leia no link abaixo como este manual ensina a imprensa a ser hipócrita, mentirosa e cínica para poder conseguir seus objetivos; “ não importa os meios usados para se chegar ao objetivo”. Tenho certeza que “a ficha ainda não caiu” para a maioria dos brasileiros, isto é, que o PIG é uma multinacional e que não tem nenhum interesse em que o BRASIL dê certo; muito pelo contrário, é só com um Brasil “arruinado” que ela pode tirar proveito para os seus objetivos.

http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=3&ved=0CB8QFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.maleficence.hpgvip.ig.com.br%2Fpsiao.doc&rct=j&q=os%20protocolos%20dos%20s%C3%A1bios%20de%20si%C3%A3o&ei=O7WhTNq6IIL_8Aa507nRCQ&usg=AFQjCNGqCxS4ttcOe3sqe2bjsNbgj5ax-g&cad=rja