terça-feira, 26 de maio de 2009

O MST e a conferência de comunicação

Mesmo com duras críticas ao processo da Conferência Nacional de Comunicação, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) encara este fórum como uma conquista dos setores populares e pretende investir na mobilização das suas bases. Desta forma, sem cultivar ilusões de que a ditadura midiática será superada, mas também sem pecar pela omissão e pela atomização, um dos mais expressivos movimentos sociais brasileiros fortalece o campo dos que lutam contra a ditadura midiática no Brasil. O engajamento do MST ajudará a intensificar a mobilização dos trabalhadores e cumprirá papel pedagógico na sua conscientização sobre este tema estratégico.

Em entrevista ao Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST, observou que “a conferência é uma pauta antiga dos movimentos pela democratização da comunicação e é vista por eles como um espaço possível de discussão e elaboração acerca da comunicação no Brasil, de sua estrutura monopolizada e excludente, e da necessidade da criação dos meios de comunicação da classe trabalhadora. A sua realização é, portanto, um reflexo da reivindicação histórica dos movimentos sociais”.

Superar o latifúndio da mídia

Para ele, o governo Lula reduziu o alcance do evento ao não discutir seu temário e critérios com os movimentos organizados que há tempos enfrentam a ditadura midiática e ao indicar oito representantes dos empresários para a sua comissão organizadora, contra apenas sete membros dos movimentos sociais. “Nenhuma outra conferência realizada por este governo teve tal desproporcionalidade de representação. Esta atitude retira ainda mais a oportunidade de se debater democraticamente os caminhos das políticas públicas de comunicação”, critica.

Na sua avaliação, estes e outros fatores dificultam mudanças profundas neste setor. “Assim como a reforma agrária não pode coexistir com o latifúndio, o MST acredita que é preciso destruir o monopólio da mídia para desconcentrá-la. A luta pela democratização da comunicação precisa integrar um projeto político mais amplo, capaz de transformar profundamente as estruturas da nossa sociedade. Isto só será possível com o avanço das lutas sociais como um todo”.

“Apesar disso, nós acreditamos que existem medidas no campo da comunicação que, aliadas a transformações políticas e econômicas profundas, contribuem para as mudanças necessárias à construção de uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária. Por isso, defendemos o fim da criminalização das rádios comunitárias e seu respectivo fomento, o fortalecimento dos veículos populares e alternativos e a revisão das concessões públicas de rádio e TV”, concluiu João Paulo.

1 comentários:

Anônimo disse...

O Brazil nao conhece o Brasil.

Todos os dias dou 1 lida nas colunas deste jornalista - q faz brilhar a classe.
É de Fortaleza, lúcido, definitivo e informativo.

Confiram e, se qizerem o link, é me pedir.

Inté,
Murilo

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21 de Maio de 2009
20 de Maio de 2009Investigar é preciso

A CPI da Petrobras precisa investigar, realmente, os prejuízos que a empresa sofreu em favor de empresas estrangeiras, durante os torvos tempos de FHC. Aí sim vamos ver a extensão e o peso de crimes que envolveram bilhões. E que devem de ter rendido gordas propinas. Senão o sócio de FHC não teria proclamado, em discurso oficial, a intenção do governo de desmontar o dinossauro da Petrobras, vértebra por vértebra. Os tucanos querem realizar este sonho do bem-sucedido tesoureiro. Agora por outras vias.

Mentira

Agora negar como fez FHC que quisesse entregar a Petrobras decorre apenas de sua confiança na falta de memória do povo brasileiro. Lembro bem que a reação maior na defesa da empresa estatal foi de Jader Barbalho, que levantou o Senado contra a quebra do monopólio estatal, evitando novos prejuízos e melhores negociatas. Quem doou a Vale, Volta Redonda, a Telebrás, por que não doaria a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica? Ninguém sabe em quanto seriam engordadas aquelas contas secretas das ilhas Cayman, com tão rendosas negociatas. Claro os tucanos continuam negando que acabaram o patrimônio estatal brasileiro enquanto aumentara a dívida interna? Para que bolsos foi o dinheiro das privatizações?

Lei seca, pra quem?

Este jovem deputado do Paraná que matou dois contemporâneos, bêbado, ao volante de seu carro, está acima da Lei Seca, pois depois da tragédia refugiou-se em hospital de luxo para que vai diagnosticar a doença de que ele precisa para sair impune? Para quem vale a Lei Seca?

Presídios

Enquanto o ministro da Justiça reconhece a calamidade do sistema carcerário brasileiro, no Paraná detentos amontoados como animais, em espaço exíguo, fazem greve de protesto. Pra que? Para nada. Terminarão sendo fuzilados pela Polícia. Só teremos prisões dignas da criatura humana quando os Daniel Dantas forem ocupá-las. Aí todas as autoridades da República se unirão no sentido de as melhorar, como se conjuraram para evitar que ladrões de colarinho branco fossem algemados.

Piadas

Leio, nos jornalões, ironias a respeito da improbidade de Jader Barbalho, nada a respeito da briga pelos 500 milhões de herança que deixou ACM, o moralista que a todos chamava de ladrões? São 500 milhões sem a estação de TV e a riquíssima coleção de santos antigos, arrecadados em todas as velhas igrejas da Bahia em três governos? O paraense é desonesto. O baiano foi modelo de correção e honestidade.

De volta aos cofres

Arnaldo Jabor anuncia volta ao cinema. Será que ele encontrará, como no passado, abertas generosas burras da Embrafilme, para patrocinar seus dramalhões? Ou conta com o dinheiro do tucanato a quem tanto serve para produzir novos filmes de segunda categoria?