quinta-feira, 12 de março de 2009

Dalai Lama e o legado de terror da CIA

Por Altamiro Borges

Num momento de agravamento das tensões entre EUA e China – o diretor da inteligência ianque, Dennis Blair, acaba de acusar o país asiático de “agressividade militar” –, a mídia aproveita para fazer escarcéu sobre os 50 anos do “levante” no Tibete. Num tom nada amistoso para um “líder religioso”, dalai-lama diz que “os tibetanos vivem o inferno na Terra” e vira destaque nos jornais e telejornais. A mídia pouco esclarece sobre o conflito no Tibete e usa o sentimento religioso dos budistas e pacifistas para fazer campanha contra a China – bem ao gosto do falcão Dennis Blair.

Diante de tamanha manipulação midiática, que serve aos objetivos do “império do mal” e à fúria anticomunista, vários artigos do jornalista Humberto Alencar, publicados no Vermelho, ajudam a dissipar as confusões sobre esta antiga disputa separatista. Eles evidenciam que a razão de fundo do conflito não é religiosa e que vários lideres budistas tibetanos mantêm relações harmoniosas com o governo chinês. Mostram, ainda, que o atual dalai-lama, exilado na Índia, prega o retorno ao regime feudal existente antes da revolução chinesa, que libertou a região. E dá detalhes sobre as sinistras ligações do “dissidente” com o governo dos EUA, bancado pelos dólares da CIA.

“Dezenas de milhões de dólares”

A recente publicação do livro “Legado de cinzas – uma história da CIA” confirma as denúncias contra o dalai-lama e seu movimento “pacifista”. O jornalista Tim Weiner, ganhador do Prêmio Pulitzer, não tem simpatia pela esquerda, hostiliza a China, Cuba e tudo que cheire socialismo e defende a política expansionista dos EUA. A sua obra, com 741 páginas e vasta documentação, procura apontar as falhas da agência de “inteligência” ianque. Neste esforço, Weiner revela as inúmeras tramas da CIA pelo mundo, o seu legado de terror e cinzas. O dalai-lama surge como agente pago. Cito dois trechos do livro para reforçar a argumentação de Humberto Alencar:

- “Durante a década de 1960, em nome do combate ao comunismo chinês, a CIA gastara dezenas de milhões de dólares lançando toneladas de armas de pára-quedas para centenas de guerrilheiros tibetanos que lutavam por seu líder espiritual, Sua Santidade Tenzen Gyasto, o 14º Dalai Lama... A agência criou um campo de treinamento para combatentes tibetanos nas Montanhas Rochosas do Colorado. Pagou um subsídio anual de cerca de US$ 180 mil diretamente ao Dalai Lama, e criou Casas do Tibete em Nova York e Genebra para servirem como embaixadas não-oficiais. O objetivo era manter vivo o sonho de um Tibete livre e, ao mesmo tempo, acossar o Exército Vermelho no oeste da China”.

- “Em agosto de 1969, a agência requisitou mais US$ 2,5 milhões em apoio aos insurgentes do Tibete, descrevendo o grupo paramilitar de 1.800 homens como ‘uma força que poderia ser empregada com intensidade em caso de hostilidades’ contra a China. ‘Isto representa algum benefício direto para nós?’, perguntou Kissinger. Ele respondeu a sua própria pergunta. Embora os subsídios da CIA ao Dalai Lama tenham continuado, a resistência tibetana foi abandonada”. Já no reinado do presidente-terrorista George W. Bush, com sua “guerra infinita” às potências rivais, os subsídios aos “pacifistas” tibetanos voltaram a se avolumar.

6 comentários:

Anônimo disse...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_kissinger
uma "ficha" para consulta.
Muito grato Altamiro

Anônimo disse...

Miro, queria apenas agradecer sua explanação no encontro da UJS em Americana-SP!
Foi extremamente agradável e enriquecedor ouvir suas teses e reflexões!
Muito obrigada pela contribuição!
Saudações socialistas!

Adriano Ferrarez disse...

Importante se conhecer quem de fato é o Dalai Lama. No regime feudal pregado por essa criatura que se diz a reencarnação de Buda os jovens buscam ser monges e decorar milhares de textos, mantras, etc budistas pra não serem escravos dos mosteiros. É necessário que se se esclareça tudo isso. Gostaria que você falasse mais sobre os casos de religiosos que convivem bem com o governo chinês.
Grato.
Adriano Heenrique Ferrarez

Anônimo disse...

É impressionante como fizeram a grande maioria da população ocidental acreditar que o conflito no Tibete é um roteiro hollywoodiano com 'mocinhos' e 'bandidos' bem definidos.

Anônimo disse...

Que texto forçado de uma visão revolucionária patética.

Anônimo disse...

Quando a violência não é na nossa casa, tudo bem, que se foda o resto. Se eu estivesse na posição do Dalai Lama teria feito muito pior, tentaria iniciar uma guerra fria em pleno Tibet. Mas ele é melhor do que eu e usou meios pacifistas. Decepção e nojo seriam minhas palavras para alguém que encara o mundo como seu mini, micro, na no tabuleirito de damas (o xadrez exige mais inteligência) que é exatamente o que o autor deste texto patético escrito acima faz. De forma idêntica àqueles que diz odiar.....