sexta-feira, 30 de abril de 2010

Capa da Veja: Serra é “o cara”



A revista Time elegeu o presidente Lula como o líder mais influente do mundo. O rejeitado FHC cortou os pulsos de inveja. José Serra, o presidenciável de FHC, teve mais uma noite de insônia e até pensou em dar “bye-bye às eleições de 2010”. E a mídia golpista, excitada nas orgias da Casa Millenium, ficou sem rumo. A TV Globo tentou relativizar o prêmio. Os jornalões oligárquicos evitaram dar destaque à seleção da Time. E a famíglia Civita até poderia dar na capa da Veja a manchete acima – a foto maquiada já tinha sido usada na sua edição da semana passada.

Tirando as gozações – afinal, é bom rir diante de uma batalha que promete ser das mais duras e sujas –, reproduzo abaixo o texto do cineasta estadunidense Michael Moore escrito para a revista Time sobre a premiação:

Luiz Inácio Lula da Silva

Quando os brasileiros primeiro elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente, em 2002, os barões do país [robber barons] checaram o tanque de combustível de seus jatos privados. Eles haviam tornado o Brasil um dos países mais desiguais da terra e então parecia ter chegado a hora da “vingança”. Lula, 64, era um filho genuíno da classe trabalhadora da América Latina — na verdade, um membro fundador do Partido dos Trabalhadores — que tinha sido preso por liderar uma greve.

Quando Lula finalmente conquistou a presidência, depois de três tentativas fracassadas, ele era uma figura familiar na vida nacional. Mas o que levou à política? Foi seu conhecimento pessoal do quanto é duro para muitos brasileiros trabalhar para sobreviver? Ser forçado a deixar a escola na quinta série para ajudar a família? Trabalhar como engraxate? Ter perdido um dedo em um acidente de trabalho?

Não, foi quando aos 25 anos de idade ele viu a esposa Maria morrer durante o oitavo mês de gravidez, junto com o filho, por não poderem pagar um tratamento médico decente.

Há uma lição aqui para os bilionários do mundo: deixem as pessoas terem bom atendimento médico e elas vão causar muito menos problemas para vocês.

E aqui há uma lição para o resto de nós: a grande ironia da presidência de Lula — ele foi eleito para um segundo mandato em 2006 e vai servir até o fim do ano — é de que quando ele tenta colocar o Brasil no Primeiro Mundo com programas sociais como o Fome Zero, desenhado para acabar com a fome, e com planos para melhorar a educação disponível para os trabalhadores do Brasil, faz os Estados Unidos parecerem cada vez mais um país do velho Terceiro Mundo.

O que Lula quer para o Brasil é o que um dia chamamos de Sonho Americano. Nós, nos Estados Unidos, onde o 1% no topo da escala tem mais riqueza financeira que os 95% da base combinados, estamos vivendo em uma sociedade que está ficando rapidamente cada vez mais parecida com a do Brasil.


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3 comentários:

Claudio Rodrigues disse...

E o Arnaldo Jabor continua completamente sem noção, a serviço de "vocês sabem quem".
Vejam só isso:


"Sem zoeira, inveja mata, né Jabor...?

Que o TUCANO Arnaldo Jabor fale mal do Lula, tudo bem, já estamos acostumados. Mas falar mal justamente depois do que saiu na "Time"?"

Quem quiser ler mais vá ao http://semzoeira.blogspot.com/

Anônimo disse...

Acho que o ultimo paragrafo foi mais um desabafo... Poderia ficar de fora... É dessa fez FHC cortará os pulsos.

Remindo disse...

Ao acessar o site da Time, estava lá a lista das 25 pessoas mais influentes do mundo. A lista era numerada e ao lado do 1 estava o nome do maior presidente que a América Latina já teve. Para a imprensa brasileira, de viés de direita, informava que para a salvação deles, do Serra e dos (falsos) Democratas, era apenas um dos 25 mais influentes. A hora da direita estava salva, o suicídio coletivo não seria mais necessário. A Times informava que o Lula estava no topo apenas por uma questão editorial. Quer dizer, edição em jornalismo é tudo, o Lula é mesmo o mais influente do mundo. Volta o suicídio coletivo.